Calvície feminina: causas, prevenção e tratamento

por | jun 30, 2016 | Saúde

Cuidar do cabelo faz parte da rotina da grande maioria das mulheres. Afinal, os fios funcionam como uma moldura para o rosto. É por isso que costuma surgir um desespero quando eles começam a cair em grande quantidade, gerando a chamada alopécia, ou, mais popularmente,  calvície feminina. A queixa está entre as dez relatadas com mais frequência por pacientes entre 15 e 39 anos nos consultórios dermatológicos, de acordo com dados do último censo da Sociedade Brasileira de Dermatologia.

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O problema mexe não só com a vaidade, mas também com o psicológico, podendo causar preocupações e levar a distúrbios emocionais, pessoais, sociais e profissionais, como depressão, ansiedade e fobia social. “Em comparação com a população em geral, as taxas de prevalência de depressão relacionadas à alopécia são altas, o que sugere que pacientes afetados podem apresentar maior risco para o desenvolvimento de episódios depressivos, de ansiedade ou de distúrbio paranóico”, explica a médica Michelle Vilhena, do Centro de Genomas, em São Paulo. Segundo ela, conhecer as  causas da queda de cabelos é importante para lidar melhor com o problema e até mesmo para preveni-lo.

Causas da calvície

Fazer um teste genético ajuda a descobrir se você será vítima da calvície (Crédito: Thinkstock)

A herança genética – tanto do lado da mãe como do pai – é a principal causa da alopécia androgênica. Há também outros fatores, como anemia ou alterações da tireóide, que podem levar à queda dos fios, mas não causa o seu afinamento que é característico da alopecia. “O processo acontece devido à ação da enzima 5-alfa-redutase sobre o hormônio testosterona (a mulher também possui este tipo de hormônio, porém em menor quantidade que o homem) resultando em DHT (dihidrotestosterona), que age sobre os folículos pilosos, provocando o afinamento e miniaturização”, explica.

Ela ressalta ainda que o termo alopécia inclui não só a  perda total ou parcial de cabelos, temporária ou definitiva, mas também a perda de pelos em outras regiões do corpo, como cílios, sobrancelhas que, assim como a perda de cabelo, alteram a identidade e abalam a autoestima.

Em algumas mulheres o problema começa a se manifestar após a menopausa, quando a produção dos hormônios femininos é reduzida. No início, há uma rarefação difusa dos fios, que ficam menores e mais finos. “A evolução é lenta e, dificilmente, leva à perda total. No entanto, o quadro pode se tornar mais intenso se houver alterações hormonais, como a síndrome do ovário policístico ou o hirsutismo”, diz.

Prevenção da calvície

Um teste genético é um bom caminho para saber se vai ser vítima da calvície, já que a carga genética tem papel fundamental no surgimento do quadro. Ter esse conhecimento pode ajudar também  prevenir a queda de cabelos ou a buscar o melhor tratamento, caso o problema já tenha surgido. “O teste genético pode ser feito em qualquer momento da vida, mas, quanto antes, melhor. Isso porque, como o objetivo é trabalhar com prevenção, quanto mais cedo ela se iniciar, mais eficaz será o resultado. Quando a alopécia já está instalada, a chance de reversão é menor”, afirma.

Tratamento para calvície

O teste também ajuda a descobrir o  tratamento mais indicado, mostrando as probabilidades da pessoa responder ou não a determinados medicamentos. Um dos mais usados é a Finastericida, tanto em homens como em mulheres, mas não é sempre que ele funciona. “Se a chance do organismo não responder a essa medicação for grande, a recomendação será a de evitá-la, uma vez que tem efeitos colaterais desagradáveis”, explica a médica.

Nesses casos, a solução é iniciar uma prevenção ou tratamento com outros produtos e medicamentos que terão uma ação mais efetiva e segura. Tudo, é claro, somente com avaliação médica.

Produtos e medicamentos podem ajudar a prevenir e tratar a queda de cabelos (Crédito: Thinkstock)

Transplante de cabelos

Uma alternativa encontrada por alguns homens e que pode ser feita também por mulheres que sofrem com a calvície é o transplante. A técnica MIC (Microtransplante Capilar), desenvolvida pelo cirurgião plástico brasileiro Carlos Oscar Uebel, consiste em transplantar raízes capilares da região da nuca, onde qualidade genética do cabelo é melhor, para a área calva, que pode atingir um aumento de 52% a mais de cabelo. “A paciente não sairá da cirurgia cheia de cabelo como em um passe de mágica. O microtranplante é gradativo. Os fios que foram transplantados crescerão como os fios já existentes dentro do prazo que varia de 3 a 4 meses. Isso garante uma naturalidade muito grande e a certeza de um resultado satisfatório”, explica o médico.