puberdade precoce

Uso excessivo de telas na infância pode estar relacionado a puberdade precoce, aponta estudo

O estudo em questão observou uma relação entre a exposição excessiva à luz azul e puberdade precoce em ratos, algo que sugere a análise desse mesmo efeito em crianças

O impacto da chamada luz azul (luz artificial que vem de telefones, televisores e mais) na saúde das pessoas ainda não é totalmente conhecido. Anteriormente, estudos já apontaram uma possível relação entre essa exposição e os riscos de desenvolver demência – e, agora, um estudo levantou a possibilidade do contato exagerado com luz azul culminar em puberdade precoce em crianças. Entenda abaixo:

Estudo aponta possível relação entre luz azul e puberdade precoce

puberdade precoce
(Crédito: Shashank Verma/Unsplash)

Apresentado no 62º Encontro Anual de Endocrinologia Pediátrica em Liverpool, na Inglaterra, um estudo recente propôs que a exposição exagerada a luz azul pode impactar o desenvolvimento infantil. A luz azul, cada vez mais presente no cotidiano humano, vem de aparelhos como celulares e TVs – e, conforme demonstrou o estudo em ratos, a alta exposição a ela está relacionada à aceleração do desenvolvimento ósseo.

Um dos pontos mais marcantes do desenvolvimento infantil é o crescimento do fêmur, que se alonga a partir das duas extremidades. Nessas extremidades, há o que se conhece como placas de crescimento, uma superfície cartilaginosa que se solidifica no momento em que o crescimento termina. Em meninas, isso costuma acontecer entre 14 e 16 anos, enquanto em meninos, ocorre entre os 16 e os 18.

(Crédito: Freepik)

Nos últimos anos, porém, cada vez mais casos de meninos e meninas que passam por isso mais cedo na vida têm sido reportados. Eles começam o “estirão” antes do esperado – e também param de crescer muito antes. Esse é um aspecto da puberdade precoce, e o estudo atual indica a possibilidade de haver influência da luz azul nesse processo.

Detalhes do estudo

O estudo em questão examinou 18 ratos machos e 18 fêmeas desde os 21 dias de vida divididos em três grupos. O primeiro grupo foi exposto a um ciclo de luminosidade natural, enquanto o segundo recebeu seis horas de luz azul e, o terceiro, 12 horas. Pesquisadores então mediram o fêmur dos ratos até o início da puberdade.

O resultado, conforme exposto pelos autores – que são pesquisadores da Universidade de Gazi, na Turquia –, mostrou que os animais mais expostos à luz azul iniciaram a puberdade antes dos demais. Isso teria relação com o impacto da luz artificial na estrutura das placas de crescimento do fêmur – e resulta em ratos de menor estatura na vida adulta.

(Crédito: hessam nabavi/Unsplash)

Isso, segundo os pesquisadores, não significa que crianças necessariamente passam pelo mesmo. Ainda assim, o estudo aponta indícios de que a luz azul tem mais impacto no organismo do que se imagina, e que é cabível investigar sua possível influência na crescente onda de casos de puberdade precoce em crianças no mundo.

Cientistas esperam ainda que futuras descobertas nesse tópico sirvam como guia para a elaboração de recomendações acerca da exposição de crianças a telas.

Saúde