Câncer de mama: causas, tratamento e cuidados

por | jun 30, 2016 | Saúde

O câncer de mama é, como todos outros tipos de câncer, um motivo de medo e preocupação de milhares de pessoas. Segundo o Instituto Nacional do Câncer no Brasil, temos uma projeção de, aproximadamente, 57.000 novos casos de câncer de mama. Isso o torna o  segundo tipo mais diagnosticado em todo o mundo. Embora o tratamento seja, na maioria dos casos, satisfatório, tendo uma média de 80% de sobrevida, no Brasil ainda existe uma alta taxa de mortalidade por conta da doença. A explicação é: diagnóstico da doença em estágio avançado.

O primeiro passo a ser tomado, por todas as mulheres, é entender o câncer. “O câncer é caracterizado por um crescimento exagerado e desordenado de células, fruto em geral de uma mutação genética, que torna a célula capaz de invadir os tecidos vizinhos ou formar colônias em órgãos distantes (metástases), em última análise comprometendo a qualidade de vida e a sobrevida do indivíduo”, explica o oncologista Geraldo Felício do Cetus-hospital dia.  Mais especificadamente, no caso do câncer de mama, “a célula surge, em cerca de 85% dos casos, dos ductos mamários, produtores de leite durante a vida reprodutiva, o chamado Carcinoma Ductal” completa o especialista.

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Desenvolvimento do câncer de mama

É muito importante que haja um controle rígido pelas mulheres, principalmente a partir dos 35 anos, pois o câncer de mama nos estágios iniciais, em geral, não apresenta nenhum sintoma, nem mesmo dores. O auto-exame é a melhor forma de prevenção, mesmo assim só é possível apalpá-lo dependendo do tamanho e da profundidade do nódulo, “caroços de 1 cm ou mais”, explica Dr. Geraldo. O ideal é realizar exames de imagem, “exames como mamografias, ultrassonografia e outros, pode-se detectar o câncer de mama ainda milimétrico”, completa.

Fatores de risco

A maioria dos cânceres de mama se formam e se desenvolvem a partir do estrogênio, hormônio feminino, é preciso evitar estados que favorecem sua exposição, pois eles aumentam o risco de câncer de mama. O especialista Geraldo Felício cita alguns exemplos:

  • Inicio precoce das menstruações;
  • Menopausa tardia;
  • Ausência de filhos;
  • Ausência de amamentação;
  • Terapia hormonal após a menopausa;
  • Obesidade (sobretudo na pós-menopausa);
  • Sedentarismo;
  • Presença de parentes de primeiro grau com câncer de mama ou de ovários;

Como tratar o câncer de mama?

Para ter certeza do diagnóstico, tenta-se puncionar o nódulo, em geral, com o auxílio da ultrassonografia. “Se o tumor é claramente grande ou compromete a axila, são pedidos exames antes da cirurgia para averiguar se há metástases” explica o Dr. Geraldo Felício “estes exames são dispensáveis no caso de tumores pequenos e aparentemente localizados”, completa.
Depois de todos esses cuidados, em alguns casos, é feita a cirurgia. Em outros, é preciso fazer uma quimioterapia pré-operatória, para que o tumor diminua de tamanho, para que o procedimento cirúrgico seja o menos agressivo possível. É recomendável que, sempre que possível, a cirurgia seja conservadora “salvando a mama e removendo apenas o tumor” explica o especialista Geraldo Felício. Terminado o processo cirúrgico, é necessário avaliar a necessidade de quimioterapia complementar, seguido de radioterapia e tratamento anti-hormonal.

Mastectomia preventiva

A remoção total das mamas como prevenção tem sido alvo de discussões e diversas opiniões. Segundo o Dr. Geraldo Felicio “a remoção das mastectomia é uma medida radical que deve ser reservada aos casos extremos de risco genético” explica o especialista “a menos que seja identificado no DNA da paciente uma mutação de alto risco”, completa. De acordo com ele, apenas 5% dos cânceres de mama tem o fator genético claramente determinante.

Idade x câncer de mama

A faixa etária mais comum a ter câncer de mama é dos 50 aos 60 anos “existem polêmicas sobre quando iniciar as mamografias, mas, o primeiro exame deverá ocorrer entre os 35 e 40 anos” explica Dr. Geraldo.

Nutrição

A alimentação durante o tratamento do câncer de mama deve ser o mais saudável possível. Evite alimentos pesados, mal cozidos e de origem desconhecida. “Durante o tratamento oncológico, algumas complicações, como baixa de imunidade, a inflamação da mucosa oral associado à redução do paladar e náuseas podem ocorrer, dificultando a ingestão alimentar neste período” explica Evanius Wiermann, presidente da Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica. É preciso ter um acompanhamento com um nutricionista, ter bons hábitos alimentares ajuda muito no processo terapêutico, “estudos recentes mostram que o ganho de peso, consumo excessivo de alimentos gordurosos e pouca prática de atividades físicas podem aumentar o risco de recidiva da doença, portanto, é importante dar atenção a estes pontos”, aconselha o especialista.

Atividades físicas

Muitas mulheres diagnosticadas com câncer de mama têm a incerteza se podem praticar exercícios físicos ou não. É evidente que prática dessas atividades devem ser feitas com algumas limitações, por conta da situação atual da paciente “haverá limites naturais durante o tratamento devido à fadiga relacionada a ele”, explica o Dr. Evanius. Outra coisa muito importante é tentar evitar lugares fechados como academias e salas de ginástica, dê preferência a lugares abertos e arejados para evitar contaminações, uma vez que o tratamento deixa a mulher com a imunidade mais baixa que o normal. “atividades de resistência com o braço do lado onde foi feito o esvaziamento axilar ou o linfonodo sentinela devem ser evitados para se reduzir o risco de linfedema ou inchaço deste membro” completa.

Vida sexual durante o tratamento do câncer de mama

Outro problema constante durante o tratamento das pacientes é a questão da vida sexual. Não apenas pelas franquezas e efeitos colaterais comuns de quem faz terapia contra o câncer, mas também pela questão psicológica: “A queda capilar bem como a redução temporária ou definitiva do nível dos hormônios femininos durante o tratamento podem afetar com sua autoestima bem como com o desejo sexual e a lubrificação vaginal natural, diminuindo o prazer durante o coito”, diz o oncologista. Mas não se preocupe, há alternativas que podem ajudar a reverter esse quadro, procurando um especialista da área. “Isto pode ser minimizado com uma boa assistência gineco e psicológica multidisciplinar durante a terapia” completa o especialista.

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