Spray nasal consegue eliminar acúmulo de proteínas ligado a Alzheimer: entenda o possível tratamento

por | ago 8, 2024 | Saúde

Atualmente, o tratamento para Alzheimer não consegue eliminar os emaranhados da chamada proteína tau, ligada a doenças neurodegenerativas – mas a nova tecnologia testada em camundongos é promissora

O Alzheimer e outras doenças neurodegenerativas, como a demência, já foram ligadas ao acúmulo de uma proteína específica nos neurônios, células cerebrais. Isso é algo difícil de se combater com as tecnologias existentes – mas, recentemente, pesquisadores apresentaram resultados promissores para um spray nasal que age diretamente no acúmulo da proteína.

Novo spray nasal é promessa no tratamento para Alzheimer

Em busca de um tratamento para Alzheimer e outras doenças neurodegenerativas, pesquisadores da University of Texas Medical Branch elaboraram um spray nasal que torna promissor o futuro dessa busca. Isso porque, em testes com camundongos, esse spray foi efetivo no combate ao acúmulo da proteína tau – além de melhorar a função cognitiva dos animais, já prejudicada pela idade.

tratamento para Alzheimer
Alzheimer e outras doenças neurodegenerativas, atualmente, não têm cura (Crédito: Andrea Piacquadio/Pexels)

A proteína tau tem funções importantes no cérebro. Ela ajuda a formar a estrutura dos neurônios, garantindo o formato e a organização delas. Pessoas com doenças neurodegenerativas, no entanto, têm um acúmulo anormal dessa proteína no cérebro, algo que cria emaranhados prejudiciais às funções cognitivas. Essas “teias” são chamadas de emaranhados neurofibrilares.

Até hoje, tratamentos que visam acabar com esses emaranhados não tiveram tanto sucesso. Isso acontece devido à dificuldade de penetrar nos compartimentos intracelulares onde ocorre o acúmulo da proteína tau. Além disso, há também dificuldade de ter como alvo apenas as proteínas com ação anormal, algo que leva à morte de células saudáveis.

Como funciona o spray para tratamento de Alzheimer

Ressonância magnética do cérebro (Crédito: Anna Shvets/Pexels)

Os pesquisadores do Texas, no entanto, desenvolveram um tipo de anticorpo (TTCM2) com reconhecimento seletivo, que tem como alvo exclusivamente as “teias” dessa proteína.

Além disso, há também inovação na forma de levar esses anticorpos ao cérebro. Para isso, os responsáveis pelo estudo criaram um spray nasal, algo que entrega os anticorpos de forma rápida e efetiva. O estudo, ainda inicial, foi feito com camundongos que já apresentavam problemas neurodegenerativos, e o resultado foi promissor. Agora, a ideia é seguir com os estudos clínicos em pessoas – algo que deixa os pesquisadores otimistas.

“Esse avanço poderia impactar de forma significativa as estratégias de tratamento para Alzheimer e outros distúrbios ligados à proteína tau, oferecendo uma nova esperança aos milhões de pacientes que sofrem com essas condições debilitantes”, afirmou Sagar Gaikwad, principal autor do estudo.

Modelo de cérebro (Crédito: Robina Weermeijer/Unsplash)

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