Navio onde Safadão está tem suspeita de doença a bordo e Anvisa intervém: qual o risco?

O navio onde o cantor Wesley Safadão está viajando com a família precisou receber intervenção da Agência Nacional de Vigilância Sanitária, a Anvisa, por suspeita da circulação de uma doença contagiosa e de fácil surto a bordo.

Desde o último dia 16 de fevereiro, quando o navio MSC Seaview atracou no Porto de Santos (São Paulo) para iniciar a edição de 2019 do cruzeiro Diamante Hinode, 16 casos suspeitos de rubéola entre os tripulantes da embarcação foram notificados à agência. O cantor está a bordo desde o dia 18 para realizar um show na embarcação.

Porém, após testes feitos nos passageiros, a nova suspeita da Anvisa é que haja, na verdade, casos de sarampo. Entenda a seguir o risco destas doenças e por que a agência precisou intervir no cruzeiro.

https://www.instagram.com/p/BuDWKGmDQAr/

Suspeita de doenças em navio: medidas da Anvisa

Em nota enviada ao VIX, a Anvisa explica que já realizou duas visitas ao navio – a primeira enquanto a embarcação estava atracada no Porto de Santos e a segunda já em em Balneário Camboriú (Santa Catarina), onde já estava programada uma parada. Ambas foram feitas em parceria com órgãos de saúde locais das duas cidades.

Nelas, além da realização de coleta de amostras dos 16 viajantes em questão, medidas de limpeza e desinfecção das cabines em que eles estavam foram reforçadas e tripulantes sem as vacinas ou sem comprovante da vacinação foram vacinados com a MMR, que protege contra rubéola, caxumba e sarampo.

Shutterstock

Segundo o órgão, as amostras clínicas foram testadas pelo Instituto Adolfo Lutz e, conforme informou o laboratório, apesar de não se mostrarem reagentes para rubéola e para o parvovírus B19, algumas delas foram reagentes a sarampo – e serão reavaliadas para que o resultado seja confirmado.

Conforme aguarda tanto os resultados das análises quanto os diagnósticos da avaliação clínica realizada nos tripulantes doentes, a Anvisa orienta que qualquer viajante que apresentar sintomas suspeitos busquem atendimento médico. Enquanto isso, os tripulantes doentes seguem isolados do restante dos passageiros e recebendo o auxílio médico adequado.

Em nota, a MSC Cruzeiros afirma que “os membros da tripulação estão em boa saúde e combatendo ativamente os sintomas” que apresentaram e que, após os procedimentos de inspeção padrão, o navio recebeu liberação da Anvisa para continuar viagem. “Não houve impacto para os hóspedes”, diz a nota, que ainda acrescenta que, até o momento, nenhum viajante se reportou à equipe médica com sintomas da doença.

Rubéola e sarampo: entenda os riscos das doenças

Apesar de ambas serem doenças virais infectocontagiosas e terem sintomas relativamente parecidos, a rubéola e o sarampo não são a mesma coisa.

Enquanto a primeira é uma doença cujo único risco grave é a transmissão dela por parte de mulheres grávidas ao feto (o que pode causar malformações no bebê), as segunda, quando não tratada, pode ter sérias complicações, como pneumonia e alterações neurológicas tais como encefalites.

No caso da rubéola, os sintomas costumam ser semelhantes aos da gripe, como febre, dores no corpo, de cabeça e ao engolir, coriza, gânglios inchados e manchas avermelhadas pelo corpo. Enquanto isso, o sarampo pode ter, somados a estes sinais, secreções, tosses persistentes e, em casos mais raros, conjuntivite e manchas brancas dentro da boca.

Shutterstock

Por serem virais, ambas as doenças são transmitidas através do ar e contato próximo com pessoas infectadas – e o sarampo em especial tem uma capacidade muito rápida de contágio, sendo considerada uma doença de surto fácil. Isso porque, de acordo com a infectologista Rosana Richtmann, do Instituto Emílio Ribas, o vírus causador da doença pode sobreviver até duas horas no ar ou em uma superfície em que uma pessoa infectada tossiu ou espirrou.

O tratamento de ambas as doenças é feito com medicamentos antivirais e antitérmicos, e é importante que os pacientes – especialmente os contaminados pelo sarampo – fiquem de repouso e isolados para que não haja a contaminação de mais pessoas.

Para prevenir as doenças, o mais indicado é a vacinação com a tríplice viral e, apesar de ela normalmente ser aplicada ainda na infância em duas doses, o Ministério da Saúde passou a recomendar recentemente que todas as crianças entre 1 e 5 anos tomem a vacina contra pólio e sarampo novamente. Ela também pode ser aplicada em adultos, com a exceção de gestantes e pessoas que estejam com o sistema imunológico fraco.

Shutterstock

Sarampo e mais doenças