Hepatite C pode provocar cirrose e câncer

por | jun 30, 2016 | Saúde

Uma doença silenciosa e gradual, a  hepatite  C destrói o fígado e pode provocar cirrose e tumores em longo prazo. Somente no Brasil, de acordo com o Ministério da Saúde, cerca de 3 milhões de pessoas possuem a doença, a maioria delas sem saber que tem. No mundo todo, a Organização Mundial de Saúde (OMS) estima que haja cerca de 150 milhões.

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Diferença entre hepatites A, B e C

A principal diferença entre a hepatite C e os outros tipos diz respeito ao vírus que provocou a infecção. As  formas  de  contaminação também são diferentes. “Na  hepatite A a transmissão ocorre através da ingestão de alimentos ou água contaminada. Nas  hepatites B e C, através de secreções e fluídos corpóreos (sangue e secreções sexuais), porém na B com maior facilidade. É possível ainda a transmissão transplacentária ou mesmo no aleitamento”, explica o infectologista-chefe do Hospital Villa-Lobos, Cláudio Gonsalez.

Segundo ele, a hepatite C ainda não possui uma  vacina específica, mas os novos  medicamentos criados para tratá-la são eficientes. “Os inibidores de protease (enzima) têm sido incluídos no tratamento contra a hepatite C com grandes perspectivas de aumentar os índices de  cura e redução de complicações da doença. A eficácia das novas medicações pode chegar a 80%”, afirma.

Diagnóstico da hepatite C

O médico explica que a ação do vírus da hepatite C é lenta e, na maioria das vezes, assintomática. “O processo evolutivo da doença resulta em destruição parcial do fígado. Essa destruição promove uma tentativa de reparação com substituição do tecido destruído por um cicatricial, que não tem as mesmas funções do original”, diz. Essa destruição maciça do tecido original leva a uma restituição parcial, o que pode provocar perda da função hepática, levando a doenças como a cirrose.

A evolução lenta da doença e o fato da infecção não aparecer em exames de rotina pode levar as pessoas contaminadas a descobrirem a patologia tardiamente. “Pode-se viver a vida toda com hepatite C sem que se tenha nenhum sintoma. Porém, algumas pessoas podem apresentar sintomas como cirrose, com insuficiência hepática e hepatocarcinoma (câncer) em até 20 a 30 anos após terem contraído a doença”, afirma.

A forma de identificação da doença é por meio do Anti-HCV, um  exame  de  sangue específico que detecta a presença de anticorpos contra o vírus no organismo. Uma vez diagnosticada, o poder público arca com as despesas. “O Estado banca toda a medicação necessária para os pacientes que necessitam de tratamento conforme normas pré-definidas”.