Após dar à luz Zaya, sua filha caçula, a cantora Simone notou algo suspeito no corpo. Apesar de ter tentado sanar o problema com medicamentos, a sertaneja não parou de ter sangramentos fortes e constantes – e, ao investigar a questão, ela descobriu ter adenomiose, doença “prima” da endometriose que pode causar infertilidade e foi o motivo pelo qual, na época, Simone teve de passar por uma histerectomia.
Simone descobriu adenomiose pós-parto
Algumas semanas após dar à luz a pequena Zaya, Simone Mendes usou o Instagram para comunicar os fãs de que estava começando a investigar um sangramento pós-parto anormal. Devido à descamação do útero após uma gravidez, mulheres que deram à luz chegam a apresentar este sangramento por cerca de 40 dias – mas, conforme o da cantora se estendeu, ela decidiu buscar atendimento médico.
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“A princípio, foi passada uma medicação para que meu sangramento parasse. Se não parasse, a gente ia estudar ver o que estaria acontecendo. E assim foi feito: tomei o anticoncepcional que foi passado para regular a questão do sangramento e não resolveu”, narrou a sertaneja em um vídeo sobre o tema publicado por ela em seu canal no YouTube.
Na sequência, a cantora passou então a fazer alguns exames para descobrir o que estaria causando o sangramento de mais de 60 dias. Conforme um ultrassom transvaginal não foi suficiente para detectar o problema, Simone foi submetida a uma ressonância magnética da região pélvica e, então, houve o diagnóstico de adenomiose. “Isso estava fazendo com que o sangramento não parasse”, explicou.
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Diante do diagnóstico, a equipe médica responsável pela cantora optou pela colocação de um dispositivo intrauterino (DIU) hormonal com o objetivo, segundo Simone, de parar o sangramento. A tática, porém, não foi bem sucedida, e a cantora precisou então passar por uma histerectomia, cirurgia na qual o útero é retirado. Na época, Simone lamentou a situação, mas agradeceu por tudo ter acontecido após ela ter a quantidade exata de filhos que queria ter.
Adenomiose: o que é

Quando o ciclo menstrual da mulher não é marcado pela fecundação de um óvulo e a posterior fixação de um embrião na parede do útero, o endométrio – nome que recebe o revestimento interno do órgão – se descama e é descartado na forma da menstruação. A adenomiose, no entanto, ocorre quando estes pedaços de endométrio descamado invadem a camada muscular do útero, chamada de miométrio.
Adenomiose x endometriose
Segundo o ginecologista Élvio Floresti, apesar de estas duas doenças seguirem o mesmo “padrão”, elas são diferentes. Enquanto a adenomiose é caracterizada pelo crescimento do tecido na camada muscular do útero, a endometriose consiste no mesmo tecido crescendo fora do útero, afetando, por vezes, órgãos adjacentes como bexiga e intestino.
Sintomas de adenomiose

Assintomática em alguns casos, a adenomiose pode apresentar os seguintes sintomas:
- Cólicas intensas que aumentam com o tempo;
- Dor pélvica;
- Dor durante o sexo;
- Sangramentos fora do período menstrual;
- Aumento e/ou prolongamento do fluxo menstrual com coágulos;
- Aumento no tamanho do útero;
- Dificuldade para engravidar.
O que causa a adenomiose

Não se sabe ao certo as causas específicas da adenomiose, mas, na comunidade médica, há algumas hipóteses. As principais, segundo o ginecologista, são:
- Traumas uterinos que provocam o rompimento do tecido que divide o endométrio e o miométrio;
- Formação irregular do útero;
- Irregularidades hormonais.
Além disso, o médico explica também que ter menstruações excessivas com cólicas, menarca precoce, realizar uma cesariana e estar acima dos 40 anos de idade são fatores de risco para o aparecimento da adenomiose.
Possíveis complicações

Por provocar dores e prolongar o período menstrual, a adenomiose acaba prejudicando a qualidade de vida da mulher, bem como as relações sexuais. Em alguns casos, devido ao sangramento intenso, a doença também pode levar à anemia por hemorragia uterina e, se a paciente também tiver endometriose pélvica, é possível que ela se torne infértil.
Tratamento

Apesar de o único tratamento definitivo ser a cirurgia de retirada do útero, há tratamentos que podem amenizar os sintomas. É possível, por exemplo, administrar medicamentos que desestimulam o crescimento do endométrio, colocar um DIU (no caso de mulheres que não tiveram aumento expressivo do útero), operar apenas as lesões causadas pela doença e até a chamada embolização das artérias uterinas, que consiste em “cortar” o fluxo sanguíneo em determinada parte do útero.