Órgãos de saúde explicam por que surto de hepatite não está ligado à vacina da Covid-19: entenda

por | maio 12, 2022 | Saúde

Com centenas de casos confirmados em 20 países e mais alguns sob investigação para a devida classificação, a onda de hepatite aguda misteriosa que tem afetado crianças tem gerado muita especulação.

Por enquanto, ainda não se sabe ao certo o que está causando a doença com esta frequência – e, apesar dos muitos boatos de que o quadro teria relação com a vacina contra Covid-19, há um motivo simples que tem levado autoridades em saúde a rejeitar a hipótese.

Surto de hepatite e vacina contra a Covid-19 não têm relação: entenda

Desde abril, quando inúmeros casos de hepatite aguda em crianças começaram a ser registrados na Europa – especialmente em países do Reino Unido -, a OMS (Organização Mundial da Saúde) e diversas outras autoridades em saúde fizeram alertas, mas, até agora, ainda não há uma explicação concreta para o surto.

Há, no entanto, hipóteses – e a especulação sobre o quadro estar ligado à vacina contra a Covid-19, que chegou a circular como comentário do público em geral pela internet, já foi descartada por um motivo simples.

Hepatite
Rasi Bhadramani/Getty Images/iStockphoto

Ainda que a vacinação contra a Covid-19 esteja avançada em muitos países, crianças de boa parte deles não começaram a receber a imunização ainda.

De acordo com a OMS, inclusive, a maioria dos casos já identificados da hepatite misteriosa ocorreram em crianças que não tomaram nenhuma das vacinas disponíveis do mercado, fazendo com que a hipótese não se sustente.

O NHS, órgão de saúde do Reino Unido, por sua vez, alerta que não há qualquer evidência de que haja relação entre a hepatite e a vacina contra Covid-19 e endossa a afirmação da Organização Mundial da Saúde: “A maioria dos casos aconteceu com crianças que têm menos de cinco anos e são jovens demais para terem recebido a vacina.”

No momento, a teoria mais aceita é a de que os casos de hepatite aguda misteriosa em crianças tem relação com a infecção prévia por um tipo de adenovírus. Apesar de estes quadros não estarem, em geral, ligados à inflamação do fígado, há hipóteses de que pode se tratar de uma mutação nova do vírus, que o sistema imunológico das crianças foi “pouco estimulado” durante o lockdown pela pandemia ou até de que este é só mais um possível efeito colateral pós-Covid-19 ainda pouco estudado.

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