O Ministério da Saúde passou a considerar grávidas e puérperas grupos de risco para a COVID-19.
Em uma imagem exibida na coletiva de imprensa da última quarta-feira (8), “puérperas” (ou seja, mulheres no período pós-parto) figuraram na lista das pessoas mais vulneráveis à doença do novo coronavírus.
Grávidas e puérperas no grupo de risco da COVID-19
Ao VIX, o Ministério da Saúde explicou, por meio de nota, que a inclusão de puérperas e gestantes na lista deve-se ao fato de o grupo ser mais vulnerável a infecções no geral e, por isso, estar nos grupos de risco do vírus da gripe.
“Estudos científicos apontam que a fisiopatologia do vírus H1N1 pode apresentar letalidade nesses grupos [gestantes e puérperas] associados à história clínica de comorbidades dessas mulheres. Sendo assim, para a infecção pelo COVID-19, o risco é semelhante pelos mesmos motivos fisiológicos, embora ainda não tenha estudo específico conclusivo. Portanto, os cuidados com gestantes e puérperas devem ser rigorosos e contínuos, independente do histórico clínico das pacientes”, escreve o Ministério da Saúde.
Coronavírus: cuidados para gestantes e puérpera
Os estudos sobre COVID-19 em mulheres gestantes ou no puerpério ainda são muito incipientes. O que se sabe até agora é que, provavelmente, não há transmissão vertical do novo coronavírus (isto é, contaminação de mãe para bebê durante a gestação ou na hora do parto).
Segundo Olímpio Barbosa de Moraes Filho, presidente da Comissão Nacional Especializada em Assistência Pré-Natal da Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo), os sintomas de COVID-19 desenvolvidos por gestante e puérperas são, na maioria dos casos, febre, fadiga e tosse seca. Algumas pacientes podem apresentar dores, congestão nasal, coriza, garganta dolorida ou diarreia.
Quanto aos cuidados que este grupo deve manter em relação à COVID-19, destacam-se:
Grupo deve evitar contato próximo e aglomerações
A recomendação de evitar aglomerações dada à população é ainda mais enfática para os grupos de risco, como as grávidas e puérperas.
O isolamento social tem sido uma estratégia tanto de proteção à população contra o coronavírus quanto de contenção da propagação do SARS-CoV-2 pelas cidades do país.
Assim, o prudente é que estas mulheres fiquem em casa o máximo possível e evitem contato com outras pessoas, especialmente as doentes. Se possível, outros membros da família devem fazer compras no mercado e farmácia.
Pré-natal é importante
O acompanhamento pré-natal não deve ser deixado de lado no caso de mulheres sem a doença (ou assintomáticas). A recomendação, de qualquer forma, é que locais com aglomeração sejam evitados.
No caso das grávidas com sintomas gripais, é preciso que a consulta de pré-natal seja adiada em 14 dias ( o período de incubação do vírus).
Quando grávidas devem procurar um hospital?
Idas desnecessárias ao hospital não são recomendadas pelo órgãos e profissionais de saúde, uma vez que as unidades hospitalares têm concentrado focos do SARS-CoV-2 e podem ajudar na transmissão do vírus em vez de ajudar.
No caso de sintomas de COVID-19, a orientação ao grupo é a mesma dada à população geral: somente busque uma unidade de emergência se sentir falta de ar. No caso de febre e outros sintomas respiratórios, ligue para o seu médico ou para o Disque Saúde – 136.
Em caso de intercorrência obstetrícia, a orientação é dirigir-se ao hospital.
Higiene pessoal deve ser mantida
De acordo com as diretrizes da Febrasgo, grávidas devem manter seus hábitos de higiene com atenção. São eles: lavar as mãos com água e sabão ou álcool gel, não compartilhar objetos pessoais e manter os ambientes ventilados.
Amamentação deve ser mantida
A Organização Mundial da Saúde (OMS) recomenda que a mulher infectada com o novo coronavírus mantenha a amamentação apesar da doença, já que, até agora, não há evidências de o vírus sendo transmitido pelo leite materno.
Para isso, basta que ela esteja com as mãos bem higienizadas e use máscara em caso de sintomas gripais. “A amamentação não deve ser suspensa, é só redobrar os cuidados, porque o benefício tanto para a mãe quanto para o bebê é muito grande”, afirma a ginecologista e obstetra Monique Novacek.