Aos 3 meses, filha de Cazarré faz cirurgia para reparar definitivamente o coração: “Será curada”

por | set 27, 2022 | Saúde

Logo após a chegada da filha caçula, Maria Guilhermina, Juliano Cazarré e a esposa, Leticia, anunciaram que a pequena teria de ficar internada e passar por cirurgias por ter uma condição cardíaca rara. Três meses depois, a mãe da pequena revelou nas redes sociais que ela passa agora pela terceira operação – e esta, conhecida como cirurgia do cone, tem o objetivo de corrigir definitivamente a anomalia no coração da bebê.

Aos 3 meses, filha de Cazarré passa pela 3ª cirurgia cardíaca

Em junho deste ano, Juliano e Leticia Cazarré deram as boas-vindas à quinta filha do casal, Maria Guilhermina, em meio a uma situação delicada. Desde a gestação, o par já sabia que a pequena nasceria com uma cardiopatia chamada Anomalia de Ebstein – e agora, após algumas cirurgias, incluindo uma que ocorreu logo após seu nascimento, a bebê passa por um procedimento que busca a cura.

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Em um post no Instagram, Leticia relatou as expectativas quanto à operação ao anunciar a nova internação da filha. “Hoje nossa pequena Maria Guilhermina vai passar pela cirurgia que nós tanto esperávamos, a cirurgia do cone. […] Ela nasceu numa terça-feira de manhã e, se Deus quiser, será curada nesta terça-feira de manhã”, escreveu a mãe da pequena, lembrando os outros procedimentos feitos por ela.

“Três meses se passaram desde que ela chegou ao mundo e passou pela primeira cirurgia. Três vezes nos despedimos dela a caminho do centro cirúrgico. […] É hora de rezar e pedir, pedir muito! Juntem-se a nós nas orações a Dom Álvaro para que Deus nos conceda o milagre da cura total desse coração valente que Maria Guilhermina carrega no peito”, pediu a mãe da bebê.

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Cirurgia do cone para Anomalia de Ebstein: o que é?

De acordo com a cardiologista pediátrica Juliana Rodrigues Neves, diretora do Departamento de Intervenções em Cardiopatias Congênitas da Sociedade Brasileira de Hemodinâmica e Cardiologia Intervencionista (SBHC), a Anomalia de Ebstein é uma cardiopatia que faz a “porta de entrada” do coração (válvula tricúspide) se formar em um local diferente. Isso, por sua vez, torna difícil o retorno do sangue “usado” aos pulmões.

Na Anomalia de Ebstein, a válvula tricúspide aparece mais abaixo do que seria o normal e, quanto mais baixa for esta implantação, mais complicado é o caso. Segundo a médica, isso faz com que a apresentação de Maria Guilhermina seja o mais raro e grave entre os tipos da cardiopatia – tudo porque, na apresentação neonatal, a válvula está tão baixa que a passagem do sangue para o pulmão fica impedida.

Na Anomalia de Ebstein, uma válvula aparece em posição diferente do natural e pode impedir a passagem de sangue
magicmine/Getty Images/iStockphoto

Em casos assim, segundo a cardiologista pediátrica, é esperado que a criança passe por diversas intervenções cirúrgicas, sendo as primeiras delas paliativas – ou seja, visando dar suporte para que o coração funcione bem usando apenas um dos lados. A cirurgia do cone citada por Leticia ao falar sobre o novo procedimento da pequena, porém, é um procedimento de correção que visa reparar totalmente a anomalia.

Nesta cirurgia, a ideia é “remodelar” a válvula tricúspide, deslocando o tecido no sentido horário. Desta forma, a estrutura ganha um formato triangular que lembra um cone, melhorando o fluxo sanguíneo e impedindo o refluxo.

Segundo Leticia, um dos médicos responsáveis pela operação de Maria Guilhermina é o cirurgião cardíaco José Pedro, médico da BP, A Beneficência Portuguesa de São Paulo e especialista responsável por desenvolver e executar pela primeira vez o procedimento do cone. Hoje, a operação é reconhecida como o padrão mundial para o tratamento da Anomalia de Ebstein.

Filha de Juliano Cazarré