É massa!

por | jun 30, 2016 | Alimentação

Que tal comemorar este dia, 25 de outubro, com uma boa macarronada? A data, marcada em vários países, foi criada para lembrar o dia da realização do 1º Congresso Mundial de Pasta, em Roma, em 1995. Prato tradicional nos almoços de domingo e nas famosas trattorias, cantinas e restaurantes italianos, o macarrão é um dos alimentos mais antigos, práticos e saborosos da humanidade. Já atravessou mares, continentes e muitas, mas muitas mesas! No entanto, não importa se preparado pela mamma, nonna ou pelo chef, uma coisa é certa: há sempre uma receitinha especial que agrada todos os paladares. Sem contar que é uma refeição completa e, sabendo prepará-lo – animem-se! – o macarrão não engorda e é muito nutritivo, capice? Mão na massa!

Viva a Itália!

Ele aguçou o apetite de muita gente antes de chegar à mesa brasileira, mas ninguém sabe ao certo a origem do macarrão. Muitos povos clamam para si (não sem razão!) a responsabilidade pela invenção dessa deliciosa massa, mas a verdade é que o seu surgimento é mesmo um grande mistério. Sabemos que ele já existia antes mesmo de Cristo, só que, para chegar até o Ocidente, a versão mais aceita é a de que o macarrão embarcou na bagagem de Marco Polo, mercador veneziano do século IX que, ao voltar para casa, trouxe a massa da China. E que souvenir, não?

Mas quando a gente fala em macarrão, pensamos logo em carboidratos. No entanto, nenhum alimento é 100% carboidrato. O macarrão, por exemplo, tem a proteína do trigo, que se chama glúten

Outras versões dizem que o produto chegou à Itália bem antes, através dos árabes, que seriam os verdadeiros pais do macarrão. Mas, apesar da confusão, uma coisa é certa: os italianos foram os maiores consumidores e difusores da massa por todo o mundo! “Tanto é que inventaram mais de 500 variedades de tipos e formatos e incorporaram um ingrediente nobre a ele: a farinha de grano duro, que permite o cozimento correto”, diz o nutrólogo e diretor da Abran (Associação Brasileira de Nutrologia), Edson Credidio. Sem contar que foram os italianos que criaram o hábito de usar tomates no preparo dos molhos.

Para o nutrólogo Edson Credidio, porém, mais importante do que de onde o macarrão veio é o seu destino. “Vamos passar para o que realmente importa: a degustação! Afinal, saber de onde ele surgiu não vai mudar em nada seu inigualável sabor nem a opinião dos bons gourmets de que é, sem dúvida, uma das melhores invenções culinárias de todos os tempos”, diz. Não à toa, o macarrão tem até dia, anota aí: 25 de outubro, Dia Internacional do Macarrão. Pronta para comemorar à altura? Veja as dicas do nutrólogo, da nutricionista Mônica Dalmacio, do chef João Belezia e da consultora de etiqueta Ligia Marques para se deliciar sem medo de gafes, da balança e aliando sabor à saúde!

Saúde para todos os gostos

Existe uma porção de tipos de macarrão! Todos praticamente com as mesmas propriedades nutritivas e muitos, inclusive, enriquecidos industrialmente. “Mas quando a gente fala em macarrão, pensamos logo em carboidratos. No entanto, nenhum alimento é 100% carboidrato. O macarrão, por exemplo, tem a proteína do trigo, que se chama glúten”, explica a nutricionista Mônica Dalmacio, do restaurante Balanceado, no Rio. Sem falar nos outros nutrientes! Ele é fonte, também, de vitaminas, fibras, sais minerais, entre outros, que fazem com que o alimento seja completo para o dia-a-dia. Basta saber combiná-lo de forma adequada aos demais itens do cardápio para montar um menu leve e saboroso.

O macarrão também é excelente fonte de energia. Comer, por exemplo, três horas antes de uma competição dá aquele gás! Isso porque a massa faz parte do grupo dos alimentos energéticos (pão, arroz, batata, cereais etc), que contribuem com a maior parte das calorias das nossas refeições, fundamentais para uma boa dieta. “É recomendado que se consuma, diariamente, entre 1800 e 2200 kcal de alimentos ricos em carboidratos. No caso do macarrão, entre seis e 11 porções”, avisa o nutrólogo Edson Credidio. Ele pode, inclusive, substituir o arroz. “Quer uma combinação perfeita? Salada de entrada, macarrão e uma proteína magra, ou seja, frango sem pele, peixe ou carnes como alcatra, patinho e lagarto”, aconselha Márcia Dalmacio.

