Datena admite alcoolismo e revela dano sério na saúde: entenda principais riscos

por | set 5, 2017 | Saúde

Durante apresentação ao vivo do programa “Brasil Urgente”, da Band, o jornalista José Luiz Datena admitiu sofrer de alcoolismo e revelou um dano sério na saúde que teve em decorrência do problema.

“Sou alcoólatra, perdi a metade do pâncreas. Hoje eu bebo o mínimo que eu posso”, disse no ar, conforme noticiou o site UOL

O funcionamento incompleto do órgão – que tem papel de produzir enzimas digestivas e hormônios, em especial a insulina – pode acarretar desde problemas na digestão de proteínas e gorduras até quadros mais agravados, como a diabetes – doença que Datena também já afirmou ter.

Excesso de bebida alcoólica: quanto é demais?

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O dano ao pâncreas, no entanto, é apenas uma das possíveis consequências que o consumo excessivo de álcool traz à saúde. E não é necessário ser dependente para entrar no grupo de risco.

O consumo diário de álcool superior a 30 gramas da bebida já oferece danos. Isso equivale a três chopps, três taças de vinho ou pouco mais de uma dose de destilado (whisky, vodka, etc.).

Riscos à saúde

O hepatologista Rogério Alves, do Hospital Beneficência Portuguesa de São Paulo, explica que o álcool passa por diversos órgãos até ser totalmente metabolizado pelo organismo.

A longo prazo, e em grandes quantidades, isso pode provocar uma série de complicações que vão muito além da dor de cabeça e enjoo da ressaca.

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Pâncreas

A pancreatite, inflamação no pâncreas crônica, que acometeu o jornalista, surge em casos de consumo diário de álcool superior a 60 gramas da bebida. “Nestes casos, mais de 90% das atividades do órgão ficam comprometidas”, explica Alves.

E o diagnóstico é sério. Uma vez que a pancreatite foi identificada, os médicos recomendam que nunca mais se consuma nenhum tipo de bebida com teor alcoólico para não agravar o quadro e evitar a progressão da doença.

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Além das complicações digestivas e metabólicas citadas anteriormente, no que se refere especificamente ao pâncreas, a principal complicação é que ele pode necrosar e infectar, o que requer tratamento cirúrgico para a retirada desse material morto, necrosado e infectado.

“Cirurgia é indicada quando a pancreatite se torna um fator de risco para câncer no pâncreas”, esclarece o especialista.

Estômago

A mucosa do estômago fica irritada ao entrar em contato com álcool, desregulando a digestão e aumentando a produção de ácido gástrico no órgão. Além disso, o etanol prejudica também os mecanismos de defesa da mucosa gástrica, deixando o órgão mais vulnerável às inflamações e infecções.

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Fígado

O uso crônico de bebidas alcoólicas leva a um acúmulo de gordura no fígado (quadro cientificamente descrito como esteatose hepática). Neste processo, que pode ser reversível com a abstinência, o órgão torna-se mais volumoso, aumentando a pressão nele e nos demais órgãos.

Em casos mais graves, o álcool pode gerar uma inflamação celular crônica, pois o etanol modifica diversas estruturas celulares, provocando hepatite. Nesses casos, os pacientes precisam estar atentos aos sintomas, pois é possível que o quadro clínico evolua rapidamente para cirrose hepática, doença que pode levar à morte.

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A cirrose é caracterizada pela substituição do tecido vivo por tecido cicatrizado, após anos de danos ao órgão.

Cérebro

O uso excessivo do álcool também afeta as células nervosas. Os efeitos podem variar desde perda memória até, em casos mais graves, demência. Os nervos que estão espalhados pelo corpo também sofrem, e o indivíduo pode sentir dormência e formigamento nos braços e pernas.

Prejuízos do consumo excessivo de álcool