3 a cada 4 crianças com hepatite misteriosa tinham adenovírus no sangue: o que a OMS sabe

por | ago 26, 2022 | Saúde

Entidades de saúde ao redor do mundo investigaram um recente surto de hepatite em crianças. De acordo com a Organização Mundial da Saúde, 35 países foram afetados desde o início de abril deste ano.

Agora, o órgão de saúde esclarece a relação enytre o surto e o adenovírus e que 3 a cada 4 crianças apresentaram o agente em exames de sangue que foram analisados.

Adenovírus e a hepatite misteriosa em crianças

De acordo com informações da OMS, os casos da hepatite misteriosa aconteceram em crianças menores de 5 anos de idade, e a maioria apresentou sintomas como gastroenterite aguda, dor abdominal, náuseas e vômito. Os quadros progrediram rapidamente para icterícia, o que indicou danos no fígado.

Surto de hepatite em crianças preocupa autoridades.
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A OMS descobriu, ainda, que as crianças não haviam sido infectadas por vírus que comumente causam as hepatites A, B, C ou E. Além disso, não houveram relatos de exposições comuns a água, alimentos, medicamentos ou pessoas que poderiam estar contaminadas.

Quase nenhuma das crianças havia sido vacinada contra a Covid-19 e por isso a relação da doença com a vacinação foi descartada. Além do adenovírus, a OMS chegou a suspeitar de uma infecção simultânea deste vírus com o coronavírus.

Hepatite
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A entidade afirmou que de metade a três quartos das crianças que foram afetadas pela doença e realizaram testes foram diagnosticadas com o adenovírus.

Como o adenovírus causou hepatite em crianças?

A OMS explica que a infecção por adenovírus costuma ser comum na infância, mas que a pandemia de Covid-19, o isolamento social e o uso de máscaras fez com que a exposição a estes agentes causadores diminuíssem.

Desta forma, quando as crianças passaram a circular em ambientes fora de casa, houve um aumento da transmissão destes tipos de doença de maneira mais agressiva.

Exame de identificação do adenovírus
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Uma segunda hipótese é a infecção passada por Covid. O órgão indica que cerca de 70% das crianças analisadas mostraram evidências de infecções anteriores pelo coronavírus, e por conta disso, ao serem afetadas pelo adenovírus tiveram uma resposta imune hiper-reativa, que levou à hepatite.

Por fim, a entidade pede que pais e responsáveis observem sintomas como gastrite com desenvolvimento para icterícia nas crianças.

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