Emagrecer nem sempre é fácil. Especialmente quando a pessoa está muito acima do peso e se sente desanimada e sem estímulos para buscar hábitos mais saudáveis. Mas, para quem trabalha com saúde e boa forma, essa dificuldade nem sempre faz sentido. Foi pensando nisso que o personal trainer americano Drew Manning resolveu entrar num projeto radical: ele engordou 34 quilos durante seis meses para depois perdê-los novamente em mais seis meses.
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A ideia era provar que sempre é possível entrar em forma. Na prática, ele descobriu melhor as dificuldades pelas quais seus alunos acima do peso passavam, compreendeu o ponto de vista de quem quer reduzir medidas e não consegue, e mostrou que emagrecer é um objetivo real e possível.
Ganhar para perder
A experiencia de Drew foi compartilhada desde o início no blog “Fit2Fat2Fit” e, posteriormente, publicada no livro “Ganhar para perder” (Editora Agir), best seller do The New York Times. Ele conta que mesmo antes de se tornar personal era viciado em exercícios físicos. Por isso, acreditava que qualquer pessoa poderia perder peso. “Para mim, tratava-se de uma escolha simples, hábitos que podem ser quebrados. Eu não entendia o quanto era difícil se afastar das comidas gordurosas e do conforto do sofá. Ficava frustrado ao ver que as pessoas trocavam o bem estar por um cheeseburguer”, diz.
Foi então que decidiu parar de se exercitar e de comer de forma saudável. Depois de engordar, começaram a surgir inseguranças, a sensação de ter seu corpo julgado pelos outros e o medo de falhar não conseguir eliminar todo esse peso. Além disso, o ganho de peso afetou não só seu corpo, mas seu casamento, as relações familiares e com amigos. “Ganhar peso muda a vontade de fazer coisas normais, como brincar com os filhos, sair do sofá ou ajudar nos afazeres domésticos. É uma barreira física e emocional”, afirma.
Mudança de hábitos
O processo de perda de peso foi mais difícil do que Drew tinha imaginado no início. Alguns alimentos se mostraram viciantes e foi difícil deixá-los novamente para trás. “Eu tinha, por vontade própria, forçado meu corpo a aceitar a dieta típica dos americanos acima do peso. Agora, a luta entre o que eu deveria comer e o que eu queria comer, passou a dominar cada uma das refeições”, explica.
Outra coisa que ficou clara para ele foi em relação às atividades físicas. “Se eu, que tinha acabado de engordar, já temia subir um lance de escadas, como meus clientes obesos se sentiam quando eu os submetia a uma série de flexões e abdominais na frente de espectadores que não os apoiavam na academia?”, lembra.
Como emagrecer 34 quilos
Segundo Drew, embora seja importante exercitar-se, a chave para perder peso definitivamente está no que você come. Por isso ele resolveu, primeiro, focar nos novos hábitos alimentares e incluir na rotina apenas exercícios básicos de fortalecimento e alongamento. “Não estou falando de seguir a dieta da moda, mas de uma mudança nutricional no estilo de vida. Me concentro nos seguintes aspectos: bebo muita água e tento optar por alimentos ricos em fibras e proteínas, com poucos carboidratos e minimamente processados. Para impulsionar o metabolismo e mantê-lo acelerado, também procuro comer a cada três horas”, diz.
Em um mês seguindo esse estilo de vida ele conseguiu perder nove quilos, reduziu 5% da gordura corporal e aumentou sua energia para dar sequência ao emagrecimento e seguir uma rotina de exercícios. “A escolha das atividades físicas deve ser baseada nas preferências individuais. Porque chegará um momento em que você não desejará despender o tempo e esforço exigidos. Se não tiver interesse no que está fazendo, certamente irá desistir”, alerta.
Outra dica é ‘confundir’ o organismo, mudando a rotina de exercícios a cada duas ou quatro semanas. “Variar os aparelhos, os pesos, a intensidade, irá forçar o corpo a se readaptar. Quanto mais você impedi-lo de se acomodar, mais energia gastará, resultando em maior perda de peso e ganho de massa muscular“.
Como perder os últimos quilos
Porém, passada a fase inicial de emagrecimento, veio a fase mais difícil: eliminar os últimos quilos que faltavam. “Depois da perda de 10, 20 ou 30 quilos, precisamos de algo além de uma alimentação balanceada e exercícios apropriados”, afirma.
Ele diz que a chave para vencer esses últimos quilinhos é não ficar obcecado pela balança ou pela fita métrica, mas sim refletir sobre como suas metas se encaixam no seu estilo de vida e tentar introduzi-las no seu dia-a-dia. “Perder peso não se resume a dietas restritivas e exercícios. Tem a ver com fazer as escolhas certas todos os dias e acreditar que elas nos farão felizes e saudáveis para muito além dos prazos previstos”, finaliza.
