Raul Gazolla diz que resistiu a seis infartos pela condição física: é verdade?

Raul Gazolla diz que treinos e músculos o ajudaram a resistir a 6 infartos: há relação?

Em entrevista ao Tá Saudável, cardiologistas afirmam que vida ativa ajuda a proteger e preparar o coração

Aos 70 anos, Raul Gazolla já fez mais do que novelas e espetáculos. Ele também já encarou seis infartos ao longo da vida! 

E, segundo o médico que cuidou dele, o ator só está vivo para contar sua história por conta da condição física que sempre manteve. De fato, os exercícios são grandes aliados de uma boa saúde cardiovascular.

Estilo de vida de Raul Gazolla

O ator faz treinos de musculação diários, é faixa preta de jiu-jitsu e sempre foi do tipo esportista, como contou em participação no Encontro com Patrícia Poeta.

Eu acredito que, depois dos 40, escovar os dentes e fazer musculação é lei. Porque a gente precisa do nosso corpo, da nossa musculatura, pra gente envelhecer com qualidade de vida.”

Os infartos foram causados por uma condição genética e emocional, explicou o ator. Desde que descobriu o problema cardíaco, ele treina com acompanhamento dos batimentos cardíacos para que eles não passem do limite que seu organismo aguenta.

Ainda assim, das vezes que o coração bateu mais que o limite e Raul infartou, foi a vida ativa que preparou o organismo do ator para o mal funcionamento do órgão.

Benefícios dos exercícios para o coração

Treinos do Raul Gazolla
(Crédito: Reprodução/ Instagram @adolfo_o_personal, @rogeriojornalista e @alliance_lagos)

Considerando pessoas ativas, o infarto é menos recorrente, gera menos sequelas e a extensão da doença também é menor, explica o coordenador geral do Departamento de Educação Física da SOCESP (Sociedade de Cardiologia do Estado de São Paulo), Pedro Senger, ao Tá Saudável.

O especialista explica que a prática de exercícios físicos melhora o fluxo de sangue das artérias que irrigam o coração, favorece a criação de novos vasos que fornecem nutrientes para o tecido cardíaco e também melhora a função cardíaca. “Tudo isso mesmo antes do infarto, havendo efeito protetor.”

O cardiologista Nathan Soubihe Jr, do hospital Hcor, de São Paulo, compara os efeitos de uma vida ativa aos treinos de um lutador de boxe. 

“A pessoa começa a lutar boxe e, no primeiro soco que ela recebe no queixo, ela já cai desacordada. Depois de 10 anos de treinamento, não é qualquer soco que vai derrubar essa pessoa, porque ela adquiriu a capacidade de resistir a esses ataques.” 

De uma forma bem simplificada, a atividade física regular prepara o coração para momentos em que o órgão precisa trabalhar mais, por conta de qualquer adversidade.

“Um coração que está preparado e tem resistência ao esforço, quando há uma necessidade de aumento do suprimento de oxigênio e nutrientes para os tecidos, consegue fazer essa oferta trabalhando menos”, explica Soubihe Jr.

Quando uma pessoa sobe uma escada, por exemplo, o esforço é o mesmo quando ela é ativa ou sedentária. A diferença é que o organismo de quem faz atividade física regularmente fica mais preparado para esse esforço. É assim que funciona.  

Quais exercícios fazer?

Natação
(Crédito: Freepik)

Raul Gazolla é um atleta amador, então tem uma rotina de treinos mais intensa, mas não precisa de tanto para aproveitar os benefícios dos exercícios.

O mínimo é que sejam feitos 150 minutos de exercícios por semana, divididos em 3 ou 4 dias. Se der para se exercitar mais, em 5 ou 6 dias e descansar em 2 ou 1, melhor ainda.

Os exercícios aeróbicos são os que mais geram efeitos positivos ao coração:

  • • caminhada
  • • corrida
  • • natação
  • • ciclismo
  • • dança
  • • entre outros

São atividades que elevam a frequência cardíaca e a mantém elevada durante o período do treino, ajudando o coração a ganhar resistência ao esforço. 

Outras formas de cuidar do coração

  • • alimentação equilibrada, sem excessos ou restrições
  • • combate ao estresse
  • • boa noite de sono
  • • hábitos que melhorem a vida do ponto de vista psico-social e espiritual

“Cuca fresca, lazer, atividade lúdica, atividades familiares, com frequência e regularidade, a gente sabe que faz bem para o coração. Bom humor e pé na tábua”, completa Soubihe Jr.

Senger conclui lembrando da importância de uma avaliação cardiológica. “Principalmente nos casos de dor no peito, falta de ar e cansaço, é indispensável.”

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