Exercícios funcionais emagrecem muito mais rápido e se tornaram aposta de famosas para secar as calorias extras. Bruna Marquezine, Juliana Paes, Ivete Sangalo, Sabrina Sato, Flávia Alessandra e outras muitas mulheres suam a camisa nesse tipo de atividade. Mas, afinal, o que é o treino funcional?
Treino Funcional: o que é?
Como diz o nome, treinos funcionais mexem com as “funções” do corpo, como força, equilíbrio, agilidade, flexibilidade, coordenação motora, entre outras – e tudo com uma espécie de circuito de exercícios que trabalham o corpo como um todo em vez de focar, por exemplo, só nas pernas, braços, costas, etc.
Isso, por sua vez, significa que todos os grupos musculares são ativados conforme o indivíduo pratica esse treino, fazendo com que todas as habilidades citadas acabem se desenvolvendo – algo que promove não apenas um emagrecimento mais rápido como também uma melhor resistência física.
Não há, porém, uma única possibilidade para treinos funcionais; dinâmicos, os exercícios que fazem parte do treinamento são normalmente prescritos com base nos objetivos do praticante, mas, em geral, envolvem atividades que mexem com movimentos naturais do corpo, desenvolvendo coordenação motora, flexibilidade, agilidade, equilíbrio, força e aptidão cardiorrespiratória.
Para exercitar essas funções do corpo e desenvolver as habilidades citadas, o indivíduo pratica sequências de movimentos intercaladas e com intervalos rápidos, além de poder também contar também com o auxílio de bases instáveis, como bolas, pranchas e bastões. Frequentemente, a modalidade também faz uso de objetos como cordas e alguns tipos de peso.
Benefícios do treino funcional
Ainda que não seja exatamente algo novo, o treino funcional tem conquistado cada vez mais pessoas, tomando não apenas espaços em academias mas também ao ar livre e até na sala de casa. Essa popularidade, por sua vez, tem inúmeros motivos; além de ser um exercício bem completo, ele traz uma infinidade de benefícios:
Treinos personalizáveis
Ainda que treinos de musculação, por exemplo, também possam ser personalizados, o foco deles é o fortalecimento – e, enquanto isso, um treino funcional pode ser devidamente preparados com foco na necessidade de quem pratica. Ou seja, eles são elaborados para alcançar o resultado que o aluno precisa, seja ele fortalecimento, queima de calorias e até reabilitação de certas funções após traumas físicos, por exemplo.
Corpo funciona melhor no dia a dia
Por trabalhar habilidades e movimentos que as pessoas executam normalmente no dia a dia, realizar treinos funcionais com frequência faz com que atividades cotidianas – que envolvem, por exemplo, agachar, puxar, empurrar e saltar – fiquem mais fáceis, já que, com os exercícios, o corpo acaba ficando mais apto a eles.
Queima calórica alta
Como os movimentos do treino funcional costumam exigir bastante esforço físico, são realizados de forma rápida e normalmente com intervalos curtos entre os exercícios, a queima calórica promovida por ele é altíssima – segundo academias e profissionais de educação física, a modalidade é capaz de gastar até 800 calorias por sessão.
Emagrece mais rapidamente
Segundo o fisioterapeuta Diego Gonçalves, as atividades são mais dinâmicas e que proporcionam uma queima calórica intensa. “Os treinos são focados, raramente se repetem e por isso a queima calórica e fortalecimento da musculatura acabam acontecendo mais rápido”, afirma o profissional do Espaço MS Vida.
Além disso, a facilidade em transformar o treino ajuda o praticante a não enjoar dele – algo que também pode ajudá-lo a se manter constante nas atividades físicas, sem pausas que podem prejudicar o progresso.
Tonifica enquanto emagrece
Ao mesmo tempo em que queima calorias pela intensidade, os treinos funcionais também exercitam força, fazendo, por consequência, com que os músculos fiquem cada vez mais definidos. Com isso, é possível que o praticante também combata a flacidez enquanto emagrece, alcançando um corpo mais tonificado.
