Solidão pode virar doença e levar à morte, diz psicóloga

por | jun 30, 2016 | Saúde

O caso da morte do Chorão, vocalista da banda de rock Charlie Brown Jr., pegou toda a população de surpresa e deixou milhares de fãs desolados. A apresentadora Sônia Abrão, que era prima do cantor, afirmou que ele reclamava frequentemente de sentir-se muito só e que estava passando por uma depressão profunda.

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Segundo a psicóloga Simone Freitas, da Santa Casa da Misericórdia do Rio de Janeiro, a solidão pode, sim, se tornar uma doença. “A solidão por si só é um sentimento, mas, caso se torne permanente e contínuo na vida de alguém, pode virar uma doença, assim como a depressão”, esclarece.

Ela explica que é possível que uma pessoa se sinta solitária mesmo estando rodeada de amigos, por não se sentir compreendida ou por acreditar que não recebe apoio emocional. Essa sensação pode ser desencadeada por diversos fatores, como dificuldades no trabalho e na vida pessoal, doença, perda de um ente próximo, etc.

Crédito: Shutterstock

“A solidão se torna uma doença a partir do momento em que a pessoa se isola, não tem mais vontade de fazer as coisas que fazia antes, chora muito, não quer falar sobre seus sentimentos, não sente confiança em ninguém e pode, inclusive, ter pensamentos suicidas”, descreve Simone. A doença pode, inclusive, ser indício de depressão.

Os sinais aos quais familiares e amigos devem estar atentos são demonstrações de desesperança, baixa autoestima, tristeza, perda de apetite ou fome excessiva, insônia ou hipersonia, desânimo e apatia. O maior risco é o suicídio, uma vez que o paciente chega a tal ponto que não vê mais sentido na vida e sente que não há outra saída.

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“A família pode ajudar tentando conversar e entender, mas sem julgar”, diz a psicóloga. “A sensação muitas vezes é permanente e não diminui facilmente, ou então surge em alguns momentos específicos. Por isso, as pessoas mais próximas devem tentar convencer o paciente a procurar um especialista, pois essa é a única forma de diminuir o sentimento de solidão”, recomenda.

O tratamento envolve um profissional psiquiatra, para tratar os sintomas com medicamentos, e um psicólogo, que deve ajudar o paciente a reorganizar seus pensamentos e aliviar os sentimentos negativos.