A doença hepática gordurosa metabólica, popularmente como acúmulo de gordura no fígado, afeta cerca de 25% da população mundial, de acordo com um estudo recente publicado no periódico científico Nature, e mesmo sendo uma das grandes causas de doenças como cirrose não-alcoólica e fibrose, grande parte dos pacientes só a percebe em fases avançadas.
Confira as principais causas da esteatose hepática e métodos de prevenção.
Principais causas da esteatose hepática
Outro nome dado para o acúmulo de gordura no fígado, neste caso com baixos componentes inflamatórios, a esteatose hepática possui fatores de risco que a predispõem, conforme explica a hepatologista Karla Toda Oti, da rede de hospitais São Camilo de São Paulo.
Alguns deles são o sobrepeso, sedentarismo, além de dietas desbalanceadas e excesso de bebidas alcoólicas, que podem contribuir para o acúmulo de gordura no fígado. Isso acontece porque o pâncreas não consegue realizar a retirada do excesso de glicose do sangue, empurrando-a para o fígado, gerando o acúmulo de gordura no órgão.

Além disso, o uso de medicamentos como corticóides, metotrexato, amiodarona e tamoxifeno favorecem o acúmulo de gordura no fígado.
“O uso excessivo desses compostos causa lesões no fígado. A frequente regeneração e agressão do órgão também pode levar à esteatose”, acrescenta.
Gordura no fígado: sintomas
A especialista afirma que, assim como qualquer doença hepática, os sintomas demoram a aparecer e por isso o ideal é manter uma rotina de exames regular.
“A pessoa só percebe os sintomas quando há um prejuízo mais significativo das funções do fígado. Por isso, é importante sempre a avaliação de especialistas para obter um diagnóstico ainda nas fases iniciais da esteatose para que a doença não progrida”, afirma.

Dentre os principais sintomas, quando eles começam a se manifestar, destacam-se dores abdominais, inchaço na barriga, dores de cabeça e perda de apetite. Vale lembrar que os sintomas da esteatose não aparecem no início do quadro, e uma pessoa pode passar anos doente antes de obter um diagnóstico.
O fígado também pode aumentar de tamanho, mas isso só pode ser observado mediante exames de imagem e, em casos mais extremos, à palpação feita por um especialista.
Complicações da gordura no fígado
O fígado possui uma série de funções, como digestão de gorduras, metabolização de medicamentos e álcool, armazenamento e liberação de hormônios e armazenamento de glicose como fonte de energia.
Com isso, as lesões causadas pelo acúmulo de gordura podem gerar fibroses no fígado e, posteriormente a cirrose, fazendo com que o órgão perca gradativamente suas funções.

“Uma vez que a pessoa atinge o patamar da cirrose, ela não tem mais como se curar, mas pode manter a qualidade de vida por meio de uma rotina ativa, alimentação adequada e uso de medicamentos, mas a indicação deve ser feita por um especialista”, ressalta.
Karla afirma ainda que 25% dos indivíduos que sofrem com a esteatose, podem progredir para graus mais avançados da doença.
Tratamento para gordura no fígado
Ao receber o diagnóstico de acúmulo de gordura no fígado, Karla afirma que a pessoa deve apostar principalmente na mudança de estilo de vida e acompanhamento com um profissional.
“Essas mudanças são fundamentais e preconizadas em todas as fases da doença. A pessoa deve pensar na redução de 7 a 10% do peso corporal e no ajuste do padrão alimentar, evitando excesso de gorduras e doces, frutose, entre outros. Ter uma equipe multidisciplinar de cuidado e acompanhamento é o ideal para a melhora. Não existem dietas ou remédios milagrosos, “detoxificantes”, como tanto se propaga. O cuidado e metas são individualizados conforme o estágio da doença”, esclarece.

Vale lembrar que não existem medicamentos específicos para o tratamento da gordura no fígado, mas tratar comorbidades como diabetes, triglicérides e obesidade evita o acúmulo da gordura no órgão.
Prevenção da esteatose hepática
Tão importante quanto obter um diagnóstico precoce, é prevenir que a gordura se acumule no fígado.
Manter uma alimentação balanceada, não exagerar no consumo de bebidas alcoólicas é essencial. A prática de atividades físicas também pode ajudar muito, já que por meio deles a reserva energética acumulada no órgão passa a ser utilizada e começa a diminuir.
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