Em meio ao uso crescente de anestesia para tatuagem, o CFM aprovou uma resolução que proíbe a conduta mesmo quando liderada por médicos
Em meio ao uso frequente de anestesia geral ou local durante a realização de tatuagens, o Conselho Federal de Medicina (CFM), aprovou uma revolução que proíbe a prática. Agora, nem mesmo médicos poderão realizar sedação e outros tipos de anestesia para procedimentos de tatuagem, independentemente da extensão ou localização da arte. Veja abaixo detalhes da resolução:
CFM proíbe anestesia para tatuagem
Por meio da resolução CFM nº 2.436/2025, aprovada recentemente pelo Conselho Federal de Medicina, o órgão proibiu o uso de anestesia para fazer tatuagem. Anteriormente, a prática era liberada desde que a aplicação da anestesia fosse feita e assistida por um médico especializado. Agora, nem especialistas podem realizar a sedação geral ou bloqueio periférico nesses procedimentos.
Segundo a nota do CFM, a medida se baseia na ideia de que a prática pode ser prejudicial. “Não existe evidência clara da segurança dos pacientes. […] Ao viabilizar a execução de tatuagens de grande extensão corporal, que seriam intoleráveis sem suporte anestésico, a prática eleva o risco de absorção sistêmica dos pigmentos, metais pesados (cádmio, níquel, chumbo e cromo) e outros componentes das tintas”, afirmou Diogo Sampaio, relator da resolução.
Segundo ele, ainda não há plena clareza sobre possíveis efeitos tóxicos cumulativos desses metais. “Esses efeitos tóxicos não estão completamente elucidados, como migração linfática de pigmentos com retenção em linfonodos, toxicidade crônica, reações inflamatórias persistentes, granulomas, alergias retardadas e possível risco carcinogênico”, diz a nota, afirmando que a atuação de anestesiologistas diante desses riscos “colide frontalmente” com preceitos dessa especialidade médica.
Anestesia para tatuagem segue permitida em alguns casos
Ficam de fora da proibição casos nos quais há indicação médica de tatuagens reparadoras. É o caso, por exemplo, de casos nos quais é preciso reconstruir a aréola mamária após a cirurgia em mulheres que passam pelo câncer de mama. Mesmo nesses casos, porém, é preciso seguir critérios rigorosos.
O procedimento, nessas situações, deve acontecer em ambiente com infraestrutura adequada, incluir avaliação pré-anestésica, equipamentos de suporte à vida e equipe treinada para intercorrências.
