Indicados para casos de dores agudas, anti-inflamatórios como ibuprofeno e aspirina são comuns nas prateleiras das farmácias. No entanto, a utilização excessiva desses tipos de medicamentos, de acordo com pesquisadores da Universidade McGill, pode promover ainda mais desconforto a longo prazo.
Analgésicos podem piorar dores a longo prazo
Um artigo publicado na revista científica Science Translational Medicine mostra que inflamações são naturais para cura das dores agudas. Segundo cientistas da Universidade McGill, do Canadá, o bloqueio deste processo pode gerar ainda mais desconforto.
Os especialistas analisaram um tipo de glóbulo branco, conhecido como neutrófilo, para entender o porquê de dores desaparecerem em alguns indivíduos e em outros não.
Na primeira parte do estudo, que foi realizado em duas partes, os pesquisadores neutralizaram os neutrófilos de camundongos e constataram que as dores foram prolongadas por um tempo até dez vezes maior que o normal.
Na segunda metade, 500 mil pessoas foram observadas e foi constatada a mesma anulação da ação dos glóbulos brancos, mas desta vez causada pelos anti-inflamatórios. Os usuários de remédios como ibuprofeno e aspirina mostraram-se propensos a ter dores prolongadas por entre 2 e 10 anos.
A Universidade ressalta, porém, que apesar dos resultados promissores, ainda serão necessários novos ensaios clínicos para comparar diretamente os ativos dos medicamentos.
Ela aponta também que ativos como o acetaminofeno, outro tipo de anti-inflamatório, não bloqueiam as células de defesa em questão e, por conta disso, pode ser uma opção melhor para o tratamento de dores a longo prazo, visto que não atrapalha o processo natural da inflamação.
Analgésicos e seus efeitos
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