Esse sintoma de Alzheimer, que pode aparecer até 25 anos antes da idade estimada para uma pessoa com alto risco desenvolver a doença, tende a ajudar a ampliar o diagnóstico precoce
O diagnóstico de Alzheimer costuma acontecer a partir dos 65 anos de idade, mas um estudo recente mostrou que o primeiro sintoma não só pode aparecer décadas antes, como também é bastante específico. O estudo em questão testou 100 pessoas assintomáticas, mas com determinado risco de desenvolver a doença – e descobriu que, especialmente em homens, um sintoma em especial pode se manifestar em torno dos 40 anos de idade.
Estudo indica possível 1º sintoma de Alzheimer

Em parceria com a Universidade de Cambridge, no Reino Unido, e financiado pela Alzheimer’s Society e o fundo de pesquisas da biofarmacêutica MSD, pesquisadores da UCL (University College London) apresentaram novas pistas para o diagnóstico precoce de Alzheimer. Segundo os testes do estudo, existe um sintoma em especial que pode se manifestar até 25 anos antes do momento esperado para um diagnóstico.
A pesquisa, publicada no periódico Alzheimer & Dementia: The Journal of Alzheimer Association, testou a capacidade de orientação espacial de 100 adultos assintomáticos. Os voluntários tinham entre 43 e 66 anos, bem como algum tipo de risco aumentado para desenvolver essa doença neurodegenerativa.
O risco aumentado dos participantes se dava por questões genéticas, hereditárias e fisiológicas. Eles envolveram, por exemplo, certos genes, histórico familiar da doença ou fatores de estilo de vida, como sedentarismo. Esses participantes tinham 25 anos a menos do que a idade estimada de desenvolvimento claro da demência.
Problemas de locomoção e orientação espacial

Para testar os participantes, pesquisadores aplicaram uma série de testes cognitivos, usando inclusive um capacete de realidade virtual. Diante disso, eles observaram que pessoas com mais risco de ter Alzheimer têm dificuldades especificamente com o último, que avalia capacidade de locomoção e orientação espacial. Eles não demonstraram, porém, o mesmo nível de dificuldade nos demais testes cognitivos.
Segundo os pesquisadores, esses resultados sugerem que os problemas para se locomover e se orientar pode sinalizar justamente o início da doença – anos ou até décadas antes do surgimento de sintomas mais claros. Para eles, isso marca uma possibilidade de melhorar o rastreio da doença e aplicar os tratamentos mais promissores da forma mais precoce possível.
Outro ponto é que houve também diferenciação de gênero na observação do sintoma. Isso porque ele foi observado em homens, mas não em mulheres.