filha de Junior

Doença da filha de Junior é rara, pode ser grave e costuma ser confundida com alergias: entenda

A filha de Junior, Lara, teve síndrome nefrótica, condição que é mais comum em crianças do que em adultos e que, quando não tratada, pode trazer consequências seríssimas

Pais de duas crianças, o cantor Junior e a esposa, Monica Benini, revelaram um diagnóstico assustador recebido pela caçula, Lara, de 3 anos. Segundo os dois, o que parecia ser uma alergia devido a sintomas como inchaço nos olhos era, na realidade, uma doença rara e potencialmente grave relacionada aos rins.

Veja abaixo o relato do casal sobre a descoberta da condição da filha e entenda o que é a síndrome nefrótica.

Filha de Junior é diagnosticada com síndrome rara

filha de Junior
(Crédito: Reprodução/Instagram @monicabenini)

Usando o Instagram, Junior e Monica Benini desabafaram sobre o diagnóstico da filha mais nova, Lara. Aos três anos, ela começou a apresentar inchaço nos olhos e alguns outros sintomas que levaram o casal a crer que se tratava de uma alergia. O desfecho, no entanto, foi bem mais assustador.

“A gente levou no médico – em alergista, pediatra –, ela chegou a tomar medicação para alergia”, disse Monica, e Junior completou. “Com o tempo, a gente conseguiu o diagnóstico de que, na verdade, a Lara estava com uma doença chamada síndrome nefrótica. É uma síndrome que afeta os rins, é muito sério se não tratado e o tratamento é muito intenso, com remédio bem forte. Nem toda criança responde a esse tratamento”, disse o cantor.

Após o enorme susto, no entanto, os dois já podem compartilhar boas notícias. “A gente passou por um período muito tenso em que a gente não sabia como seria. Graças a Deus, a Lara respondeu bem ao tratamento. Ela está superbem, se recuperando, em remissão”, disse o músico.

Junior e esposa fazem alerta após diagnóstico da filha

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(Crédito: Reprodução/Instagram @monicabenini)

Em seguida, o casal deixou um alerta a outros pais sobre a condição. “Se a gente já tivesse ouvido [falar], seria mais fácil ter suspeitado”, disse Monica, listando possíveis sintomas. “Pode dar inchaço nos olhos, no corpo, pode deixar a urina mais turva”, afirmou ela.

Por fim, os dois afirmaram que, apesar da caçula estar bem e respondendo ao tratamento, ainda há medidas a longo prazo que terão de ser tomadas. Isso porque os remédios, segundo eles, prejudicam o sistema imunológico dela, tornando-a mais suscetível a infecções.

“Não estranhem: vocês vão acabar vendo a gente por aí com máscaras em lugar onde tem muita gente, porque a gente realmente não pode trazer nenhuma virose para casa. Isso pode atrapalhar o tratamento, fazer a coisa voltar à estaca zero”, pontuou Junior sobre a saúde da filha.

Síndrome nefrótica: o que é a doença da filha de Junior?

(Crédito: Reprodução/Instagram @monicabenini)

Segundo informações disponibilizadas na Biblioteca Virtual em Saúde, a síndrome nefrótica, ou SN, é uma condição renal causada por uma lesão nos glomérulos. Essas estruturas são os “filtros” dos rins – e, a partir da lesão, proteínas (especialmente a albumina), escapam pela urina. Na ausência dessas proteínas no sangue, os vasos sanguíneos têm dificuldade de reter líquidos, que passam a “vazar” para os tecidos.

Essa síndrome pode acometer pessoas de várias idades, mas é mais comum em crianças entre 2 e 6 anos. A forma mais comum é a idiopática, termo que designa doenças sem causa aparente. Ainda que seja mais comum em crianças, ela ainda é rara, com incidência de 2 a 7 indivíduos (menores de 16 anos) a cada 100 mil ao ano.

O diagnóstico da doença da filha de Junior é feito a partir de exames de urina, sangue, avaliação clínica e, por vezes, biópsia renal. O último método de investigação, que é mais invasivo, é indicado em casos nos quais a criança não responde ao tratamento após um período de quatro a seis semanas.

Sintomas da síndrome nefrótica

Inchaço nos olhos é um dos sintomas dessa doença (Crédito: Mateus Andre/Freepik)

Quando há essa eliminação de proteínas pela urina, pode haver:

  • Edema (inchaço) pelo corpo, como nos olhos, nas pernas e na barriga;
  • Colesterol elevado;
  • Urina “espumosa” e com volume reduzido;
  • Ganho de peso rápido por acúmulo de líquido;
  • Cansaço ou fraqueza;
  • Infecções frequentes.

Caso a doença não seja devidamente diagnosticada e tratada, pode haver sintomas mais raros, como:

  • Dor abdominal intensa;
  • Febre;
  • Inchaço muito acentuado com dificuldade para respirar;
  • Sangue na urina.

Tratamento da doença da filha de Junior

(Crédito: brgfx/Freepik)

O tratamento para síndrome nefrótica é longo e complexo. Além disso, a resposta pode variar de paciente para paciente, exigindo possíveis nova etapas após a primeira. No início, é feita a corticoterapia (ou seja: a administração de corticoides como prednisona) durante um período de quatro a oito semanas.

Nesse estágio, também pode ser aplicado um tratamento de suporte com uso de remédios diuréticos para reduzir o inchaço corporal, medicamentos para controle do colesterol (estatinas), mudanças alimentares (redução da ingesta de sal e controle de líquidos) e prevenção de infecções.

Em 85% dos casos, o paciente responde bem, deixando de eliminar proteínas na urina. Esse estágio representa a remissão da doença. Quando ela não acontece, a síndrome é considerada resistente, e pode ser preciso entrar com novos medicamentos. Nesses casos, são utilizados imunossupressores, remédios que diminuem a resposta imunológica do corpo (como ciclosporina e mais).

Possíveis complicações da doença

bronquiolite
(Crédito: peoplecreations/Freepik)

Quando não tratada ou em situações nas quais não há resposta adequada ao tratamento, crianças ficam especialmente suscetíveis a infecções devido ao enfraquecimento do sistema imunológico por perda de anticorpos na urina. Nesses casos, segundo informações da Mayo Clinic, pode haver complicações como peritonite, pneumonia, celulite (infecção de pele) e infecções urinárias. Todos esses quadros podem ser graves e até fatais.

Além disso, pacientes com síndrome nefrótica também perdem proteínas anticoagulantes na urina. Isso favorece a formação de coágulos sanguíneos, algo que pode levar a quadros de trombose venosa profunda, trombose da veia renal e embolia pulmonar. Essas situações também inspiram cuidados emergenciais e são potencialmente fatais.

Além disso, pode haver desnutrição pela perda crônica de proteína, algo que tende a resultar em problemas no crescimento. Por fim, pacientes que têm resistência ao tratamento com corticoides podem desenvolver insuficiência renal crônica. Quadros assim podem culminar na necessidade de diálise ou até transplante de rim.

Saúde infantil