Entenda como funciona a bronquiolite, os sintomas e saiba quando é hora de levar a criança ao hospital
A bronquiolite é uma infecção respiratória aguda que afeta especialmente bebês e crianças pequenas. Ela pode evoluir para quadros bastante graves que requerem internação – e, por isso, é essencial entender essa doença. Saiba como funciona a bronquiolite, por que o risco para bebês é maior, como preveni-la e mais informações úteis:
Bronquiolite: o que é?

A bronquiolite ocorre a partir da infecção pelo vírus sincicial respiratório (VSR), com a possibilidade de haver outros (como parainfluenza e adenovírus) envolvidos. Essa infecção causa a inflamação dos bronquíolos, ramificações minúsculas dos brônquios nos pulmões. Isso causa obstrução das vias aéreas, dificultando a respiração e podendo levar a consequências graves.
A mortalidade por bronquiolite em pacientes hospitalizados fica em torno de 4 e 7%. Já quando se fala em crianças que têm alguma cardiopatia congênita, a chance de morte sobe para 35%. Embora possa acontecer em adultos, essa doença é algo muito mais frequente em crianças bem pequenas. Isso se deve à fragilidade do sistema imunológico que bebês têm.
De forma geral, o ciclo natural da fase sintomática da doença dura cerca de uma semana na maior parte dos pacientes.

Sintomas de bronquiolite
Os sintomas iniciais da bronquiolite podem se parecer com os de um simples resfriado. Entre eles, é possível citar:
- Nariz obstruído;
- Febre baixa;
- Coriza;
- Tosse.
Conforme a doença progride, os sintomas podem passar a incluir:
- Chiado no peito;
- Respiração ofegante ou rápida;
- Irritabilidade;
- Perda de apetite.

Diferenças entre bronquiolite e bronquite
A bronquite e a bronquiolite afetam as vias respiratórias de forma parecida – e, ainda assim, são doenças diferentes. A bronquiolite afeta os bronquíolos, estruturas bastante pequenas do pulmão que são ramificações dos brônquios. Já a bronquite afeta os brônquios em si.
Além disso, a bronquiolite é mais comum em crianças, enquanto a bronquite é mais comum em adultos. Por fim, a primeira é causada por infecções virais, enquanto a segunda pode ter causas virais ou bacterianas.
Complicações da bronquiolite
Alguns fatores podem tornar o quadro de bronquiolite mais grave. Isso acontece, por exemplo, por demora no diagnóstico e no tratamento, resposta insuficiente do organismo ao tratamento, fragilidade do quadro clínico geral do paciente, fatores de risco (como uma cardiopatia congênita, por exemplo), entre outros.
Em casos graves, a doença pode levar a:
- Insuficiência respiratória;
- Desidratação;
- Infecções secundárias como a pneumonia.

Quando a bronquiolite precisa de internação?
Diante do diagnóstico da doença, é preciso monitorar cuidadosamente a criança. Sinais de que é preciso levá-la rapidamente ao hospital por necessidade provável de internação incluem:
- Dificuldade clara e acentuada para respirar;
- Desidratação por dificuldade de se alimentar;
- Queda na oxigenação do sangue.
- Nesses casos, o bebê pode precisar de suporte ventilatório e hidratação por via venosa.
Quem pode ter bronquiolite?
A bronquiolite é mais comum em bebês com menos de 2 anos de idade, e ocorre especialmente naqueles com menos de 6 meses. Bebês prematuros, expostos a fumaça de cigarro e que frequentam creches têm maior risco de contrair a doença.
Essa condição é vista como potencialmente grave em bebês devido à imaturidade do sistema respiratório deles. Na primeira infância, as vias respiratórias são menores e ficam facilmente obstruídas. Além disso, o sistema imunológico de crianças é bem menos eficaz. Isso significa que as defesas do organismo delas são mais fáceis de se ultrapassar.

Bronquiolite em recém-nascidos
Recém-nascidos são especialmente vulneráveis à condição, e têm também maior risco de a doença evoluir para quadros graves. A hospitalização pela condição é mais alta nesse grupo, e a mortalidade pode chegar a 35% caso a criança, além de recém-nascida, tenha alguma questão cardíaca congênita.
Bronquiolite em adultos é possível?
Adultos podem, sim, ter bronquiolite – mas isso é extremamente raro. A situação é mais comum, por exemplo, em pessoas que têm o sistema imunológico comprometido ou doenças pulmonares crônicas. Ainda assim, a manifestação e a gravidade tendem a ser menores em comparação com o que acontece com crianças.
Como evitar a bronquiolite?
A principal forma de evitar a bronquiolite em bebês é preservar a criança da exposição ao vírus. Para isso, recomenda-se:
- Evitar o contato dela com pessoas resfriadas;
- Caprichar na higiene pessoal especialmente antes de manuseá-la;
- Manter os ambientes bem ventilados;
- Evitar aglomerações;
- Evitar visitas desnecessárias ou excessivas nos primeiros meses de vida do bebê.

Vacina contra VSR e bronquiolite
A vacina para bronquiolite existe e já chegou ao Brasil, mas ainda não é totalmente acessível. Em abril de 2024, a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) aprovou a primeira vacina destinada à prevenção da infecção pelo VSR em bebês. Esse é o principal causador da bronquiolite, e o imunizante da Pfizer deve ser aplicado em mães de forma a proteger bebês do vírus já nos primeiros meses de vida.
Até o momento, no entanto, a vacina não está amplamente disponível na rede de saúde pública brasileira, além de ser raro encontrá-la também na rede particular.
Bronquiolite: tratamento em casa e no hospital
O tratamento da bronquiolite depende da gravidade do quadro. Em alguns casos, é possível tratar a doença em casa com hidratação intensificada, lavagem nasal para descongestionar as vias aéreas, controle de febre e boa higiene no ambiente.
Já em casos graves, a criança pode precisar de cuidados intensivos. No hospital, ela pode receber oxigenoterapia, hidratação venosa, suporte nutricional e uso de ventilação mecânica (incluindo intubação) em situações mais delicadas.