Risco de desenvolver Alzheimer é até 80% maior em adultos que tiveram Covid-19, diz estudo

por | set 20, 2022 | Saúde

Um estudo da Universidade Case Western Reserve, em Ohio, nos Estados Unidos, mostrou que existe um risco maior de 50% a 80% para o desenvolvimento de Alzheimer dentro do período de um ano em idosos que tiveram o diagnóstico de Covid-19.

Idosos que tiveram Covid têm chance maior de desenvolver Alzheimer

Realizada com mais de 6 milhões de pacientes, a pesquisa indicou que pessoas com 65 anos ou mais que contraíram Covid-19 eram mais propensas a desenvolver Alzheimer no ano seguinte ao diagnóstico. E o maior risco foi observado em mulheres com pelo menos 85 anos. Os dados foram divulgados pelo Journal of Alzheimer’s Disease.

Demência
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Os pesquisadores afirmam que ainda não está claro se a Covid-19 desencadeia um novo desenvolvimento de Alzheimer ou se a condição apenas acelera seu surgimento. “Como a infecção por SARS-CoV2 foi associada a anormalidades do sistema nervoso central, incluindo inflamação, queríamos testar se, mesmo a curto prazo, a Covid-19 poderia levar a diagnósticos aumentados”, disse em artigo da universidade Pamela Davis, uma das autoras do estudo.

Para chegar à conclusão, a equipe analisou os registros eletrônicos anônimos de saúde de 6,2 milhões de adultos com 65 anos ou mais nos Estados Unidos, que receberam tratamento médico entre fevereiro de 2020 e maio de 2021 e não tinham diagnóstico prévio de Alzheimer.

Essa população foi dividida em dois grupos: um composto por pessoas que contraíram a Covid-19 nesse período e outro, com indivíduos que não tinham casos documentados da infecção. Mais de 400 mil foram inscritas no grupo de estudo de Covid, enquanto 5,8 milhões estavam no grupo não infectado.

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“Se esse aumento de novos diagnósticos de Alzheimer for mantido, a onda de pacientes com uma doença atualmente sem cura será substancial e poderá sobrecarregar ainda mais nossos recursos de cuidados de longo prazo”, disse Pamela Davis, completando: “agora, muitas pessoas nos EUA pegaram Covid e suas consequências a longo prazo ainda estão surgindo, é importante continuar monitorando o impacto da condição em futuras incapacidades”.

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