Ter TOC é diferente de só gostar de tudo organizado: outros 8 intomas da doença

O “TOC” é um termo que muitas pessoas usam quando como uma maneira de descrever quem lava as mãos durante horas todos os dias ou que tem mania de organização e limpeza.

Na realidade, o Transtorno Obsessivo-Compulsivo é muito mais complexo do que estes hábitos: são pensamentos obsessivos incontroláveis que invadem a mente de um indivíduo e, a única forma de aliviar estas ideias é realizar estes “rituais” com regras e etapas rígidas.

No livro TOC: Livre-se do Transtorno Obsessivo-Compulsivo, o Dr. Jeffrey M. Schwartz afirma que esta condição está relacionada a um desequilíbrio bioquímico no cérebro e que atinge nada menos que 300 milhões de pessoas em todo o mundo.

Sintomas de TOC

Quando manias simples viram obsessão é preciso ficar atento: quem sofre deste transtorno acredita que o único jeito de se livrar estes pensamentos que geram ansiedade é realizar o ritual da compulsão. E isso vai desde checar a porta várias vezes para ver se realmente está trancada ou lavar as mãos repetidamente para ficar livres de germes e bactérias que podem causar doenças.

A psiquiatra Magda Vaissman afirma que este conjunto de pensamentos e condutas forçam as pessoas a pensar em algo ou, no caso de uma compulsão, a fazer uma ação sistematicamente e sem controle. Pessoas com TOC acreditam que se não agirem desta ou daquela maneira, algo ruim pode acontecer.

O psiquiatra e psicanalista Mario Louzã explica que pessoas com TOC muitas vezes tem noção de que suas obsessões/compulsões não fazem sentido, mas não conseguem deixar estes hábitos de lado. E isso gera angústia e sofrimento por não ter controle das próprias ações.

Por outro lado, há indivíduos só percebem que tem esse transtorno quando a doença começa a afetar suas ações diárias. Entre os sintomas mais comuns, estão:

  • Verificação em excesso de portas, janelas e travas que oferecem segurança;
  • Passar muito tempo lavando ou limpando itens, bem como as mãos e o corpo, no caso, tomando banho inúmeras vezes por dia;
  • Medo de ser contaminado por germes e passar doenças para outras pessoas;
  • Medo de perder ou não ter objetos que a pessoa pode precisar;
  • Organização de objetos nos mínimos detalhes, com ordem e simetria;
  • Contar, tocar ou repetir diversas vezes a mesma palavra ou fazer coisas sem sentido para diminuir a ansiedade;
  • Atenção excessiva em regras morais, religiosas ou superstições;
  • Pensamentos pessimistas, como de que quem pode causar mal a alguém
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Como tratar o TOC

E não são apenas os adultos que podem sofrer de TOC: os pais devem ficar atentos a qualquer manifestação de comportamentos compulsivos em crianças. Pequenos a partir dos 3 anos de idade também podem ser acometidas por este distúrbio.

A psiquiatra Magda Vaissman explica que indivíduos com estes pensamentos estranhos e incontroláveis, que chegam a dificultar a realização das tarefas cotidianas, devem procurar um especialista para uma avaliação mais precisa.

A má notícia é que dificilmente este distúrbio é detectado por meio de exames. Entre as sugestões de tratamento, a médica recomenda a Terapia Cognitiva Comportamental e, dependendo do caso, a ingestão de medicamentos específicos.

Já o Dr. Jeffrey M. Schwartz acredita que aqueles que tem TOC devem entender que as mensagens compulsivas são falsas e reordenar o cérebro para corrigi-lo. A família e os amigos têm papel fundamental no tratamento, já que afastar o pensamento obsessivo demanda tempo e nem sempre as mudanças são assimiladas facilmente.

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