Dinamismo que ajuda a não enjoar
Não é nada raro encontrar quem pague a academia por alguns meses e logo desista del, reclamando de ter enjoado dos exercícios. Realmente, estar sempre no mesmo ambiente para praticar os mesmo treinos vendo as mesmas pessoas pode não ser o cenário ideal para muita gente quando o assunto é atividade física – e é justamente essa monotonia que os treinos funcionais ajudam a afastar.
Como não dependem necessariamente de equipamentos, é possível alterar bastante os exercícios realizados durante o treino – além do que fazer esse tipo de circuito de atividades é naturalmente mais dinâmico que um treino de musculação ou uma aula focada apenas nos glúteos, por exemplo.
Outro ponto em que o treino funcional sai ganhando quando o assunto é monotonia é o fato de que ele não está necessariamente preso a um mesmo ambiente, podendo então ser praticado em uma academia, em casa, no quintal, em praças e parques e até na praia.
Pode ser feito em casa
Para muita gente, praticar atividades físicas é complicado devido à falta de tempo, recursos e até pela inibição de frequentar um local voltado para isso, como uma academia. Em vez de uma musculação, por exemplo, que só pode ser realizada em casa quando se tem uma infinidade de aparelhos, o treino funcional pode ser feito no conforto do lar.
Isso porque, apesar da possibilidade de se usar equipamentos, os exercícios que costumam estar nesse tipo de circuito usam o peso do próprio corpo e os treinos não são longos, possibilitando que o praticante se exercite sem necessariamente deixar de lado os filhos ou as tarefas de casa, por exemplo.
Para auxiliar quem quer fazer isso, uma boa ideia é recorrer a videoaulas ou aplicativos que criam treinos específicos para diferentes objetivos e limitações – mas, aqui, é altamente recomendado tanto buscar serviços certificados quanto a ajuda de um profissional para assegurar que os exercícios estão sendo realizados da forma correta.
Equipamentos que podem ser usados
Em geral, o treino funcional pode ser realizado com o peso do próprio corpo (o que pode fazer com que tudo pareça fácil, mas não é), há certos equipamentos que podem incrementar os circuitos. Conheça alguns deles:
Kettlebell
O Kettlebell é uma bola de ferro com cerca de 20 centímetros de diâmetro que conta com uma alça para que o praticante a carregue. No treino funcional, ele pode auxiliar no trabalho de músculos como o quadríceps, promovendo um ganho de força, resistência, crescimento muscular e emagrecimento. Em geral, eles pesam até 40 kg.
Cordas
Presentes em boa parte dos treinos funcionais realizados com assessórios, as cordas navais são bastante grossas e pesadas, usadas para trabalhar especialmente os músculos superiores e o equilíbrio. Com ela, se realiza exercícios que consistem em segurar uma extremidade de uma corda com cada mão, “batendo-a” repetidamente ou a ondulando no chão.
Halteres
Os famosos “pesinhos” de academia também podem participar dos exercícios funcionais, fazendo com que eles fiquem mais intensos – usando esse acessório, é possível, por exemplo, turbinar agachamentos.
Cama elástica
Certos exercícios do treino funcional podem ser realizados sobre um mini trampolim que, apesar de fazer com que a atividade pareça uma brincadeira, deixa tudo ainda mais intenso. Fazendo movimentos de corrida nele, por exemplo, trabalha-se bastante os membros inferiores, o core, o equilíbrio e a coordenação motora.
Tipos de treinamento funcional
Qualquer série específica para o aluno pode ser denominada treino funcional, com exercícios que podem se alternar entre circuitos, saltos, giros, técnicas de pilates e agachamentos, todos sob a possibilidade de usar aparelhos e equipamentos que auxiliem na prática das atividades. Há, porém, alguns tipos de treino funcional em que você pode apostar:
Treino funcional suspenso
Uma das apostas das celebridades são os atividades treinos suspensos – que, como o próprio nome diz, se trata de um treino funcional trabalhado parcialmente fora do chão. Com equipamentos especiais, os movimentos são feitos no ar, com o peso do próprio corpo, e isso garante um trabalho muscular muito mais intenso.
