O ator Miguel Herrán, o Rio da série “La Casa de Papel”, revelou recentemente que viveu um transtorno dismórfico corporal chamado vigorexia durante sua adolescência.
Em entrevista à versão espanhola da revista “Men’s Health”, o protagonista da produção da Netflix contou um pouco sobre como era a relação com o corpo.
Miguel Herrán: passado com vigorexia
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Herrán ganhou prestígio mundial por seu trabalho desempenhado como um dos membros que assalta a Casa da Moeda da Espanha na série “La Casa de Papel”. O ator também é um dos protagonista da espanhola “Elite”.
Tido como galã em ambas as produções, o perfil sarado de Herrán é algo que ele cultiva desde cedo. Porém, não por motivos tão saudáveis.
No passado, o ator conviveu com a vigorexia, um transtorno de imagem que leva o indivíduo a se sentir insatisfeito com o corpo e praticar atividades físicas exageradamente para se sentir melhor – porém, a sensação de dever cumprido nunca chega, mesmo com o corpo musculoso.
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Aos 13 e 14 anos, por exemplo, a musculatura extremamente desenvolta fez com que Herrán fosse apelidado por colegas de Conan, o Bárbaro – personagem interpretado por Arnold Schwarzenegger conhecido por seus enormes músculos.
Hoje em dia porém, a relação do astro com o corpo não é mais a mesma e ele se diz muito mais satisfeito com sua imagem.
“Agora, estou encantado com meu corpo. Não é perfeito, mas é meu templo e minha ferramenta”, declarou o ator na entrevista.
Vigorexia: o que é
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A vigorexia é um transtorno dismórfico corporal, termo utilizado para quadros de saúde em que o paciente não se enxerga como é, e que leva a pessoa a se sentir descontente com o corpo.
O sentimento de insatisfação leva o indivíduo a pensar que sua imagem é de alguém fraco e pequeno, o que o faz praticar atividades físicas incessantemente em busca da hipertrofia.
O quadro é mais comum em homens, mas ele também pode ocorrer em mulheres.
Sintomas da vigorexia
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O principal sintoma da vigorexia é a insatisfação com o corpo: ou seja, mesmo estando em ótima forma, a pessoa não se dá por satisfeita. Além disso, ela fica vulnerável a medidas que colocam em risco a saúde, como dietas restritivas e uso de anabolizantes. Os sinais incluem:
- Insatisfação e vergonha do corpo
- Obsessão por exercícios devido à aparência física
- Dor muscular e cansaço constante
- Irritação e agressividade
- Depressão e insônia
- Adoção de dietas restritivas
- Aumento do ritmo cardíaco ao repousar
- Falta de libido
- Autoestima e confiança baixas
- Ato excessivo de ver seu reflexo por espelhos
- Comportamentos repetitivos, como olhar fotos de si mesmo várias vezes
Riscos da vigorexia
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A vigorexia não é um quadro simples e pode causar complicações à saúde. Dentre eles, constam a deficiência de nutrientes, insuficiência renal ou hepática, doenças de circulação e lesões em músculos, articulações e ligamentos devido ao excesso de atividades físicas.
Em mulheres, o excesso de exercícios pode levar a problemas reprodutivos. “O metabolismo muda e, junto com ele, os hormônios também sentem os efeitos dos exercícios abusivos. O que acontece é que os níveis de estrogênio diminuem, enquanto os de testosterona aumentam. Essa combinação pode bloquear a ovulação e desregular a menstruação”, explica o ginecologista Rubens Paulo Gonçalves.
Além disso, pessoas que sofrem com o distúrbio e recorrem ao uso do anabolizante estão suscetíveis ao aparecimento de doenças cardiovasculares, anemia, câncer de próstata e diminuição do tecido testicular, de acordo com o professor de educação física e fisiologista Gilberto Coelho.
Tratamento para vigorexia
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Segundo a nutróloga Maria Del Rosario Zariategui de Alonso, membro do Departamento de Distúrbios Alimentares da Associação Brasileira de Nutrologia (ABRAN), é muito comum que vigoréxicos não reconheçam que estão com o distúrbio, sendo necessária a intervenção de familiares para o início do tratamento.
Os cuidados com o quadro envolvem, normalmente, acompanhamento nutricional e médico. Em alguns casos, é necessário uso de medicamentos. Além disso, seguir se consultando com um psicólogo também é válido neste caso.
Vale lembrar que não é preciso parar de treinar para tratar a vigorexia, mas readequar as atividades para que não haja excessos.
É importante salientar também que nem todas as pessoas com músculos proeminentes ou fisiculturistas são vigoréxicos – afinal, é possível atingir um shape sarado com um ritmo saudável de treino.