Entnda a doenca da filha de Schynaider Moura, que morreu três anos após um transplante de coração
Três anos após passar por um transplante de coração para tratar um problema grave de saúde, Anne-Marie Garnero, filho da modelo Schynaider Moura, morreu devido a uma parada cardíaca. A jovem tinha apenas 16 anos de idade e sua morte gerou questionamentos nas redes sociais: afinal, o que ela teve? O que é a doença que motivou o transplante? Entenda abaixo:
Filha de Schynaider Moura morre aos 16 anos

Conforme confirmado pelo tio da jovem, Shaymmon Moura, Anne-Marie Garnero, filha mais velha de Schynaider Moura, morreu recentemente após uma parada cardíaca aos 16 anos de idade. Ela havia passado por um transplante de coração três anos antes, aos 13, devido a uma doença chamada cardiomiopatia dilatada.
O que é a doença da filha de Schynaider moura?
De acordo com a American Heart Association, a cardiomiopatia dilatada é uma doença que afeta o músculo cardíaco. Nesse quadro, os ventrículos, responsáveis por bombear sangue, se dilatam. Dessa forma, eles perdem a força de contração, prejudicando a capacidade de bombear sangue e causando problemas como insuficiência cardíaca, arritmias e risco aumentado de desenvolver trombos (coágulos que podem interromper o fluxo sanguíneo em veias e artérias).
As causas dessa doença variam, e geralmente combinam aspectos genéticos e ambientais (ou seja, externos). Mutações em genes da estrutura do miocárdio, por exemplo, podem aumentar as chances do quadro se desenvolver. Além disso, miocardite (infecção que inflama o miocárdio), consumo excessivo de álcool ou drogas, uso de tratamentos quimioterápicos, isquemia e doenças sistêmicas também podem estar entre as causas.

Muitos casos, no entanto, são idiopáticos, significando que não há uma causa específica identificável para o surgimento da doença.
Essa doença é potencialmente grave devido às consequências que ela pode ter (como a insuficiência cardíaca, que eventualmente leva a óbito com o tempo na ausência de um transplante de coração).
Quem pode ter cardiomiopatia dilatada
Essa doença pode acontecer em pessoas de qualquer idade, desde bebês até idosos. Em adultos, ela é mais frequente em homens – e, em crianças, é mais rara. Estudos apontam que a incidência anual dela em crianças é de algumas dezenas a cada 100 mil indivíduos.
Apesar de rara, ela é o tipo mais comum de cardiomiopatia pediátrica, e costuma ter seu diagnóstico entre o primeiro e o segundo ano de vida.
A doença da filha de Schynaider Moura tem tratamento?

Quem tem cardiomiopatia dilatada pode, segundo o órgão norte-americano, fazer tratamentos clínicos que controlam a progressão da doença. Isso envolve medicamentos que inibem certas enzimas, betabloqueadores, remédios diuréticos e mais). Além disso, intervenções cirúrgicas como a implantação de um desfibrilador ou a terapia de ressincronização cardíaca podem amenizar os sintomas, reduzir as hospitalizações e prevenir a mortalidade.
Além disso, quando a causa da doença é reversível – como no caso da miocardite virótica –, tratá-la pode melhorar ou até normalizar a função cardíaco.
O transplante de coração é feito em casos nos quais a doença já causou insuficiência cardíaca refratária – ou seja, terminal. Ele não é a única forma de tratamento da doença, e é reservado para quem, como a filha de Schynaider Moura, não responde a outras terapias.
Complicações após transplante cardíaco por miocardiopatia dilatada

O transplante de coração alivia a insuficiência cardíaca, mas isso não significa que o paciente fica livre de possíveis complicações. Isso porque, após o transplante, pode haver:
Rejeição do órgão
Nesses casos, o próprio sistema imunológico do paciente não reconhece o órgão. Dessa forma, ele o interpreta como uma ameaça ao organismo e passa, então, a atacá-lo.
Doença vascular do enxerto
Nessa condição, as paredes das artérias passam a ficar mais grossas com o passar do tempo. Ela também ocorre devido a uma reação do sistema imunológico do paciente, e pode fazer com que o órgão falhe mesmo muito tempo após o transplante.
Infecções
Quando uma pessoa faz um transplante cardíaco, ela precisa utilizar medicamentos imunossupressores. Eles têm a função de impedir quadros de rejeição do órgão, mas também tornam o paciente mais suscetível a outros quadros de saúde. Sendo assim, a imunossupressão pode possibilitar infecções potencialmente fatais.
Efeitos adversos da medicação
Há casos em que o paciente tem reações graves aos medicamentos imunossupressores. Isso pode gerar, por exemplo, hipertensão e problemas renais.
Transplante cardíaco é seguro?

É preciso frisar que, apesar dos possíveis efeitos adversos, o transplante cardíaco é, na maior parte dos casos, a única forma de salvar ou prolongar a vida de pacientes que precisam dele. O processo para receber um novo órgão é complexo, requer o cumprimento de inúmeros fatores de compatibilidade entre o doador e o receptor, e é realizado por especialistas que dispõem de conhecimento específico na área.
O êxito ou a falha de um transplante cardíaco dependem de uma série de fatores. Não é possível prever se o transplante será ou não bem-sucedido, e passar por uma recuperação bem-assistida, com os medicamentos corretos e seguindo as orientações médicas à risca é essencial para assegurar melhores chances de recuperação plena.