A ilusÃo das anfetaminas

por | jun 30, 2016 | Alimentação

É comum ouvir histórias de pessoas, principalmente mulheres, que emagreceram tomando remédios redutores de apetite ou que resolveram comprar na farmácia de manipulação a mesma fórmula que uma amiga usou para perder peso. Estes exemplos tão comuns de auto-medicação são alguns dos responsáveis pelo fato do Brasil ser o país campeão do ranking de uso de anfetaminas.

Estes dados foram divulgados no relatório anual de 2005 da Junta Internacional de Fiscalização de Entorpecentes (Jife). Segundo o documento, o Brasil consume cerca de 30 toneladas de anfetaminas por ano, um aumento de quase 40% se comparado ao índice de consumo de dez anos atrás.

Quadro agravado pela ditadura da beleza

Quando se pensa no porquê destes números alarmantes, é fácil constatar que ele é construído diariamente quando, por exemplo, médicos receitam moderadores de apetite sem indicação real ou quando pessoas desesperadas querem emagrecer rapidamente e procuram fórmulas emprestadas de parentes e amigos para obter sucesso. A ditadura da beleza imaculada que está no inconsciente coletivo faz com que o desejo de se sentir sempre mais magra para ser mais bonita se fortifique a cada ano.

Como agem os inibidores de apetite

As anfetaminas agem diretamente no Sistema Nervoso Central diminuindo a ansiedade. O problema está quando a ingestão é interrompida: os estímulos acabam se multiplicando, o que aumenta a compulsão alimentar e pode levar a dependência química. Os riscos são ainda maiores quando se mistura anfetaminas com bebida alcoólica, o que já provou a morte de pessoas famosas e anônimas por todo o mundo.

A Senad (Secretaria Nacional Antidrogas) está ciente de que é preciso fiscalizar melhor a venda de produtos controlados, entre eles as anfetaminas, mas as pessoas precisam ser melhor esclarecidas sobre os efeitos reais dos moderadores de apetite. Então, nada de copiar a fórmula da sua amiga, pois se o médico dela receitou aquela dosagem para ela, foi por ter se baseado em exames clínicos individuais, que podem não se aplicar ao seu organismo.

Se seu médico receitar anfetaminas, esclareça com ele o porquê desta decisão, quais os efeitos colaterais do produto e por quanto tempo será necessário ingerir o medicamento. Com consciência, é possível reeducar médicos e pacientes e e tirar o Brasil do topo deste ranking nada saudável.

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Por Isabelle Lindote

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