Usando um aparelho específico que inclui faixas e locais apropriados para segurar ou apoiar os pés, é possível realizar diversos tipos de exercício, determinando sua intensidade a partir do ângulo de inclinação do corpo. Isso, inclusive, torna possível intensificar a atenção dada a determinada região do corpo.
“Você pode focar o treinamento em uma parte do corpo que deseje definir ou praticar movimentos gerais, que vão trabalhar mais o abdômen e a parte do quadrado lombar”, explica o personal trainer Benedito Silveira Junior.
Tendo esse aparelho (como o TRX Suspension Training e o CrossCore), é possível praticá-lo em uma variedade de locais, desde em casa usando uma porta como apoio até em parques, com o apoio de uma árvore, mas existe também a possibilidade de frequentar aulas “prontas”.
Em academias que oferecem esse tipo de modalidade, o treino dura cerca de uma hora, sendo dez minutos voltados para um alongamento, 10 para o aquecimento do corpo e o restante do tempo em suspensão.
Beach training
Outra possibilidade é o beach training, que emagrece mais que academia. As atrizes Fernanda Souza, Giovanna Antonelli e Carolina Dieckmann, por exemplo, são algumas das adeptas e mantêm os corpinhos de dar inveja com atividades realizadas na praia. Aqui, a ideia do treino funcional se mantém, mas tudo é intensificado por alguns fatores que a praia é capaz de oferecer e um ambiente fechado, não.
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Além de proporcionar um bom condicionamento físico, resistência, fôlego e força como todo treino funcional, esse treino também inclui alguns obstáculos, como a presença da areia – que, como torna os movimentos mais difíceis, aumenta a intensidade com que o corpo precisa trabalhar. Junto disso, o sol também contribui para um aumento da temperatura do ambiente, fazendo o praticante suar mais que o normal.
Entre os principais exercícios normalmente realizados na areia neste tipo de treino estão a corrida e o deslocamento entre cones, além de atividades que usam equipamentos como cordas.
Treino com eletroestimulação
Escolha de famosas como Maisa Silva e Bruna Marquezine, outra modalidade que tem feito a cabeça de muita gente é o treino com eletroestimulação. Nele, o praticante usa uma roupa especial (que lembra um traje de mergulho) ou eletrodos ligados diretamente ao corpo que enviam impulsos elétricos e fazem com que o treino seja potencializado.
Isso porque esses impulsos, provocam contrações musculares involuntárias que atingem uma musculatura mais profunda. De acordo com Ícaro Pereira, co-fundador do estúdio de eletroestimulação frequentado por Marquezine, a técnica até parece inofensiva, mas é um bocado potente. “Vinte minutos [de eletroestimulação] equivalem a até duas horas de musculação”, declara ele.
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Como esse tipo de técnica não pode ser aplicada a exercícios de musculação com pesos, ela normalmente é atrelada a treinos funcionais e até a lutas – e sempre acaba sendo um treino de alta intensidade. Além de promover bons resultados em geral, o profissional afirma também que ela pode ser especialmente positiva para quem tem mobilidade reduzida ou idade avançada, já que estimula os músculos sem que a pessoa precise se esforçar em atividades de alto impacto.
Esse treino, porém, não é para todos. Segundo o especialista, mulheres gestantes, pessoas que têm diabetes, alergias, feridas na pele, distúrbios neurológicos, aterosclerose em estágio avançado ou que fazem uso de marca-passo não devem apostar nesta técnica.
Cuidados com o treino funcional
Como está “na moda” e não requer equipamentos, é comum que as pessoas decidam testar exercícios funcionais por conta própria – mas isso não é indicado. Antes de iniciar a prática de qualquer exercício físico, é aconselhável buscar auxílio profissional para se certificar de que os movimentos estão sendo executados corretamente, além de consultar um médico que possa autorizar a prática de exercícios físicos com ou sem restrições.