O recente surto de varíola dos macacos, que está se espalhando por países do mundo todo, tem sido intensamente investigado a fim de entender se essa nova onda de casos da doença difere das anteriores .
Nessa leva, um estudo científico elaborado por profissionais do NHS, o sistema público de saúde britânico, apontou novos sintomas que estão relacionados à monkeypox, a maioria de manifestação genital. Saiba mais sobre a pesquisa a seguir.
Novos sintomas de varíola dos macacos em homens
Participaram da pesquisa, que foi publicada no períodico científico British Medical Journal, 197 homens diagnosticados com varíola dos macacos, dentre os quais 196 se identificavam como gays, bissexuais ou relataram ter relações sexuais com outros homens, e com média de idade de 38 anos. Cerca de 36% dos participantes também tinham HIV.
Todos apresentaram a lesão mucocutânea característica da varíola, com o adendo que a manifestação foi mais comum nos genitais (em 111 homens) ou na área perianal (82 homens). Cento e setenta participantes tiveram sintomas sistêmicos (como febre, inchaço de nódulos linfáticos e mialgia) e 61% deles teve essa manifestação antes de aparecerem as lesões mucocutâneas e 38%, após.
Além disso, 36% dos homens apresentaram dor retal, 16% teve dor de garganta e 15% teve edema peniano. Em relação à gravidade do quadro, 10% dos pacientes teve que ser hospitalizado para tratar sintomas, mais comumente dor retal e edema peniano.
De acordo com os responsáveis pelo estudo, os achados confirmam a transmissão acentuada da varíola dos macacos acentuada entre homens que fazem sexo com outros homens e apontam para novas formas de manifestação da doença, como a dor retal e o edema peniano. Além disso, é possível que haja um novo curso da doença, evidenciado pela lacuna temporal entre o aparecimento das lesões cutâneas e sistêmicas (como febre).
O estudo apontou, também, que apenas quatro dos homens relataram ter tido contato com outras pessoas com a infecção por varíola dos macacos confirmada, levantando a possibilidade da transmissão também acontecer entre pessoas assintomáticas.
Tendo isso em vista, os pesquisadores pedem para que estas descobertas sejam publicamente divulgadas, inclusive por órgãos de saúde, para que o diagnóstico possa ser precoce e a transmissão reduzida.
Vale lembrar que, recentemente, a Organização Mundial de Saúde alertou para o aumento de casos entre homens que fazem sexo com homens e pediu por uma redução do número de parceiros sexuais.
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