Tipos de pílulas: quais menos incham, riscos e mais diferenças entre as 17 mais usadas

por | jun 26, 2024 | Saúde

As marcas de pílulas mais usadas pelas brasileiras têm em suas composições uma infinidade de hormônios com características, indicações e efeitos colaterais distintos.  Conheça os tipos de pílulas mais populares, seus usos mais comuns e os riscos de utilizar esse tipo de método contraceptivo:

Quais tipos de pílulas existem?

Pílula combinada

Une duas substâncias distintas – geralmente derivadas de progesterona e estrogênio (que pode se apresentar como etinilestradiol ou estradiol), reduzindo o fluxo menstrual e as cólicas.

Anticoncepcional simples

São aquelas pílulas cuja fórmula contém apenas um hormônio, normalmente proveniente da progesterona, o que gera menos efeitos colaterais.

A eficácia muda?

Apesar das diferenças, ambas as formas têm entre 98 e 99% de eficácia se usadas corretamente, já que hábitos ruins podem diminuir a eficácia da pílula.

Tipos de pílulas

Pílula anticoncepcional (Crédito: GabiSanda/Pixabay)

Anticoncepcional: tipos de pílulas mais usados e suas diferenças

A seguir, explicamos os principais detalhes que você precisa saber sobre os contraceptivos orais mais adotados pelas brasileiras:

Allestra 20 ou 30

Ambas são pílulas combinadas que têm etinilestradiol, um derivado sintético do estrogênio, e gestodeno, semelhante à progesterona.

Os números no final de cada nome se referem à dosagem de hormônio de cada cartela, e é necessário consultar um especialista para definir qual é a melhor escolha para cada pessoa.

Com 21 comprimidos, o Allestra prevê uma pausa de sete dias, mas também é possível emendar cartelas continuamente, impedindo a menstruação.

Belara

Tem 2 miligramas de acetato de clormadinona e 0,03 de etinilestradiol. O primeiro componente, de acordo com a bula, tem ação positiva sobre acne e seborreia. Cada cartela contém 21 comprimidos e requer um intervalo de sete dias.

Cerazette

Por não ser um anticoncepcional combinado, é indicado para casos em que há risco de trombose, como histórico da doença na família e tabagismo.

Chamada de “pílula da amamentação” ou minipílula, ela tem um tipo de progesterona denominado desogestrel e sua cartela contém 28 comprimidos de uso contínuo, algo que corta a menstruação.

Apesar desse efeito, o ginecologista e obstetra Élvio Floresti afirma que esse contraceptivo pode causar sangramentos chamados “escapes”, que acontecem mesmo durante o uso do remédio. Além disso, ele informa que esse é um dos tipos de pílula que pode aumentar a oleosidade e a acne no rosto.

Cartela de contraceptivo oral (Crédito: Reproductive Health Supplies Coalition/Unsplash)

Ciclo 21

Com 0,15 miligramas de levonorgestrel e 0,03 de etinilestradiol, essa é uma boa escolha para regular o ciclo menstrual. Seu preço é atrativo, sendo um dos melhores do setor. Como o próprio nome sugere, tem 21 comprimidos e requer sete dias de pausa entre cada cartela.

Diane 35

Pílula combinada com 0,035 miligramas de etinilestradiol, uma espécie de estrogênio, e ciproterona, semelhante à progesterona. Com fórmula igual a da Selene, é indicada para melhorar a acne, controlar o crescimento de pelos no corpo e tratar ovários policísticos. A cartela tem 21 comprimidos e deve haver uma pausa de sete dias após o final deles.

Diminut

É semelhante à Allestra 20, já que tem baixa dosagem hormonal. Contém etinilestradiol e gestodeno, e, portanto, se trata de um contraceptivo oral combinado. Seu cronograma inclui a ingestão de um comprimido diário durante 21 dias, seguido por um intervalo de sete dias.

Elani

O Elani Ciclo é combinado com 3 miligramas de drospirenona e 0,03 de etinilestradiol. Tem 21 comprimidos e, de acordo com a bula, além da ação contraceptiva, ela faz parte dos tipos de pílulas para quem tem acne, seborréia e retenção de líquido por fatores hormonais. Existe também o Elani 28, que tem 28 drágeas e é indicado para uso contínuo.

Iumi

Com baixa dosagem, contém 0,02 miligramas de etinilestradiol e 3 de drospirenona – que por ser um derivado diurético pode evitar o acúmulo de líquido e o inchaço. Tem 24 comprimidos que precedem um intervalo de quatro dias.

Pílulas anticoncepcionais (Crédito: Reproductive Health Supplies Coalition/Unsplash)

Level

Sua fórmula contém levonorgestrel (derivado da progesterona) e etinilestradiol. O uso pode acarretar em oleosidade, acne e aumento da quantidade de pelos no corpo, mas também fornece benefícios como o mantimento da libido para quem tem esse fator afetado pelo uso de pílulas. Tem 21 comprimidos que antecedem a pausa de sete dias.

