Veja o relato do ator, que utilizou moderadores de apetite para se preparar para filmes, e entenda os efeitos nocivos desses remédios para a saúde
Em participação recente no “Altas Horas”, o ator Selton Mello afirmou já ter usado moderadores de apetite. Segundo ele, a ideia era ter um auxílio para emagrecer antes de interpretar determinados personagens – mas, conforme relatou, ele desenvolveu problemas de saúde mental em decorrência dessas medicações. Entenda o caso:
Selton Mello relembra uso de moderadores de apetite
Hoje com 51 anos de idade, Selton Mello afirmou que, em torno dos 25, usou moderadores de apetite. Segundo o ator, ele utilizou alguns medicamentos para auxiliar no processo de perda de peso para determinados papéis, e relatou recentemente que o processo não lhe fez nada bem.
“Naquela época eu estava tomando moderadores de apetite para um filme chamado ‘Lavoura Arcaica’ e segui tomando para o Chicó [“Auto da Compadecia”], então aquilo ali não era meu normal. Aquilo lá eu estava dopado, entendeu? Eu não passaria no doping”, declarou ele em entrevista ao “Altas Horas”.
Em seguida, Selton frisou que não recomenda o uso desse tipo de medicamento. “aquilo me fez muito mal. Não era bom para mim, fiquei anos viciado nisso. Eu tomava aquele negócio e emagrecia para o próximo filme. Depois engordava de novo na vida, para comer o que eu queria. Depois tomava aquele troço…”, relatou o ator.
Remédios para emagrecer afetaram a saúde mental do ator
Na sequência, o astro brasileiro afirmou que a situação mexeu até mesmo com sua saúde mental. “Foi uma coisa muito ruim, me fez mal demais, fez muito mal para a minha cabeça. Me levou inclusive a um estado de depressão. Foi a primeira vez que me deparei com isso, e isso vem dos remédios moderadores de apetite”, disse.
Por fim, o ator afirmou que, recentemente, se deparou com dificuldades para emagrecer naturalmente para a sequência do filme, e que isso o fez refletir. “O Chicó de agora, quando eu fui tentar emagrecer, teve uma hora que eu falava ‘nossa, eu não consigo ser aquele’. E uma hora eu falei: ‘Eu não vou ser mesmo aquele, aquele nem era minha natureza, eu estava dopado’”, concluiu.
Moderadores de apetite e saúde mental: qual a relação?
De acordo com informações da Cleveland Clinic e de estudos, existe uma relação entre alguns medicamentos usados para modular o apetite e a saúde mental. Pouco foi descrito sobre isso quando se fala em medicações mais novas, como a liraglutida e a semaglutida (como Wegovy, Ozempic e outros). Pílulas mais antigas, porém, podem ter esse efeito colateral.
Esse tipo de medicação é usado por médicos no tratamento de pacientes com obesidade, de forma controlada, com acompanhamento constante e possível manejo de efeitos colaterais. Há, no entanto, quem utilize esses remédios sem recomendação ou monitoramento de profissionais, algo que pode ser perigoso.
Medicações como bupropiona, topiramato, benzfetamina, fenmetrazina e outros muitos medicamentos entram na classe de inibidores de apetite e, em alguns casos, são chamados de anorexígenos justamente por seus efeitos. Eles geralmente atuam no sistema nervoso e “enganam” o corpo quanto às sensações de fome e saciedade. A perda de peso com eles pode realmente acontecer, mas não sem o surgimento de efeitos colaterais.
Segundo a Cleveland Clinic, efeitos a longo prazo incluem constipação, diarreia, dores abdominais, náuseas, indigestão e dores de cabeça. O uso a curto prazo – como no caso de Selton Mello –, no entanto, envolve outras consequências. São elas:
- Taquicardia ou arritmia cardíaca;
- Tontura;
- Mudanças de humor, com quadros depressivos ou de ansiedade;
- Alterações cognitivas como delírios e psicose;
- Náuseas e vômito;
- Alterações intestinais;
- Insônia;
- Secura na boca;
- Dores de cabeça e abdominais.
Sendo assim, é sempre importante ter o amparo de um especialista durante processos de emagrecimento. Nunca compre ou tome medicamentos por conta própria – e, durante um tratamento, não pare ou retome o uso de medicações sem conversar com o especialista.