Colágeno para crianças

Virginia dá colágeno em pó para filhas pequenas, gera polêmica e médico comenta riscos: “É um absurdo”

A Tá Saudável, médicos explicam as diretrizes de suplementação infantil e esclarecem os riscos de dar colágeno para crianças

Nas últimas semanas, a influencer Virginia Fonseca protagonizou uma cena que deu o que falar nas redes sociais. No Instagram, ela divulgou um vídeo no qual dá suplemento de colágeno em pó às filhas, que têm 2 e 3 anos, algo que gerou questionamentos. Afinal, dar colágeno para crianças faz bem ou mal? Entenda abaixo:

Virginia dá colágeno em pó para as filhas: suplementação é segura?

Virginia com Maria Alice, Maria Flor e José Leonardo (Crédito: Reprodução/Instagram @virginia)

Recentemente, Virginia Fonseca, influencer mãe de três crianças, surgiu dando colágeno em pó às filhas, Maria Alice e Maria Flor. Segundo ela, se trata do suplemento vendido pela marca Wepink, da qual ela é sócia, no sabor maçã verde. Esse tipo de suplemento é normalmente voltado para a saúde dos cabelos, da pele e das unhas, e isso gerou polêmica nas redes sociais.

Diante disso, o pediatra e nutrólogo Rubens Feferbaum, membro do Departamento de Nutrição da Sociedade de Pediatria de São Paulo, explica a Ta Saudável quais são as atuais diretrizes quanto à suplementação da alimentação infantil. Segundo ele, a conduta deve seguir o Guia Alimentar da Criança, editado pelo Ministério da Saúde e pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

“Suplementos alimentares são regulamentados pela portaria da Anvisa, mas só são utilizados em situações onde há alguma indicação epidemiológica”, explica ele, citando como exemplo a reposição de vitamina D e ferro. “O próprio Guia Alimentar da Criança indica”, diz o médico, se referindo a situações nas quais a criança tem deficiência dessas substâncias.

Virginia com Maria Alice e Maria Flor (Crédito: Reprodução/Instagram @virginia)

Médico desaconselha suplementação de colágeno para crianças

Conforme explica o pediatra e nutrólogo Ary Lopes Cardoso, também do Departamento de Nutrição da Sociedade de Pediatria de São Paulo, dar colágeno para crianças não apenas não é indicado como também pode trazer riscos.

Segundo ele, o colágeno é uma proteína produzida naturalmente pelo organismo. Na vida adulta, essa produção entra em declínio, trazendo mudanças no aspecto da pele, dos cabelos, além de dores articulares. Crianças, porém, têm a produção de colágeno normal e, portanto, suplementá-lo pode gerar excesso da substância.

“O colágeno vai ter alguns efeitos adversos. Não sabemos quando vão surgir, mas com certeza vai criar uma sobrecarga renal dessa proteína e crianças pequenas com certeza vão acabar tendo um sofrimento na área renal”, afirma o especialista, frisando se opor ao uso pediátrico da substância.

colágeno para crianças
(Crédito: Reprodução/Instagram @zefelipe)

“A gente não indica isso, não existe nenhuma necessidade do uso de colágeno para criança. Não é legal. É um absurdo fisiológico e metabólico”, declara, explicando como deve ser a alimentação infantil quando se fala em consumo proteico.

“O que você recomenda para um adulto é mais ou menos 10 gramas [de colágeno] por dia. Para uma criança, você não vai dar uma grama. É melhor você dar uma carne, um ovo… Vai ter mais efeitos benéficos do que dar colágeno”, afirma.

Marca de Virginia contraindica uso infantil do suplemento

Além disso, no site da Wepink, as informações sobre o produto também incluem indicações de uso que não abrangem o consumo por crianças. Nos detalhes do suplemento, a recomendação expressa é a de que pessoas com menos de 19 anos de idade não devem utilizá-lo. Fora o colágeno, o suplemento em questão também contém vitaminas E, C, B6, zinco e biotina. Veja abaixo:

colágeno para crianças
Diretrizes da marca sobre uso do suplemento em crianças (Crédito: Reprodução/wpink)

Alimentação e saúde