Mercilon

Tem desogestrel e etinilestradiol em baixa quantidade, ajudando na saúde da pele. Contém 28 comprimidos de uso contínuo e evita que a mulher menstrue.

Microvlar

Seu baixo valor faz com que seja um dos anticoncepcionais orais mais usados no Brasil. Tem 0,15 miligramas de levonorgestrel e 0,03 de etinilestradiol. Seus 21 comprimidos ajudam a evitar a gravidez e ainda controlam o fluxo menstrual intenso.

Selene

Tem o mesmo tipo e quantidade de hormônios do Diane 35, sendo indicado para pessoas com acne, muitos pelos no corpo e ovários policísticos.

Setzza

Pílula combinada com acetato de nomegestrol, semelhante à progesterona, e estradiol, que é o estrogênio em sua forma natural. Possui 24 comprimidos ativos e quatro placebos.

Tipos de pílulas

Cartela de pílulas anticoncepcionais (Crédito: Anqa/Pixabay)

Siblima

Tem baixíssima dosagem hormonal, contendo 0,060 miligramas de gestodeno e 0,015 de etinilestradiol. É composta por 24 comprimidos e a pausa entre cada cartela é de quatro dias.

Tamisa 20 ou 30

Tem os mesmos compostos que o Siblima, mas se apresenta em dosagens diferentes. Além de 0,075 miligramas de gestodeno, o Tamisa 20 conta com 0,02 de etinilestradiol, enquanto o Tamisa 30 contém 0,03 do mesmo hormônio. A quantidade deve ser definida com orientação médica.

É uma cartela com 21 comprimidos e sete dias de pausa.

Yasmin

Semelhante ao Elani Ciclo, contém 21 comprimidos e sete dias de intervalo.

Yaz

Tem a mesma fórmula e ação que o Iumi e conta com 24 comprimidos que precedem uma pausa de quatro dias.

Qual pílula anticoncepcional engorda?

A ideia de que anticoncepcional engorda não é, exatamente, verdadeira. O ginecologista e obstetra Élvio Floresti Junior explica que estes compostos não mexem com a balança diretamente, mas podem aumentar a retenção de líquidos, deixando a mulher inchada, o que causa a impressão de que está acima do peso.

“O excesso hídrico em mulheres pode ter influência hormonal, principalmente de estrogênio e progesterona. A intensidade deste acúmulo vai depender da quantidade e tipo hormonal, mas não se pode afirmar qual é melhor ou pior, pois varia muito para cada mulher”, explica o médico. Sendo assim, o ideal é procurar um especialista.

Barriga inchada

Excesso de gordura abdominal (Crédito: Towfiqu barbhuiya/Pexels)

Qual não engorda?

Ainda segundo o médico, tipos de pílulas cujas fórmulas têm pouco estrogênio e progesterona (que geralmente contêm a drospirenona, substância com ação diurética) na teoria causam menos retenção de líquido, mas ainda assim não é possível afirmar, já que cada organismo possui uma reação.

Qual o melhor para cada efeito desejado?

Apesar de algumas desvantagens, a pílula anticoncepcional pode trazer benefícios para a pele e amenizar os sintomas de algumas doenças:

Para acne

De acordo com o ginecologista e obstetra Élvio Floresti Junior, as pílulas mais indicadas para acne são as que têm ação antiandrogênica, ou seja, inibem hormônios que estimulam e mantêm características masculinas no corpo.

Compostos combinados com ciproterona e progesterona são boas opções. Esses hormônios estão presentes em  nomes comerciais de anticoncecpcionais como Diane, Selene, Diclin, Artemidis e outros.

Espinhas no rosto (Crédito: Anna Nekrashevich/Pexels)

Para ovários policísticos e endometriose

Uma das principais dúvidas sobre endometriose gira em torno de qual pílula usar para amenizar seus sintomas. Caracterizada pelo escape de células da mucosa que recobre a face do útero, chamada de endométrio, para fora da cavidade uterina, a doença pode ser amenizada com o uso de anticoncepcionais combinados.

O mesmo vale para ovários policísticos, problema hormonal propicia cistos. Fórmulas com estrogênio e progesterona inibem a ovulação e a produção de hormônios, controlando os sintomas destas doenças.

Para quem amamenta

Quem está amamentando pode usar pílula anticoncepcional 40 dias após o parto, mas há restrições. O ideal é evitar compostos que contêm estrogênio, hormônio que diminui a produção de leite materno. Portanto, as lactantes devem escolher contraceptivos orais que possuam apenas progesterona.

Quanto aos compostos combinados, que unem estrogênio à progesterona, o uso é recomendado apenas após o sexto ou sétimo mês pós-parto, quando passam a não influenciar a produção de leite.

