Os cânceres ginecológicos são responsáveis por 19% dos diagnósticos de câncer no mundo a cada ano, conforme informações da Agência Internacional de Pesquisa em Câncer (IARC). Ao todo, são cinco os tumores que acometem os órgãos sexuais das mulheres: câncer de colo de útero, ovário, vagina, vulva e endométrio. Cada um deles manifesta sintomas distintos, sendo essencial conhecê-los para que haja um diagnóstico precoce e, consequentemente, maiores chances de tratamento.
Câncer na vagina e na vulva

De acordo com o Grupo Brasileiro de Tumores Ginecológicos, o câncer de vagina e o de vulva se manifestam de forma semelhante, mudando apenas o local de sua incidência. Ambos são responsáveis por menos de 7% dos tumores ginecológicos. No caso dos tumores na vagina, geralmente eles se originam em resposta a outros tumores e, portanto, costumam ser considerados tumores secundários. Contudo, pode ocorrer do tumor se formar na própria vagina, nesse caso é chamado de tumor primário.
Desenvolvimento do tumor
O câncer de vagina e o de vulva se originam de uma lesão precursora chamada de neoplasia intraepitelial vaginal – um tipo de tumor. O desenvolvimento desse tumor tende a ser lento no seu início, podendo levar vários anos entre seu início e a manifestação clínica.

Tipos de tumor na vagina
Carcinoma escamoso da vagina: é o tipo mais comum e origina-se das células que recobrem a superfície da vagina. Desenvolve-se muito lentamente e de forma assintomática na maioria das pacientes. Geralmente ocorre em mulheres acima de 50 anos e com história de câncer do colo do útero.
Adenocarcinoma: o segundo tipo mais comum de câncer de vagina. Geralmente ocorre em mulheres jovens, com idade média de 19 anos.
Melanoma: esse tipo de tumor se desenvolve nas células da pele que produzem o pigmento melanina. É um tumor raro.
Sarcoma: Geralmente ocorre em bebês ou crianças muito novas. Muito raro em mulheres jovens.

Possíveis sintomas
Em sua fase inicial, o câncer de vagina e o de vulva não provocam nenhum sintoma, mas enquanto vão se desenvolvendo alguns deles podem ser percebidos, como:
- Sangramento após relação sexual;
- Sangramento não relacionado à menstruação;
- Dor pélvica ou na vagina;
- Tumor ou nodulação na vagina;
- Dor ao urinar;
- Constipação.
O que causa?
Não existe um consenço sobre o que causa o câncer vaginal, porém geralmente os casos estão relacionados à infecção pelo vírus HPV. Ocorre que alguns tipos do vírus são capazes de produzir proteínas que alteram a forma como o gene supressor de tumores funciona. Assim, as células cancerígenas têm mais facilidade para aparecer e se multiplicar, causando um câncer.

Fatores de risco
- Mulheres com infecção por HPV (papilomavírus humano) adquirida por via sexual;
- Mulheres com história de lesões pré-cancerígenas como neoplasia intraepitelial vaginal;
- Mulheres com antecedente de câncer de colo do útero;
- Mulheres cujas mães fizeram uso do dietilestilbestrol pra prevenção de aborto durante a gestação;
- Mulheres com múltiplos parceiros sexuais;
- Mulheres com início da atividade sexual em idade muito precoce;
- Mulheres com doença que afeta a imunidade como infecção por HIV;
- Tabagistas;
- Mulheres acima de 60 anos
Tratamento
O tratamento desses cânceres depende do estágio da doença e das condições clínicas da paciente. De forma geral, o câncer de vagina pode ser tratado com cirurgia para remoção do tumor na vagina, tumor nos tecidos conjuntivos, remoção de todo o aparelho reprodutivo ou linfonodos. Quanto menor a extensão da doença, menos invasiva é a cirurgia. A radioterapia ou quimioterapia também podem ser administradas dependendo do caso.
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