SÍndrome do coraÇÃo partido

por | jun 30, 2016 | Alimentação

A imagem de um coração partido é normalmente ligada às dores de amor, decepções ou perda de quem se ama. Quando se entra em um relacionamento amoroso, corre-se o risco de sair com o coração partido, uma metéfora que ilustra com perfeição o sentimento de quem ainda ama e não é mais amado.

A sensibilidade feminina nos assuntos do coração não está só na subjetividade das histórias amorosas: uma doença cardíaca vem atacando mulheres acima dos 65 anos, com histórico de forte estresse físico ou emocional ou que tenha se submetido a algum tipo de cirurgia – a Síndrome do Coração Partido. Os índices revelam que 80% dos casos confirmados são entre mulheres.

Mais sobre a doença

Segundo o Dr. Augusto Bozza, diretor médico do Instituto Nacional de Cardiologia, no Rio de Janeiro, os primeiros relatos da síndrome do coração partido surgiram no Japão no início dos anos 90. ‘Em 2001, o primeiro estudo com 88 pacientes foi divulgado na Revista do Colégio Americano de Cardiologia e, após essa primeira publicação, novos casos foram relatados em países do Ocidente’, afirma o especialista. ‘Aqui no Brasil, vários casos já foram diagnosticados no Instituto Nacional de Cardiologia, referência do Ministério da Saúde no tratamento de doenças cardíacas’.

Os sintomas se assemelham a um infarto agudo do miocárdio com dor no peito menos intensa, alterações no eletrocardiograma e nas enzimas cardíacas. O ecocardiograma e a cinecoronariografia selam o diagnóstico, já que as artérias coronárias apresentam-se sempre normais, sem obstruções. A causa que leva a este quadro ainda não está bem esclarecida, mas várias teorias apontam para a liberação de hormônios adrenalina e nor-adrenalina nos casos de estresse, que atuariam sobre a inervação da ponta do coração, impedindo sua contração. Apesar de ainda existirem várias controvérsias a respeito das causas, há um consenso que, após a fase aguda, a recuperação do coração é espontânea e total, não deixando seqüelas, e não se tem notícia de repetição do quadro.

Ainda não se sabe porque a síndrome ocorre, na maioria das vezes, em mulheres acima dos 60 anos. O coração feminino é realmente mais delicado que o do homem e se ‘quebra’ com mais facilidade em caso de fortes emoções? E as mulheres jovens, seus corações não são tão sensíveis como o de suas mães e avós? Só o avanço das pesquisas pode esclarecer de vez todas essas dúvidas, mas ao que tudo indica, a fragilidade feminina pode estar apresentando sintomas na terceira idade, indicando que não é possível ser forte sempre.

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