Sorriso alvejante > Branco é sinal de saúde?

O clareamento é indicado para todos os casos em que a pessoa busca ganho de tonalidade, afirma o Dr. Egberto França, dentista carioca especialista em implante e estética dental. “É o mesmo processo que ocorre com a água sanitária na roupa. Com a oxirredução, os pigmentos são desmanchados”, explica. Em seu consultório, ele utiliza a técnica a laser, que amplia a rapidez dos resultados. Em média, três sessões são necessárias e o resultado pode permanecer por dois anos ou mais.

O efeito não é definitivo, já que os dentes continuarão expostos aos pigmentos de alimentos e bebidas que consumimos. “As pessoas costumam pensar que é um tratamento cosmético, o que não é verdade. Com a dieta atual, pode haver repigmentação, porém é difícil que o dente volte à cor original”, esclarece Felipe Arcas. Segundo ele, o tratamento não oferece riscos como o enfraquecimento da estrutura do dente, mas pode provocar sensibilidade temporária.

O dente branco pode ter uma cárie escondida e a pessoa apresentar uma doença periodontal. Às vezes, um dente mais amarelado também é saudável

Mas atenção: dente branco não é sinônimo de dente saudável. O clareamento é um tratamento estético que pode embelezar e até elevar a auto-estima, mas não garante dentes livres de problemas. “O dente branco pode ter uma cárie escondida e a pessoa apresentar uma doença periodontal. Às vezes, um dente mais amarelado também é saudável”, pondera o Dr. Egberto França.

Ele explica que o tratamento é eficaz, mas existem algumas contra-indicações. Restaurações pré-existentes, manchas acinzentadas muito acentuadas, pigmentações feitas pelo sangue e manchas criadas pelo uso de antibiótico são exemplos de casos em que o clareamento não é eficaz.

Capinhas milagrosas

A solução podem ser as facetas e as coroas. Estes tratamentos são indicados para pessoas com manchas acentuadas ou com problemas na anatomia do dente, já que funcionam como uma espécie de capa.

Feita de porcelana ou cerâmica, a faceta é uma fina camada que envolve o dente apenas em sua parte externa. “As facetas são como uma unha postiça. É uma cobertura. É indicada para pessoas que possuem dentes com formatos diferentes – o dente conóide – ou, ainda, muito desgastados e escurecidos”, explica o Dr. Mário Groisman, especialista em periodontia e mestre em ciências dentais pela Universidade de Lund, na Suécia.

Já a coroa envolve o dente de maneira completa e possui um mecanismo de aderência mais eficaz. Porém, exige que os dentes sejam bastante desgastados para que seja aplicada da maneira correta. É indicada para dentes muito comprometidos, que apresentam cáries nos dois lados, por exemplo.

Dr. Mário Groisman lembra que é importante não perder de vista o bom senso na hora de optar por qualquer tipo de tratamento estético. “Houve uma evolução muito grande em odontologia estética, métodos de revitalização oral e reconstrução de dentes perdidos. Existe um limite do que se consegue alcançar, a não ser que você pague um preço biológico muito alto. Se o paciente chega com os dentes muito escuros e deseja deixá-los muito claros, será necessário o desgaste do esmalte para que se coloque uma coroa ou faceta”, observa o dentista.

Após a colocação da faceta ou da coroa, é necessário o acompanhamento por parte do especialista. O tratamento, em geral, é duradouro. Segundo Felipe Arcas, as capas possuem vida média de dez anos. “A porcelana é o material mais usado, por ser resistente e possuir estética muito semelhante ao dente natural, mas, como ele, pode vir a lascar”, pondera o consultor.

Dentes perdidos

Quando o problema é com a raiz do dente, é preciso recorrer ao implante. A perda dos dentes causa grandes constrangimentos e dificuldades no dia-a-dia, porém muitas pessoas ainda temem o procedimento. Este tipo de preocupação já pode ser considerada coisa do passado, garantem os especialistas. A tecnologia avançou e o implante, atualmente, é feito de forma praticamente indolor. “É uma solução sólida e eficaz. Atualmente, entendemos muito melhor o que representa a colocação de um novo dente em relação a estética. A cirurgia é guiada por computador e é minimamente invasiva”, esclarece o Dr. Mário Groisman.

Para substituir a raiz danificada, é feito um implante de uma raiz artificial de titânio e, por cima, é fixado o dente. Naturalmente, o osso se une ao material, no processo denominado osseointegração, fixando-o de forma definitiva. “Os pacientes ainda têm alguma reserva em relação a procedimentos cirúrgicos. Hoje, a tecnologia do implante está em tal nível que é possível voltar para o trabalho no mesmo dia, dependendo do grau da cirurgia”, afirma Felipe Arcas. Segundo ele, a cirurgia é segura e estudos apontam que o índice de sucesso é de 95%. “O titânio é biocompatível. O organismo aceita sempre”, conclui.