bronquiolite

Bronquiolite: o que é essa doença e por que ela gera preocupação em bebês?

Entenda como funciona a bronquiolite, os sintomas e saiba quando é hora de levar a criança ao hospital

A bronquiolite é uma infecção respiratória aguda que afeta especialmente bebês e crianças pequenas. Ela pode evoluir para quadros bastante graves que requerem internação – e, por isso, é essencial entender essa doença. Saiba como funciona a bronquiolite, por que o risco para bebês é maior, como preveni-la e mais informações úteis:

Bronquiolite: o que é?

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(Crédito: Freepik)

A bronquiolite ocorre a partir da infecção pelo vírus sincicial respiratório (VSR), com a possibilidade de haver outros (como parainfluenza e adenovírus) envolvidos. Essa infecção causa a inflamação dos bronquíolos, ramificações minúsculas dos brônquios nos pulmões. Isso causa obstrução das vias aéreas, dificultando a respiração e podendo levar a consequências graves.

A mortalidade por bronquiolite em pacientes hospitalizados fica em torno de 4 e 7%. Já quando se fala em crianças que têm alguma cardiopatia congênita, a chance de morte sobe para 35%. Embora possa acontecer em adultos, essa doença é algo muito mais frequente em crianças bem pequenas. Isso se deve à fragilidade do sistema imunológico que bebês têm.

De forma geral, o ciclo natural da fase sintomática da doença dura cerca de uma semana na maior parte dos pacientes.

(Crédito: cottonbro studio/Pexels)

Sintomas de bronquiolite

Os sintomas iniciais da bronquiolite podem se parecer com os de um simples resfriado. Entre eles, é possível citar:

  • Nariz obstruído;
  • Febre baixa;
  • Coriza;
  • Tosse.

Conforme a doença progride, os sintomas podem passar a incluir:

  • Chiado no peito;
  • Respiração ofegante ou rápida;
  • Irritabilidade;
  • Perda de apetite.
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(Crédito: peoplecreations/Freepik)

Diferenças entre bronquiolite e bronquite

A bronquite e a bronquiolite afetam as vias respiratórias de forma parecida – e, ainda assim, são doenças diferentes. A bronquiolite afeta os bronquíolos, estruturas bastante pequenas do pulmão que são ramificações dos brônquios. Já a bronquite afeta os brônquios em si.

Além disso, a bronquiolite é mais comum em crianças, enquanto a bronquite é mais comum em adultos. Por fim, a primeira é causada por infecções virais, enquanto a segunda pode ter causas virais ou bacterianas.

Complicações da bronquiolite

Alguns fatores podem tornar o quadro de bronquiolite mais grave. Isso acontece, por exemplo, por demora no diagnóstico e no tratamento, resposta insuficiente do organismo ao tratamento, fragilidade do quadro clínico geral do paciente, fatores de risco (como uma cardiopatia congênita, por exemplo), entre outros.

Em casos graves, a doença pode levar a:

  • Insuficiência respiratória;
  • Desidratação;
  • Infecções secundárias como a pneumonia.
(Crédito: Freepik)

Quando a bronquiolite precisa de internação?

Diante do diagnóstico da doença, é preciso monitorar cuidadosamente a criança. Sinais de que é preciso levá-la rapidamente ao hospital por necessidade provável de internação incluem:

  • Dificuldade clara e acentuada para respirar;
  • Desidratação por dificuldade de se alimentar;
  • Queda na oxigenação do sangue.
  • Nesses casos, o bebê pode precisar de suporte ventilatório e hidratação por via venosa.

Quem pode ter bronquiolite?

A bronquiolite é mais comum em bebês com menos de 2 anos de idade, e ocorre especialmente naqueles com menos de 6 meses. Bebês prematuros, expostos a fumaça de cigarro e que frequentam creches têm maior risco de contrair a doença.

Essa condição é vista como potencialmente grave em bebês devido à imaturidade do sistema respiratório deles. Na primeira infância, as vias respiratórias são menores e ficam facilmente obstruídas. Além disso, o sistema imunológico de crianças é bem menos eficaz. Isso significa que as defesas do organismo delas são mais fáceis de se ultrapassar.

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Bronquiolite em recém-nascidos

Recém-nascidos são especialmente vulneráveis à condição, e têm também maior risco de a doença evoluir para quadros graves. A hospitalização pela condição é mais alta nesse grupo, e a mortalidade pode chegar a 35% caso a criança, além de recém-nascida, tenha alguma questão cardíaca congênita.

Bronquiolite em adultos é possível?

Adultos podem, sim, ter bronquiolite – mas isso é extremamente raro. A situação é mais comum, por exemplo, em pessoas que têm o sistema imunológico comprometido ou doenças pulmonares crônicas. Ainda assim, a manifestação e a gravidade tendem a ser menores em comparação com o que acontece com crianças.

Como evitar a bronquiolite?

A principal forma de evitar a bronquiolite em bebês é preservar a criança da exposição ao vírus. Para isso, recomenda-se:

  • Evitar o contato dela com pessoas resfriadas;
  • Caprichar na higiene pessoal especialmente antes de manuseá-la;
  • Manter os ambientes bem ventilados;
  • Evitar aglomerações;
  • Evitar visitas desnecessárias ou excessivas nos primeiros meses de vida do bebê.
(Crédito: Ron Lach/Pexels)

Vacina contra VSR e bronquiolite

A vacina para bronquiolite existe e já chegou ao Brasil, mas ainda não é totalmente acessível. Em abril de 2024, a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) aprovou a primeira vacina destinada à prevenção da infecção pelo VSR em bebês. Esse é o principal causador da bronquiolite, e o imunizante da Pfizer deve ser aplicado em mães de forma a proteger bebês do vírus já nos primeiros meses de vida.

Até o momento, no entanto, a vacina não está amplamente disponível na rede de saúde pública brasileira, além de ser raro encontrá-la também na rede particular.

Bronquiolite: tratamento em casa e no hospital

O tratamento da bronquiolite depende da gravidade do quadro. Em alguns casos, é possível tratar a doença em casa com hidratação intensificada, lavagem nasal para descongestionar as vias aéreas, controle de febre e boa higiene no ambiente.

Já em casos graves, a criança pode precisar de cuidados intensivos. No hospital, ela pode receber oxigenoterapia, hidratação venosa, suporte nutricional e uso de ventilação mecânica (incluindo intubação) em situações mais delicadas.

Saúde infantil