Por mais estranho que pareça, os fungos nas partes intimas femininas vivem em harmonia com os demais micro-organismos dessa região. O problema surge quando eles se multiplicam de forma descontrolada.
Fungo na vagina: o que pode ser?
As infecções vaginais por fungos são causadas principalmente pela candida, um micro-organismo que habita naturalmente a região íntima, mas que em excesso causa a candidíase.
“Existem varias espécies, mas a mais comum é a candida albicans”, complementa o ginecologista e obstetra Marcos Tcherniakovsky, mestre e Doutor pela Faculdade de Medicina da Fundação ABC e especialista em Vídeo-Endoscopia Ginecológica
Causas
A proliferação exacerbada de fungos tem origem em fatores tais como baixa da imunidade (causada por remédios ou má alimentação), consumo excessivo de carboidratos e uso de anticoncepcionais hormonais.
Lavar demais faz mal
Higienizar e secar a vagina é importante para evitar a proliferação de fungos, que gostam de sujeira e umidade.
Entretanto, exagerar nas lavagens pode ser ruim. “Altera o pH vaginal e reduz a quantidade de bactérias benéficas que habitam a vagina, dando oportunidade para as maléficas e fungos”, explica o médico.
É transmissível?
Esse é um tema que divide opiniões. De acordo com o ginecologista Marcos Tcherniakovsky, infecções fúngicas podem ser transmitidas sexualmente da mulher para o homem e vice-versa.
Já o urologista César Milton Marinellim defende que a doença só se manifestará se a pessoa contaminada estiver com baixa imunidade ou outros requisitos que facilitem a proliferação do micróbio.
Como ainda não há um consenso, o melhor é usar camisinha e prevenir essa e outros tipos de doenças íntimas:
Sintomas de fungo na vagina
Independente da espécie de fungo, os sintomas são muito semelhantes e incluem:
- Coceira na vagina (região íntima interna) ou vulva (parte externa)
- Corrimento vaginal esbranquiçado
- Vermelhão e coceira na vulva
- Ardência vaginal e ao urinar
Complicações
Se não tratada, a micose na vagina pode viajar na corrente sanguínea e afetar outras áreas, como esôfago, cérebro e pulmões, além de comprometer órgãos genitais como útero e trompas.
Tratamento
O primeiro passo é procurar um ginecologista para que seja realizada uma investigação que confirme ou descarte a infecção fúngica.
Já as terapias incluem medicamentos antifúngicos orais ou vaginais e banhos de assento com camomila, bicarbonato de sódio ou cloridrato de benzidamina.
Como prevenir?
Apostar em alimentos que fortalecem a flora também é uma boa alternativa para reforçar a imunidade e, consequentemente, evitar o excesso de fungos na vagina. Alho, cebola, sucos com clorofila e iogurte probiótico kefir são opções saudáveis. Evitar o consumo excessivo de carboidratos também é importante.
Já os cuidados quanto à higiene consistem em lavar a vagina diariamente uma vez ao dia, visto que a frequência menor ou maior contribui com alterações no pH íntimo.
Outro erro que abafa a vagina é usar de roupas apertadas, quentes ou molhadas, que criam um ambiente perfeito para os micróbios.
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