Parecida com Dengue, a febre Oropouche pode estar relacionada a riscos para o bebê na gravidez
A febre Oropouche foi identificada pela primeira vez em 1960 no Brasil e, desde então, se concentrou em casos isolados pelo País e outros locais da América Latina. Recentemente, porém, o Ministério da Saúde emitiu um alerta para que estados e municípios intensifiquem as medidas de prevenção dessa doença devido à possibilidade de transmissão vertical do vírus – ou seja, de gestantes aos fetos.
Saiba o que é febre Oropouche, como é a transmissão, qual seu possível risco para mulheres grávidas e como identificá-la.
Febre Oropouche: Ministério faz alerta para transmissão vertical
Até recentemente, a doença era identificada em casos bastante isolados – mas, atualmente, o Ministério da Saúde monitora alguns casos de transmissão vertical do vírus, bem como possíveis riscos à saúde do bebê. Transmissão vertical é o nome recebido pela transmissão de vírus e outras doenças da gestante para o bebê ainda na gravidez.

Segundo informações da Fiocruz, o Instituto Evandro Chagas do Mato Grosso do Sul detectou anticorpos do vírus em amostras coletadas em um caso de perda gestacional e quatro casos de microcefalia em bebês. Isso significa que, nesses casos, a mãe contraiu o vírus (transmitido por mosquitos) e ele então infectou as crianças.
Apesar da transmissão vertical ser uma realidade, ainda não é possível afirmar que há relação entre a doença e o abortamento ou as malformações neurológicas identificadas.
Diante da situação, a pasta recomenda que estados e municípios intensifiquem a vigilância de gestantes no terceiro trimestre da gravidez e o acompanhamento de bebês de mulheres que tiveram Dengue, Zika, Chikungunya e febre Oropouche. Além disso, foi recomendado também que os órgãos responsáveis alertem a população – especialmente gestantes – sobre como prevenir a doença.
O serviço de detecção de casos da doença já havia sido ampliado para todo o País em 2023, e toda a rede de Laboratórios Centrais de Saúde Pública (Lacen) podem realizar testes diagnósticos da doença.
Recomendações sobre febre Oropouche a gestantes

Ainda não se sabe se a infecção em mães oferece riscos aos bebês durante a gestação. Ainda assim, por precaução, recomenda-se que mulheres gestantes, especialmente no fim da gravidez, tomem algumas medidas para prevenir a infecção pelo vírus.
A febre Oropouche é uma arbovirose – ou seja, uma doença transmitida por mosquitos. Sendo assim, aconselha-se que gestantes:
- Evitem áreas com muita presença de mosquitos;
- Usem repelentes;
- Instalem telas em portas e janelas (caso vivam em locais com muitos mosquitos);
- Busquem cobrir a maior parte do corpo;
- Evitem locais com água parada em casa.

Febre Oropouche: sintomas
Causada pelo arbovírus Orthobunyavirus oropoucheense (OROV), a doença tem sintomas muito parecidos com os da Dengue. São eles:
- Febre repentina;
- Dores de cabeça, musculares e nas articulações;
- Tontura;
- Dor atrás dos olhos;
- Calafrios;
- Náuseas e vômito.
Os sintomas podem durar até duas semanas e não há tratamento específico para a doença. Após o diagnóstico, o paciente recebe medicações para a melhora dos sintomas.
É bastante difícil diferenciar febre Oropouche de Dengue. Sendo assim, ao notar sintomas como os citados, recomenda-se buscar o serviço de saúde para a realização de testes.