Mãe amamentando o filho (Crédito: Icaro Mendes/Pexels)

Para pele

Os melhores tipos de anticoncepcionais para a pele são os que têm ação antiandrogênica, ou seja, que controlam o aparecimento de características masculinas no corpo e, consequentemente, ajudam a reduzir oleosidade, acne e presença de pelos. Compostos com ciproterona, desogestrel e clormadinona possuem essas características.

Para quem nunca tomou

Não é possível determinar qual é o melhor tipo de hormônio para quem nunca tomou anticoncepcional sem consultar um ginecologista, já que cada organismo tem as próprias particularidades como acne, cólicas menstruais intensas e obesidade.

Porém, alguns especialistas indicam começar com uma pílula de baixa dosagem, que contém pouco hormônio, e caso não surjam efeitos, apostar em uma mais forte.

Tipos de pílulas

Menina segurando cartela de pílula anticoncepcional (Crédito: cottonbro studio/Pexels)

Qual tem menos hormônio?

Entre os anticoncepcionais mais usados há vários tipos de dosagens hormonais, sendo que as mais baixas apresentam menos de 0,03 miligramas de etinilestradiol, o estrogênio sintético.

Porém, de acordo com o obstetra e ginecologista Élvio Floresti Junior, não é porque uma fórmula tem menos hormônio que também trará menos efeitos colaterais. O ideal é visitar um médico que poderá ajudar na escolha da pílula ideal.

Entre as pílulas de baixa dosagem de etinilestradiol (estrogênio) estão Iumi, Allestra 20, Diminut, Siblima, Tamisa 20 e Mercilon.

Pílulas mais perigosas

Assim como a dosagem de hormônio, a classificação de tipos de pílulas melhores ou piores é controversa, pois a escolha do medicamento deve ser individualizada de acordo com as características, hábitos e preferências de cada mulher.

Por exemplo, mulheres fumantes devem ter atenção ao usar contraceptivos orais, pois essa combinação pode aumentar o risco de coágulos no sangue.

Mesmo assim, há pesquisas que indicam efeitos secundários graves relacionados a alguns anticoncepcionais. O órgão norte-americano que regula a distribuição de medicamentos, Food and Drug Administration (FDA), informou em 2012 que mulheres que tomam pílulas com drospirenona têm mais risco de trombose. Seria o caso dos remédios Yaz, Yasmin e Elani.

O ideal é sempre se informar com um médico para decidir o melhor tipo de método anticoncepcional para você.

Tipos de pílulas

Cartelas com pílulas anticoncepcionais (Crédito:
Simone van der Koelen/Unsplash)

Perigos da pílula anticoncepcional

Trombose

A trombose é o pesadelo das mulheres que tomam pílula, sendo um dos principais motivos pela procura de outros métodos anticoncepcionais. A condição ocorre pela formação de um coágulo nas veias, geralmente nos membros inferiores, que bloqueia o sangue causando dor e inchaço.

Todavia, o verdadeiro perigo é quando esse coágulo se solta e viaja pela corrente sanguínea, podendo parar em órgãos como o pulmão e o cérebro, em um processo chamado embolia. Esse quadro pode levar à morte.

Tipos de pílulas combinadas com estrogênio podem aumentar a chance de desenvolver esta doença, já que seus efeitos podem interferir no fluxo sanguíneo. Entre as principais pílulas com essa formulação estão Selene, Diane, Iumi, Allestra, Yasmin, Elani, Belara, Ciclo 21, Level, Mercilon, Microvilar, Stezza, Siblima e Yaz. Porém, o risco é pequeno.

De acordo com o ginecologista Élvio Floresti Junior, a ocorrência de trombose na população normal é de 2 a 3 casos a cada 10 mil habitantes. Já para quem faz uso de comprimidos combinados o índice passa para 5 a 9 casos.

Ainda segundo o especialista, o ideal é observar se a mulher apresenta fatores de risco como tabagismo ou histórico de doenças vasculares na família e, na presença dessas contraindicações, optar por uma fórmula que tenha apenas progesterona ou por outros tipos contraceptivos, como anel vaginal, DIU e anticoncepcional injetável.

Vale lembrar que consultar um médico é o jeito certo para definir qual entre os tipos de pílulas é a opção mais segura para você.

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Mulher com dor de cabeça (Crédito: Sora Shimazaki/Pexels)

Mais sinais de alerta

Assim como outros métodos contraceptivos, a pílula pode causar efeitos colaterais como dores de cabeça, azia, mal-estar, retenção de líquido e até mesmo diminuição da libido. Esses efeitos ocorrem a curto prazo. Segundo o doutor Élvio Floresti Junior, o que mais requer atenção são os efeitos a longo prazo causados por pílulas combinadas.

O uso de estrogênio por muitos anos pode aumentar o risco de problemas vasculares, como trombose, principalmente se a mulher já tiver outros fatores de risco como diabetes, pressão alta, tabagismo ou obesidade.

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