Crianças também podem desenvolver a osteoporose

por | jun 30, 2016 | Saúde

Como já está sendo desmistificado pelos especialistas à população, as crianças também podem ser portadoras da osteoporose e desenvolver a doença quando ainda são pequenas e não apenas ao atingir a idade adulta.

A osteoporose pode ser desencadeada em dois tipos: primário, que consiste no fato de a doença surgir em uma pessoa pelo processo natural de envelhecimento, e o secundário, quando a pessoa desenvolve a osteoporose por conta de outras doenças em seu organismo que comprometem a sua massa óssea. Portanto, a osteoporose juvenil se encaixa nesse segundo tipo e as causas mais frequentes são a diabetes mellitus, hipertireoidismo, doença renal, anorexia nervosa, artrite juvenil, a ingestão de determinados alimentos como os para epilepsia, corticosteroides e os imunossupressores, entre outros fatores.

Por ser uma doença silenciosa, que não causa dor a não ser que um osso seja fraturado, as pessoas podem, muitas vezes, não desenvolver sintomas específicos da osteoporose. Entretanto, quando se trata da osteoporose idiopática juvenil rara (IJO) é possível detectar a doença por meio de alguns sinais corporais, como o peito afundado e a curvatura anormal da coluna torácica, também conhecida como cifose. “Devemos ficar atentos em crianças e adolescentes com baixa ingestão de cálcio, aparecimento de fratura de repetição, história de osteoporose na família e a presença de doenças crônicas com uso de medicamentos que sabidamente reduzem a qualidade dos ossos”, alerta o Dr. Leandro Parmigiani, reumatologista do Complexo Hospitalar Edmundo Vasconcelos.

“Em qualquer tipo de comprometimento da saúde óssea antes que o crescimento do esqueleto finalize, seja primário ou secundário, haverá certamente um prejuízo na qualidade do tecido ósseo e um maior risco para fraturas por fragilidade na idade adulta”, comenta a reumatologista Dra. Elaine de Azevedo.

Históricos da doença na família contribuem para que a criança desenvolva a doença. Para diagnosticar o problema, além do exame de densitometria óssea, é possível detectar por exame de sangue, no qual se mede os níveis de cálcio e potássio, e por raios-x esqueléticos, que mostram imagens dos ossos, órgãos tecidos internos. De acordo com o Dr. Parmigiani as crianças podem desenvolver fraturas nos ossos. “As fraturas de repetição por traumas leves são os alertas para investigarmos a presença de osteoporose na criança. Elas podem ocorrer em qualquer local, sendo os mais frequentes as vértebras, a região próxima do fêmur e o antebraço”, afirma o reumatologista.

O tratamento da doença específico para crianças é determinado pelo médico especialista e tem como base a extensão da doença, a idade da criança, estado de sua saúde e histórico médico, tolerância em relação a medicamentos, entre outros fatores. “Nas crianças eventualmente são utilizadas drogas com exceção de cálcio. A prioridade é eliminação dos fatores de risco como medicamentos e sedentarismo. Estimular atividade física, exposição ao sol e alimentos ricos em cálcio é essencial”, comenta o Dr. Parmigiani.

Informações da pesquisa Firme e Forte Osteoporose 2012, que ouviu cerca de 2 mil brasileiras acima de 16 anos e 1 mil homens acima de 16 anos, afirmam que 41% das mulheres com até 44 anos de idade têm a consciência de que a prevenção da doença deve começar desde a infância, enquanto 13% acha que deve ser na adolescência e outros 20% a partir dos 30 anos de idade.

É possível amenizar a doença com simples hábito, como mantendo uma dieta balanceada favorecendo a estagnação do peso corporal adequado, diminuir a ingestão de cafeína, evitar ficar próximo a pessoas vítimas do tabagismo, e ingerir uma quantidade adequada de cálcio por dia. O reumatologista Dr. Nilton Salles lembra que “o nível de cálcio sempre pode ser compensado com suplementação e não se pode esquecer dos níveis adequados de vitamina D no organismo”.