doença de Lyme

O que é a doença de Lyme, revelada por Justin Timberlake? Tem cura? Entenda

Saiba o que é a doença de Lyme, que acontece após a picada de carrapatos infectados

Ao finalizar uma turnê de dois anos, o cantor Justin Timberlake desabafou sobre ter recebido um diagnóstico difícil nesse período. O cantor descobriu a doença de Lyme, infecção transmitida pela picada de alguns carrapatos que causa sintomas inespecíficos que podem dificultar o diagnóstico. Entenda abaixo mais sobre a doença de Justin Timberlake:

Justin Timberlake revela diagnóstico de doença de Lyme

doença de Lyme
(Crédito: Manny Carabel/Getty Images for Audacy)

Usando o Instagram, o cantor Justin Timberlake desabafou sobre um diagnóstico recente. Em meio à última turnê, ele descobriu a doença de Lyme – e afirmou que, ao decidir continuar com os shows, se sentia muito mal no palco constantemente.

“Se você já teve essa doença ou conhece alguém que teve, então você sabe. Viver com isso pode ser insistentemente debilitante, tanto mentalmente quanto fisicamente. Quando fui diagnosticado, fiquei em choque, mas ao menos pude entender por que eu às vezes estava no palco em meio à uma dor nevrálgica gigantesca ou me sentindo uma fadiga e um mal-estar doido”, declarou o artista.

Doença de Lyme: o que é, como acontece e mais

doença de Lyme
(Crédito: erik-karits-2093459/Freepik)

A doença de Lyme é uma infecção causada pela bactéria Borrelia burgdorferi, que entra no corpo através da picada de certos tipos de carrapato. A transmissão acontece quando o carrapato fica preso à pele por um período de 24 a 36 horas, tempo necessário para que as bactérias, que vivem no intestino do inseto, cheguem até a boca deles e, enfim, ao hospedeiro.

Essa doença é especialmente comum em locais com áreas de mata ou rurais, onde pode haver carrapatos infectados. Ela pode afetar pessoas de qualquer idade da mesma forma, visto que, para haver infecção, basta ser picado pelo animal.

Sintomas da doença de Lyme

(Crédito: Kindel Media/Pexels)

Os sintomas da doença de Lyme são frequentemente inespecíficos. Isso significa que o quadro pode ser parecido com o de outras doenças e, por isso, o diagnóstico pode ser difícil. Além disso, os sintomas também variam de acordo com a fase em que a doença está.

Sintomas da fase inicial

Durante um período de dias até algumas semanas após a picada e a permanência do carrapato por 24 a 36 horas, o paciente pode apresentar:

  • Mancha vermelha que se espalha em forma de alvo (eritema migratório);
  • Febre;
  • Calafrios;
  • Fadiga;
  • Dor muscular e nas articulações;
  • Dor de cabeça.

Sintomas da fase disseminada precoce

Semanas após a infecção, o paciente pode perceber:

  • Manchas múltiplas na pele;
  • Dor nas articulações, especialmente nos joelhos;
  • Inchaço doloroso das pálpebras;
  • Dor e formigamento em mãos e pés;
  • Dores musculares;
  • Alterações neurológicas como paralisia facial ou meningite leve;
  • Problemas cardíacos, como arritmias.

Fase disseminada tardia

Já alguns meses após a infecção – e caso ela não seja tratada –, pacientes podem ter:

  • Artrite crônica em grandes articulações;
  • Alterações neurológicas persistentes, como dor crônica e dificuldades cognitivas;
  • Fadiga intensa.

Doença de Lyme tem cura?

(Crédito: Arthur Uzoagba/Pexels)

Especialmente quando tratada precocemente, a doença de Lyme é curável. A maioria dos pacientes melhora após um ciclo adequado de antibióticos. Ainda assim, em alguns casos, é possível que os sintomas persistam por meses mesmo após o tratamento. Essa condição é chamada de Síndrome Pós-tratamento da Doença de Lyme (PTLDS).

Ter essa síndrome, porém, não indica que a infecção ainda está ativa, mas sim que o organismo segue respondendo com reações inflamatórias e imunológicas ao que aconteceu. Esse processo é responsável, por exemplo, por sintomas como dores, fadigas e outros sintomas crônicos.

É comum, por isso, que alguns se refiram à doença de Lyme como uma doença crônica e incurável. Órgãos que são referência em saúde, como a Sociedade Americana de Doenças Infecciosas e o Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC), ambas norte-americanas, afirmam que não há evidências científicas de que a bactéria siga no corpo após o tratamento completo.

Diagnóstico da doença

(Crédito: Erik Karits/Pexels)

O diagnóstico começa com avaliação clínica após as queixas do paciente. Se sintomas compatíveis com a doença de Lyme forem identificados (especialmente o eritema migratório) e houver histórico de possível exposição a carrapatos, o especialista pode pedir exames laboratoriais.

O paciente passa então por testes sorológicos. É preciso frisar, porém, que nos primeiros dias de infecção pode haver um falso-negativo no resultado. Isso acontece porque o corpo ainda não teve tempo de produzir anticorpos contra a doença, e são esses anticorpos que os exames identificam.

Já após a cura, os testes podem continuar positivos por meses, mas isso também se deve à identificação de anticorpos que podem continuar circulando no corpo mesmo depois da fase ativa da doença.

Tratamento para doença de Lyme

(Crédito: Erik Karits/Pexels)

O tratamento dessa condição varia de acordo com a fase em que a doença está. Na fase inicial, médicos costumam administrar um ciclo de antibióticos específicos que pode durar de 10 a 21 dias. Já nas fases em que a doença já se disseminou ou quando o paciente tem complicações, pode se indicar o tratamento com antibióticos administrados por via endovenosa.

Quando os sintomas persistem, caso de pacientes com a síndrome pós-tratamento, o manejo dos desconfortos é multidisciplinar. Ele pode envolver, por exemplo, fisioterapia, suporte psicológico, medicamentos para controle da dor e monitoramento clínico.

Saúde