Para as mulheres, quando chega a hora de deixar o pediatra ou o hebiatra é o momento de procurar o ginecologista. Seja porque menstruou para tirar dúvidas sore a vida sexual. Entretanto, muitas jovens têm duvidas na hora de marcar uma consulta o ginecologista. O que perguntar? Devo ou não raspar toda a virilha? Minha mãe tem que ir junto?
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Já para as mães, a primeira consulta da filha pode ser o símbolo transformação, mas também gerar incertezas. Devo ir com ela ou não? Eu marco ou deixo ela marcar?
Primeira consulta com um ginecologista
Quando ir?
É importante ir ao ginecologista após primeira menstruação (Crédito: Thinkstock)
Depois do pediatra, o ginecologista, junto com um clinico geral, é quem passará a cuidar da mulher. As consultas são frequentes e isso deve ser ponderado na hora de escolher o médico ou a médica.
Mesmo estando tudo bem com a saúde, é importante ir ao ginecologista após a primeira menstruação, já que a partir deste momento a menina é fértil e precisa saber sobre o funcionamento do corpo dela – como é a ovulação, como são as cólicas menstruais, como se prevenir de uma gravidez indesejada e como se cuidar para não contrair DST’s (doenças sexualmente transmissíveis), como o HPV ou o HIV.
“O ideal é que antes de iniciarem as relações sexuais as meninas procurem um ginecologista para exames clínicos e complementares. Posteriormente, médico e paciente podem escolher juntos um método de contracepção, discutir a dupla proteção (gravidez indesejada + DSTs) e como devem ser agendadas as próximas consultas”, conta o ginecologista Daniel Luchesi, da clínica Livon, de Joinville (SC). “É preciso saber que, além de ser importante para garantir a saúde, a visita a esse profissional é uma ótima oportunidade para tirar da gaveta todas aquelas dúvidas que ficam rondando a cabeça, especialmente quando o assunto é sexualidade”, salienta o especialista.
Dores, secreções, cólicas, caroços, dores nos peitos e alteração na menstruação são motivos requerem uma avaliação médica.
O que vai acontecer na primeira consulta?
Segundo o médico, a primeira consulta é um bate-papo para que o especialista conheça a paciente. “São feitas perguntas relacionadas a doenças de infância, enfermidades na família, hábitos de vida, primeira menstruação, presença de cólicas e a regularidade dos ciclos menstruais. É essencial sempre dizer a verdade, porque é por meio das respostas que o médico fará uma avaliação correta”, alerta.
Vou fazer exame ginecológico?
A resposta é variável. Meninas que ainda não iniciaram a vida sexual podem ter as mamas e o abdômen avaliado, através de toques pode fora do corpo. Já aquelas que perderam a virgindade podem ter útero e ovários examinados. “Se a paciente já teve relações, são examinados, além das mamas e do abdômen, o útero e os ovários através do exame de toque e exame especular. Pode ser um pouco incômodo, mas nunca doloroso”, explica o ginecologista.
Como é o exame ginecológico?
“No exame de toque vaginal o médico introduz o dedo indicador e com a outra mão comprime levemente o abdome da mulher. É um exame importantíssimo para avaliar o colo uterino, o corpo uterino e os ovários. Ele é realizado em pacientes que já tiveram relação sexual e faz parte da consulta ginecológica de rotina”, detalha o especialista. Durante este exame é normal sentir um leve desconforto, mas não dor. Caso o procedimento esteja machucando, informe ao médico.
Vou ter que tirar a roupa?
Para que os exames possam ser feitos, mesmo que não haja a necessidade do toque vaginal, a menina precisa ficar sem roupa. Mas, não há do que sentir vergonha. Além dos médicos estarem acostumados à situação, ainda é possível se proteger com um avental. “Sempre usamos um avental para que ela não se sinta tão exposta”, diz Luchesi.
É preciso se sentir a vontade com o médico, seja homem ou mulher (Crédito: Thinkstock)
Escolher médica mulher é melhor?
As mulheres se dividem nessa questão. Muitas preferem ir a ginecologistas mulheres por se sentirem mais a vontade e íntimas, já outras preferem os profissionais homens. É preciso confiar na figura escolhida, independente do gênero dela.
O que perguntar na hora?
Perguntas sobre a sexualidade são normais e devem ser feitas – todas, sem exceção – ao médico. Todas as outras sobre a anatomia do corpo, ciclo menstrual e cuidados íntimos também.
Devo depilar ou raspar os pelos?
Os médicos estão acostumados a lidarem com mulheres o dia todo. Os pelos pubianos são naturais e não interferem na consulta. Portanto, vá como você se sente a vontade.
Menstruei. E agora?
“Como a primeira consulta geralmente é mais uma conversa informal, para conhecimento da paciente por parte do médico, pode ir ao ginecologista menstruada sim. Geralmente não se examinam pacientes menstruadas, somente em casos mais urgentes”, explica o médico.
Minha mãe tem que ir junto no ginecologista?
Não. A mãe não precisa ir obrigatoriamente à consulta com o ginecologista. “A adolescente, desde que identificada como capaz de avaliar seu problema e de conduzir-se por seus próprios meios para solucioná-lo, tem o direito de ser atendida sem a presença dos pais ou responsáveis no ambiente da consulta”, comenta o médico.
“A decisão de ir acompanhada ou não é da paciente e deve ser respeitada para que ela se sinta confortável e não haja constrangimentos”, alerta Luchesi.
O médico vai contar tudo para minha mãe?
“Todas as informações trocadas dentro do consultório são sigilosas. Dessa maneira, é garantida a confidencialidade e a execução dos procedimentos diagnósticos e terapêuticos necessários, com exceção as situações consideradas de risco – gravidez, abuso de drogas, não adesão aos tratamentos recomendados, doenças graves, risco à vida ou a saúde de terceiros – que tornarão necessária a participação e o consentimento dos pais ou responsáveis”, explica o ginecologista.
Mães
Apoio, compreensão e respeito são essenciais neste momento (Crédito: Thinkstock)
Segundo Luchesi, as mães precisam ficar calmas, ouvir as dúvidas das filhas e jamais criticar ou condenar algum tipo de atitude. A relação de amizade é muito importante nesta fase. O respeito com a filha também é essencial: se a mãe sente que ela ficará mais a vontade se estiver sozinha com o médico para tirar dúvidas, pode participar da consulta e sair antes, para abrir esse espaço. É uma troca de respeito e espaço entre mãe e filha. Também é sempre importante lembrar que a primeira consulta com o ginecologista costuma ser constrangedora para uma menina e que ela pode evitar perguntar algo importante para sua proteção e saúde simplesmente por vergonha da mãe.
“A função do médico não é dar bronca, nem criticar ninguém. A função é ajudar a paciente da melhor maneira possível”, finaliza o ginecologista.