Confira, agora, os tipos de macarrão, escolha o seu e se prepare para a próxima etapa: os molhos! Não se iluda, eles têm tudo a ver com a quantidade de calorias que você adiciona à sua macarronada.

Macarrão de sêmola : com farinha especial, moída a partir do miolo do trigo, tem mais amido.

Macarrão com ovos:Macarrão comum:Macarrão caseiro:Macarrão grano duro:trigo durumal dente
Macarrão integral : com farinha de trigo integral, resultado da trituração do trigo junto com a sua casca, tendo mais fibra na composição. “É o que mais recomendo, porque faz com que o pâncreas não precise liberar tanta insulina na hora da digestão. Afinal, o órgão também tem prazo de validade. Se você adequar o cardápio de forma a não deixar o pâncreas tão sobrecarregado, com certeza irá ganhar em termos de qualidade de vida”, afirma a nutricionista Mônica Dalmacio.

Massa seca ou fresca : a fresca tem mais água, mas menos durabilidade. É preciso ser guardada em refrigeração e deve ser consumida logo. Já a massa seca é durável e tem melhor rendimento. “Você transforma 1 Kg de macarrão em 2 Kg!”, garante Mônica.

E lembre-se: o macarrão recheado, seja de qual tipo for, é mais nutritivo, porém mais calórico.

Os molhos certos

A utilização correta dos molhos é um dos principais fatores que determinam o sucesso de um bom prato à base de macarrão. Seria impossível citar todos os formatos existentes de macarrão, mais os molhos ideais, no entanto, você pode seguir algumas dicas gerais e bem apetitosas! Formatos de macarrão longos e finos, como espaguete, casam bem com molhos líquidos, que envolvem bem os fios, ou ao alho e óleo.

Formatos longos e largos, como talharim, ficam bem com molhos mais concentrados, como Alfredo ou bolonhesa. Já os formatos especiais, como gravatinha (farfalle), parafuso (fusilli) e conchinha (conchiglie), ficam super gostosos com molhos de carne e de vegetais ou como salada, principalmente com molho de iogurte.

Os formatos pequenos, como o conhecido cabelo de anjo (capellini), ficam uma delícia em sopas ou, ainda, com molho vinagrete em saladas. Segundo a nutricionista Mônica Dalmacio, quanto mais enrolado for o macarrão, mais agregado ficará o molho. “O gravatinha, por exemplo, desmancha com muita facilidade. É melhor usar para fazer sopa”, diz.

E atenção! O tipo de molho e a quantidade de queijo ralado é o que deixam o prato mais ou menos calórico. “Nada de culpar o coitado do macarrão!”, brinca Mônica. Os molhos mais calóricos, apesar de, para muita gente, os mais saborosos, são aqueles cremosos, que levam creme de leite ou manteiga em abundância. “Para regimes, tem que ser macarrão ao sugo”, frisa o nutrólogo Edson Credidio.

Na escolha dos molhos e ingredientes que vão compor sua obra-prima da culinária, não poderia faltar, também, o toque do chef. Para começar, o chef João Belezia diz que ingredientes frescos como tomates, azeitonas pretas, legumes e cogumelos sempre são uma boa pedida. “O interessante é combiná-los por sabor e cor, deixando a massa mais colorida e apetitosa”, sugere. E, quando se trata de um acompanhamento, João é enfático: “As massas devem ser acompanhadas de molhos e carnes. Qualquer coisa além disso no mesmo prato é melhor deixar para outra refeição”, destaca.

Para não errar, aposte nas receitas tradicionais. “Molho vermelho e branco, por exemplo, são clássicos que podem ter variações de receitas desde simples até sofisticadas”. Mas, por favor, nada de deixar o macarrão nadando em molho! “O ideal é manter um equilíbrio”, pondera o chef. Além disso, ele lembra que o queijo parmesão ralado é muito gostoso, sim, e vai bem com a maioria dos molhos vermelhos, mas pode ganhar uma folga da receita que for muito forte e temperada. Além disso, o queijo pode deixar alguns pratos, como macarrão ao alho e óleo ou carbonara, muito secos. Nesses casos, prefira deixá-lo de fora.