Ser exposto a situações de racismo, além de doloroso e revoltante, pode gerar problemas de saúde. Um novo estudo analisou o cérebro de mulheres negras que relataram experiências com a discriminação racial e traz algumas novas perspectivas sobre o assunto.
Exposição ao racismo pode afetar microestruturas cerebrais
O estudo, publicado no periódico científico Psiquiatria Biológica: Neurociência Cognitiva e Neuroimagem, mostrou que vivenciar o racismo pode afetar a saúde.
Cientistas da Emory University, em Atlanta, por meio de questionários e exames, analisaram mulheres negras que sofreram racismo.
Um grupo de 79 participantes com idades entre 19 e 61 anos responderam a um questionário de experiências de discriminação e participaram de exames.
Por meio da ressonância magnética, os estudiosos escanearam os cérebros das participantes e realizaram uma varredura para criar mapas referentes às habilidades cognitivas.
Efeitos do racismo nas estruturas cerebrais
Eles descobriram que as áreas mais afetadas nas pessoas que sofreram episódios de racismo foram o corpo caloso, que conecta os dois hemisférios do cérebro, e o feixe do cíngulo, estrutura que liga os lobos frontais, parietais e temporais do órgão.
De modo geral, a discriminação racial afeta a integridade dos tratos pré-frontais de massa branca que são sensíveis ao estresse e, portanto, muda o comportamento das pessoas, o que aumenta o risco para distúrbios de saúde.
Em entrevista, os pesquisadores explicaram que a discriminação racial muda comportamentos relacionados à autorregulação, como se alimentar, e isso pode ter um peso para a saúde física.
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