Entenda o que é a doença rara que filha de 6 anos de Marcia Goldschmidt tem

por | jul 4, 2019 | Saúde

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Após deixar para trás sua carreira como apresentadora de televisão no Brasil, Marcia Goldschmidt casou-se novamente em Portugal e, com seu novo marido, teve um par de gêmeas aos 50 anos – algo que não foi fácil desde o início e ainda não é fácil seis anos depois. Isso porque uma das duas, Yanna, tem uma doença rara e grave no fígado.

Em entrevista ao programa de televisão português “A Tarde é Sua”, Marcia explicou que vive para cuidar de Yanna. “O transplante não é uma cura, o transplante é trocar uma doença fatal por uma doença crônica”, disse, ressaltando que a filha faz exames periodicamente e toma medicamentos imunossupressores, tornando-se mais suscetível a infecções.

O que filha de Marcia Goldschmidt tem?

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Ao “Domingo Espetacular” (Record), Marcia revelou, em 2015, que Yanna possui a chamada atresia de vias biliares (ou atresia biliar), condição de saúde que afeta o fígado e foi descoberta quando a pequena tinha apenas cinco meses de vida. Ainda novinha, ela passou por um transplante e recebe cuidados constantes desde então.

Atresia biliar: o que é?

Produzida no fígado, a chamada bile transita entre ele, a vesícula e uma porção do intestino para auxiliar no processo de digestão, e essa circulação ocorre por meio de pequenos dutos. Nos casos de atresia de vias biliares, porém, esses dutos são formados de maneira a obstruir a passagem da bile, fazendo com que ela se acumule no fígado e danifique o órgão.

De acordo com o Instituto Nacional de Diabetes e Doenças Digestivas e Renais – órgão norte-americano -, a doença pode causar dificuldades em ganhar peso, desnutrição, cirrose e falência do fígado. Sem tratamento, crianças portadoras desse mal costumam desenvolver cirrose aos seis meses e precisam de um transplante de fígado em torno dos dois anos de idade.

Quem tem atresia biliar normalmente já nasce com ela ou desenvolve logo após nascer, fazendo com que a doença se manifeste ainda durante a primeira infância. Gravíssima, ela não tem cura, mas, de acordo com o órgão norte-americano, há alguns tratamentos que são capazes de fazer com que a criança leve uma vida relativamente normal.

Ainda segundo informações do instituto, a atresia biliar pode ocorrer tanto sozinha quanto acompanhada de outras malformações no corpo, como problemas cardíacos, no baço e no intestino. As estimativas divulgadas pelo órgão são de que apenas uma a cada 12 mil crianças é afetada pela atresia biliar nos Estados Unidos (e 84% delas tem o primeiro tipo da rara doença).

Causas da doença

Segundo o instituto norte-americano, ainda não há um consenso sobre o que causa a atresia biliar, mas as suposições são de que ela pode ocorrer a partir da infecção por certos vírus, contato com substâncias químicas tóxicas, deficiência no sistema imunológico, problemas no desenvolvimento dos tecidos ainda no útero da mãe ou alterações genéticas.

Sintomas

Devido às condições relacionadas ao fígado que a atresia biliar faz com que a criança desenvolva, o instituto afirma que o primeiro sinal da doença costuma ser icterícia (pele e olhos amarelados) – resultado do acúmulo de bile, que, por conter uma substância amarelada, pode dar essa aparência ao paciente quando há um problema no órgão.

Em geral, é comum que bebês recém-nascidos tenham icterícia, fazendo com que seja difícil identificar a atresia biliar neste período. Caso o aspecto amarelado da pele e dos olhos dure por mais de três semanas, porém, é possível que o sintoma seja uma indicação da doença.

Crianças que têm atresia de vias biliares também podem apresentar fezes de coloração amarelada, acinzentada ou esbranquiçada – justamente pelo fato de que a substância derivada da bile que ajuda na digestão não está chegando ao intestino. Além destes sintomas, o bebê também pode apresentar urina escura, inflamação abdominal, irritabilidade, sangramentos e baixo ganho de peso.

Diagnóstico

Quando a criança apresenta sinais de atresia biliar, os médicos podem requisitar exames de sangue, ultrassonografias, exames de imagem da região do fígado e biópsia do órgão para descartar outros possíveis problemas de saúde e diagnosticar a doença.

Tratamento

Uma vez diagnosticada a atresia biliar, a chamada técnica de Kasai costuma ser o primeiro procedimento indicado para tratá-la. Aqui, é realizada uma cirurgia para remover os dutos biliares externos ao fígado que estão prejudicados e substitui-los por “alças” de tecido retiradas do intestino da própria criança. Apesar de não curar a atresia, o procedimento pode retardar os danos ao fígado. Mesmo após passar por esta cirurgia, a maior parte dos pacientes precisa de um transplante de fígado em algum momento da vida.

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Cuidados com a alimentação

Mesmo após a utilização da técnica de Kasai, crianças portadoras de atresia biliar possuem um fluxo menor de bile migrando do fígado para o intestino, então problemas relacionados à nutrição ainda são bem comuns. Sendo assim, é preciso que a criança siga um plano de alimentação bem específico e repleto de suplementos vitamínicos.

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