Surpreendendo a todos, a jornalista Renata Capucci revelou recentemente que foi, há quatro anos, diagnosticada com a doença de Parkinson. No comando do podcast “Isso é Fantástico”, da Rede Globo, a apresentadora dedicou um dos episódios do programa a falar sobre doenças progressivas como o Parkinson – e, motivada por relatos positivos e falas inspiradoras dos convidados, ela contou a própria experiência com a doença de maneira emocionada.
Renata Capucci revela ter doença de Parkinson
Em meio a um episódio recente do podcast “Isso é Fantástico”, a apresentadora Renata Capucci fez uma revelação igualmente importante e inspiradora. Diante de outros relatos e explicações sobre doenças degenerativas, tema do episódio, Renata contou que tem doença de Parkinson, compartilhando de forma emocionada que, após manter o diagnóstico em segredo de quase todos por anos, ela não quer mais sentir que está se escondendo.
Citando Guta Stresser, atriz da Globo que recentemente revelou o diagnóstico de esclerose múltipla, Renata se abriu aos convidados e ao público. “Chegou minha vez de me libertar, porque viver com esse segredo é ruim. Você se sente vivendo uma vida ‘fake’. Parte de você é de um jeito e você fica escondendo a outra parte de outras pessoas. No meu caso, a maioria das pessoas, porque sou uma pessoa pública. Queria contar para vocês que fui diagnosticada com doença de Parkinson em 2018”, afirmou ela, que tinha 45 anos na época e, atualmente, tem 49.
Conforme contou Renata, o primeiro sintoma da doença apareceu em meio à participação da jornalista no programa “Popstar”, também da Rede Globo, mas não foi ela quem percebeu. “As pessoas perguntavam: ‘Por que você está mancando, Renata?’ Eu falava: ‘Não estou mancando’. Eu não percebia! Fui fazer fisioterapia, osteopatia… A coisa não mudou”, pontuou a apresentadora, relatando que o diagnóstico veio em um hospital após a manifestação de um sinal mais perceptível para ela.
“Em dado momento, no meio do ‘Popstar’, no sexto programa, eu estava em casa e meu braço subiu sozinho, enrijecido. Meu marido, que é médico, me levou para um hospital que tinha emergência neurológica e eu fui diagnosticada com Parkinson”, disse ela, detalhando a reação que teve ao diagnóstico. “Aquilo caiu como uma bigorna na minha cabeça”, afirmou a jornalista, que, logo, mudou a forma como encara o diagnóstico.
“Estou viva! Quatro anos depois eu estou bem, sou feliz. Não quero virar mártir, não quero que tenham pena de mim – pelo contrário! Tenho orgulho da minha trajetória, tenho orgulho da maneira como encaro essa doença. Encaro ela de frente hoje. Já passei por todas as fases, depressão, negação… Hoje, estou na fase cinco, em que olho essa doença de frente e falo: ‘Olha aqui, seu Parkinson, eu tenho você, você não me tem’”, disse ela, se emocionando.
Contando ser adepta da prática regular de exercícios físicos pensando em evitar a progressão da doença e de medicamentos voltados para isso, Renata falou ainda sobre como lida com o Parkinson no trabalho. “Tenho uma vida positiva e me seinto feliz. Apesar de tudo, tenho o apoio do meu trabalho. As pessoas que me cercam, meus chefes, sabem da minha condição. Tenho total apoio. Não sou ‘café com leite’ por ter doença de Parkinson. Neste momento, estou em Florianópolis fazendo uma matéria superimportante. Já senti vergonha, mas hoje não me sinto diminuída por ter doença de Parkinson”, declarou.
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Por fim, ela pediu empatia por pessoas que, como ela, convivem com uma doença degenerativa, e frisou que, apesar da leveza com que tenta levar a vida, ter Parkinson não é algo simples ou agradável. Ainda assim, porém, ela segue se empenhando para manter a força, e deixou uma mensagem positiva sobre o futuro.
“Quem tem essas doenças não esquece delas por um segundo. É importante dizer isso. ‘Nossa, você tira de letra’. Não! Eu sofro, sim. É muito ruim, é uma porcaria ter essa doença, porém eu tenho. Ou eu toco minha vida de maneira otimista, encarando de frente, ou eu sento e choro, vou ficar deprimida e piorando. Não vai me trazer absolutamente nada de bom. […] A vida não termina no diagnóstico. Não é o fim! Para quem recebeu o diagnóstico: acredite, existe um monte de possibilidades pela frente”, concluiu.
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Diagnóstico de Parkinson antes dos 50 é incomum
Doença degenerativa, o Parkinson afeta o cérebro de forma a gerar movimentos incontroláveis pelo corpo. Os sintomas, como tremores, enrijecimento, dificuldade de equilíbrio e problemas de coordenação, porém, não costumam aparecer tão cedo quanto apareceram para Renata.
Segundo informações divulgadas pelo Instituto Nacional de Envelhecimento (NIA), um dos centros de pesquisa do Departamento de Saúde e Serviços Humanos dos Estados Unidos, embora a doença ainda não seja totalmente compreendida, há uma clara associação com idade, e os primeiros sinais de Parkinson tendem a aparecer após os 60 anos.
Há, no entanto, uma chance pequena de se vivenciar a doença cedo, como aconteceu com Renata e também com o ator Michael J. Fox, astro de “De Volta Para o Futuro” que foi diagnosticado com Parkinson aos 29 anos de idade. De acordo com dados do Instituto, que é referência em pesquisa sobre esta e outras doenças degenerativas, apenas de 5 a 10% dos pacientes são diagnosticados antes dos 50 anos de idade. Nestes casos, a tendência é que a doença seja hereditária.
Apesar de não ter cura, certos medicamentos, procedimentos cirúrgicos envolvendo a implantação de um eletrodo no cérebro e outras terapias complementares podem ajudar a trazer bem-estar para quem convive com esta doença e até atrasar a progressão dela. Quanto mais cedo ela foi diagnosticada, melhores são as chances de se viver com mais conforto em meio ao quadro.