Em meio a um número cada vez maior de casos da doença, o Departamento de Saúde Pública (DPH) dos Estados Unidos anunciou recentemente que foi identificada pela primeira vez a ocorrência da chamada “supergonorreia” no país.
O quadro é conhecido desta forma por se tratar de uma nova cepa da bactéria causadora da gonorreia que resiste a diversas classes de antibióticos – e, apesar de os dois casos terem sido curados, a situação inédita é um alerta para profissionais da saúde.
EUA identifica casos de “supergonorreia” pela primeira vez
Antes identificados apenas em certos locais da Ásia e do Reino Unido, casos de “ supergonorreia” foram reportados recentemente em Massachusetts, cidade nos Estados Unidos. Segundo o alerta emitido pelo Departamento de Saúde Pública, é a primeira vez que se detecta, no país, quadros nos quais uma nova cepa da bactéria Neisseria gonorrhoeae se mostra resistente a diversas classes de antibióticos.
Enquanto um dos casos foi diagnosticado, o outro apresentou marcadores genéticos que indicam uma resposta similar aos medicamentos em questão. Os dois pacientes, ambos da mesma cidade (mas sem relação direta), foram curados com ceftriaxona, antibiótico recomendado para quadros de gonorreia.
De acordo com o comunicado, além de apresentar sensibilidade reduzida ao antibiótico em questão, cefixima e azitromicina encontraram o mesmo cenário, enquanto houve resistência contra ciprofloxacina, penicilina e tetraciclina. Com isso, órgãos de saúde e epidemiologistas estão expandindo a testagem para esta cepa, buscando descobrir se há outros casos além destes.
Apesar de os dois indivíduos estarem bem, a situação é considerada um alerta para instituições de saúde locais e mundiais. “De forma geral, estes casos são um lembrete importante de que as cepas de gonorreia nos Estados Unidos estão se tornando menos receptivas a um arsenal limitado de antibióticos”, pontua a nota.
Gonorreia: o que é
Segundo informações da Mayo Clinic, a gonorreia é uma infecção sexualmente transmissível causada por uma bactéria. Os quadros podem iniciar de forma assintomática e, quando não tratados, tendem a resultar em inflamação pélvica, infertilidade e outras questões importantes de saúde.
Tanto em homens quanto em mulheres, os sintomas de gonorreia incluem dor ao urinar. Em homens, pode haver a presença de secreção purulenta no pênis e dor ou inchaço em um dos testículos, enquanto em mulheres pode haver aumento no corrimento vaginal, sangramentos em meio ao ciclo menstrual e dor abdominal.
Ainda é possível que a gonorreia se manifeste para além dos órgãos reprodutores, causando sintomas no ânus (coceira, secreção, etc), nos olhos (dores, fotofobia e secreção em um ou nos dois olhos), na garganta (dor e linfonodos aumentados), e até nas articulações (vermelhidão, inchaço e dores especialmente fortes).
A transmissão da gonorreia se dá pelo contato sexual – o que inclui não apenas a penetração, mas o sexo oral também.
