Apesar de os “desligamentos” de Pedro Scooby no “Big Brother Brasil” 22 terem virado piada durante o programa, a web passou a levantar a hipótese destes momentos serem sintoma de um problema de saúde.
Logo, as suposições chegaram à ex-esposa de Scooby, Luana Piovani, e à família do surfista, que deram mais detalhes sobre isso – e, ao Tá Saudável, a neurocirurgiã Tatiana Vilasboas explicou que, de fato, quadros assim merecem atenção especializada.
“Crises de ausência” de Scooby no “BBB”
Durante o “BBB” 22, o surfista Pedro Scooby apresentou um comportamento bastante peculiar que chamou a atenção não só do público, mas de outros participantes do reality.
Frequentemente – seja no meio de uma fala, de uma tarefa ou em momentos de reflexão –, Scooby tinha pausas nas quais parece se desligar dos arredores, ficando imóvel, de olhos e boca abertos durante alguns segundos antes de retomar o raciocínio de onde havia parado.
o scooby passando 90% do dia dele assim, viajando https://t.co/ag4JMQ1xtL
— larica (@twiclaremont) February 8, 2022
Logo, o comportamento de Scooby começou a ser alvo de piadas nas redes sociais, e até suposições ligadas a drogas. Para muitos, o que ele apresenta poderia estar relacionado ao uso de maconha, conhecida por “desacelerar” o cérebro – e isso já foi negado por pessoas próximas ao surfista. Para outras pessoas, porém, isso seria um sinal de alerta para um problema neurológico e, conforme suposições sobre isso se espalharam, até Luana Piovani, ex-esposa de Scooby, se manifestou.
Conforme afirmou a atriz usando a ferramenta Stories do Instagram, Scooby sempre apresentou estes “desligamentos” e, por isso, suspeita até de ter Transtorno de Déficit de Atenção (TDA), algo que nunca foi diagnosticado. Isso, inclusive, vem desde antes do famoso acidente sofrido por Scooby em Portugal durante uma competição de surfe – e, diante de suspeitas levantadas por grupos nas redes sociais, até a própria atriz se mostrou preocupada com a situação.
o DG cantando a música do vt do scooby viajando…… e o scooby viajando
o crossover de milhões 🗣️ #BBB22 pic.twitter.com/FBP4fkidAQ
— j (@dawnfvck) March 21, 2022
“Meus dois filhos tiveram uma convulsão rápida por elevação de temperatura quando pequenos, e minha médica disse que isso era hereditário. O Pedro teve, mas teve uma convulsão a vida inteira. […] Ele sempre teve essas crises de ausência e não toma medicamento nenhum”, afirmou Piovani, especialmente preocupada após alertas de grupos de epilepsia sobre a possibilidade de as crises de ausência mencionadas serem, na realidade, uma pré-convulsão.
“Apagões” como os de Scooby são sinal de alerta
De acordo com a neurocirurgiã Tatiana Vilasboas, do Hospital San Gennaro, em São Paulo, apesar de as pessoas geralmente terem a ideia de que convulsões são apenas os quadros onde a pessoa se debate, perde a consciência e o controle do corpo de forma geral, há uma série de tipos de convulsões. Conforme explica a médica ao Tá Saudável, a convulsão “clássica” é a tônico-clônica generalizada, mas há também crises parciais nas quais o paciente mantém o nível de consciência, e crises convulsivas febris, mais comuns na infância.

A médica afirma também que, apesar de parecer algo inofensivo, momentos nos quais a pessoa parece ter um “apagão”, no qual segue consciente, mas aparentemente ausente da situação, não são uma pré-convulsão, mas sim potencialmente uma crise convulsiva em si. “Quando se tem episódios de ausência onde se fica parado, o olhar fica parado, a boca geralmente se abre, isso seria um tipo ameno de crise convulsiva”, afirma ela, citando que há necessidade, em casos assim, de se realizar investigação neurológica.
Em meio à preocupação e às piadas da web sobre as ausências de Scooby, familiares do surfista também se pronunciaram afirmando que o comportamento é “de família” e não indicaria problemas de saúde. Segundo Tatiana, há, de fato, pessoas que têm o raciocínio mais lento e precisam de pausas para organizar os pensamentos, mas, em geral, o cenário é outro. “Geralmente o paciente fica emitindo sons, vícios de linguagens que usam para dar tempo e manter a melodia da fala”, diferencia a médica, explicando também que este não é um sintoma clássico do Transtorno de Déficit de Atenção.