cirurgia para apneia do sono

Quando é preciso tratar apneia do sono com cirurgia, como fez Orlando Morais? Entenda

Saiba o que é essa doença e quando a cirurgia para apneia do sono pode ser a solução

Usando o Instagram, o músico Orlando Morais mostrou recentemente que fez uma cirurgia difícil. O marido de Gloria Pires surgiu em um vídeo usando uma espécie de “máscara” e contou que operou para tratar a apneia do sono, problema que afeta quase 940 milhões de adultos no mundo segundo estimativas.

Cirurgia para apneia: Orlando Morais revela procedimento

Orlando Morais e Gloria Pires (Crédito: Reprodução/Instagram @orlandomorais62)

Orlando Morais, músico e marido da atriz Gloria Pires, fez uma cirurgia recentemente e falou sobre ela no Instagram. Junto de um vídeo no qual aparece em meio à recuperação, ele escreveu: “Resolvi gravar este vídeo, mesmo com muita dificuldade em articular as palavras, para alertar quanto à apneia […]. Após 62 anos sem dormir e respirar direito, decidi me cuidar”, declarou.

Segundo um estudo global publicado na National Library of Medicine, plataforma norte-americana, Orlando é uma das 936 milhões de pessoas entre 30 e 69 anos que convivem com Apneia Obstrutiva do Sono (AOS), condição que pode variar em intensidade e, consequentemente, em gravidade.

Apneia do sono: o que é e quando requer cirurgia

De acordo com a Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia (SBPT), a apneia do sono é uma condição caracterizada por episódios repetidos de interrupção da respiração, ou de respiração muito reduzida, durante o sono. A forma mais comum da doença é a AOS, em que essas “pausas” na respiração são causadas por algo físico, como a língua, as amígdalas, o palato ou tecidos que interrompem as vias aéreas superiores.

Há ainda a chamada apneia central, em que o problema está no cérebro. Nesses casos, o sinal enviado pelo cérebro para os músculos responsáveis pela respiração – que é um ato involuntário – falha, causando episódios de interrupção.

cirurgia para apneia do sono
Orlando Morais após a cirurgia para apneia do sono (Crédito: Reprodução/Instagram @orlandomorais62)

Riscos da apneia do sono

Ainda que pareça inofensiva, a apneia do sono, qualquer que seja sua forma, oferece riscos à saúde. Ela pode causar, por exemplo, queda na oxigenação do sangue, afetando órgãos como coração e cérebro – quadro chamado de hipóxia.

Além disso, pode haver também hipertensão (que aumenta o risco de doenças cardiovasculares), distúrbios de metabolismo, predisposição a obesidade, alterações nos níveis de açúcar no sangue, sonolência diurna excessiva, cansaço, dificuldade de concentração, problemas de memória, irritabilidade e mais.

Tratamentos e cirurgia para apneia do sono

O tratamento para apneia do sono depende do tipo da doença. Mudanças no estilo de vida que propiciem a perda de peso, por exemplo, podem ajudar porque reduzem a gordura no pescoço, que pode piorar quadros de obstrução.

Além disso, evitar o consumo de álcool e sedativos (que relaxam excessivamente os músculos da garganta) antes de dormir também tende a amenizar o problema. Não fumar e dormir em posições que favoreçam a abertura das vias aéreas (de lado, com a cabeceira elevada, por exemplo) também podem fazer parte do tratamento.

Tratamento para apneia do sono com Pressão Positiva Contínua das Vias Aéreas (Crédito: rawpixel.com/Freepik)

Em diversos casos, porém, é preciso uma abordagem mais detalhada. É possível, por exemplo, que o médico indique:

  • Uso de aparelhos orais ou intraorais (dispositivos que ajustam a mandíbula ou a língua para evitar as pausas na respiração);
  • CPAP (Pressão Positiva Contínua das Vias Aéreas), aparelho em forma de máscara que mantém as vias aéreas infladas durante a noite;
  • Terapia fonoaudiológica;
  • Cirurgia para casos específicos.

Quando é preciso fazer cirurgia para apneia do sono

A cirurgia é o tratamento indicado para apneia do sono especialmente em casos nos quais a doença é muito grave. A gravidade é avaliada pela polissonografia, exame que identifica a quantidade de episódios durante a madrugada por hora e o nível de queda de oxigênio durante o sono.

Além disso, o procedimento é necessário quando há alterações anatômicas que estão ligadas à ocorrência da doença e podem ser corrigidas. Alguns exemplos são amígdalas muito grandes, desvio de septo nasal, palato mole excessivamente flácido e língua ou mandíbula mal posicionadas.

Quando os tratamentos não invasivos – especialmente o CPAP – falham ou não são bem tolerados, a cirurgia também pode ser uma opção. Por fim, quando a apneia do sono está levando a complicações graves, como cardiovasculares ou muito sono diurno (o que pode ocasionar acidentes), médicos podem recomendar a cirurgia.

Medição dos sinais vitais durante o sono (Crédito: DC Studio/Freepik)

Tipos de cirurgia para apneia do sono

Há diversos tipos de cirurgia para esse problema. Conheça algumas abaixo:

Uvulopalatofaringoplastia (UPFP)

Neste procedimento, o cirurgião remove ou ajusta os tecidos que formam o palato mole, a úvula e até as amígdalas. Isso serve para que esses tecidos não “pesem” mais, de forma a prevenir o bloqueio das vias.

A recuperação total desse tipo de cirurgia tende a acontecer entre quatro semanas e três meses.

Septoplastia

Esta cirurgia serve para corrigir o desvio de septo e remover possíveis obstruções nasais, melhorando a passagem de ar pelo nariz. A recuperação deste procedimento também tende a ser rápida.

Cirurgia ortognática

Este procedimento reposiciona os ossos do maxilar e da mandíbula para frente, aumentando o espaço atrás da língua e do palato. É um tipo de cirurgia necessário em casos selecionados, nos quais esses ossos estão mal posicionados.

Como essa intervenção mexe em ossos, a recuperação é mais longa. Ela tende a acontecer de três a seis meses após o procedimento.

Remoção de amígdalas ou adenoides

Recomendada para casos nos quais as amígdalas são muito grandes ou quando há “carne esponjosa” aumentada. No procedimento, esses tecidos são removidos de forma simples e recuperação rápida.

Faringoplastia lateral

Nesta cirurgia, o cirurgião reforça ou amplia as paredes laterais da faringe, evitando que elas “colapsem” durante o sono. A recuperação total desse procedimento tende a acontecer após um mês da realização.

Traqueostomia

Este procedimento cria um canal alternativo para a passagem do ar diretamente no pescoço. Ele pode ser permanente ou temporário, e “livra” as vias aéreas superiores quando elas não funcionam de forma ideal.

Esta cirurgia é, geralmente, usada como último recurso e em casos graves.

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