Preta Gil tem quatro metástases de câncer colorretal: o que isso significa? Médico explica

por | ago 26, 2024 | Saúde

Segundo oncologista, o câncer de Preta Gil segue sendo um câncer colorretal (de intestino), mas com foco em outras partes do corpo. Entenda o tratamento da doença e mais dúvidas sobre o quadro

Recentemente, a cantora Preta Gil recebeu o diagnóstico de uma recidiva do câncer que descobriu em 2023. Meses após a última etapa do tratamento para o câncer colorretal, a cantora foi diagnosticada com uma recidiva marcada com metástases em quatro locais – e, a Tá Saudável, o oncologista Mauro Donadio, do grupo Oncoclínicas, esclarece quadros como o dela.

Câncer de Preta Gil retorna com metástases

(Crédito: Reprodução/Instagram @pretagil)

Usando o Instagram, Preta Gil anunciou recentemente a volta do câncer colorretal com o qual foi diagnosticada inicialmente em 2023. A cantora estava em remissão da doença após tratamento e cirurgia – e, agora, enfrenta uma recidiva com quatro metástases. Isso significa que há quatro novos focos de câncer em seu corpo.

“Estava indo muito bem na minha reabilitação e tinha exames periódicos. Remissão é um período em que o câncer pode voltar, e foi isso que aconteceu”, declarou ela, explicando o quadro. Segundo Preta, o câncer colorretal (ou seja, de intestino) agora se manifesta em dois linfonodos, no peritônio e no ureter.

Apesar do susto, a cantora demonstrou confiança quanto ao sucesso da nova etapa de tratamento. Logo que foi diagnosticada, ela já iniciou um novo ciclo de quimioterapia, pediu orações e frisou que se sente forte. “Estou melhor do que quando comecei meu tratamento em 2023”, declarou a cantora.

Médico explica câncer de Preta Gil

(Crédito: Reprodução/Instagram @pretagil)

O anúncio de que o câncer de Preta Gil voltou preocupou o público e gerou dúvidas nas redes. Isso porque, quando se fala em metástases (ou seja: focos de câncer em partes do corpo diferentes da região primária), há maior preocupação quanto à possibilidade de tratamento. Além disso, também surgiram dúvidas sobre o que são o peritônio e o ureter.

Diante do quadro, Tá Saudável consultou o médico Mauro Donadio, oncologista do grupo Oncoclínicas, para sanar as dúvidas. Veja as explicações abaixo:

Câncer colorretal metastático: o que é

(Crédito: Reprodução/Instagram @pretagil)

O câncer colorretal é uma doença que afeta o intestino e pode surgir em diversas porções dele. Segundo o médico, quando há metástases do câncer colorretal, elas geralmente aparecem no peritônio, no fígado, nos linfonodos e no pulmão.

O peritônio é uma membrana que recobre a cavidade abdominal, envolvendo os órgãos, enquanto os linfonodos são gânglios que filtram toxinas no organismo. Já o ureter, onde também há uma lesão maligna, é um duto que liga os rins à bexiga.

Ter focos de câncer no peritônio, nos linfonodos e no ureter, porém, não significa que a cantora está com “câncer de peritônio” ou “câncer de ureter”. Significa que ela está com metástases de câncer colorretal nessas regiões, diferentemente de quando a doença se manifesta pela primeira vez em algum desses locais.

“Metástase é a presença de células tumorais em uma região fora de onde surgiu o tumor incialmente. A detecção de tumor com características de câncer de cólon ou reto no peritônio significa que não se trata de um tumor que nasceu no peritônio, e sim que nasceu no cólon ou reto, e migrou para o peritônio”, afirma o médico.

Como as células cancerosas das metástases têm as mesmas características das células do tumor inicial, o tratamento segue protocolos usados para o câncer inicial.

Qual é o tratamento mais comum para o câncer de Preta Gil

(Crédito: Reprodução/Instagram @pretagil)

Quando se fala em câncer, muita gente automaticamente pensa em cirurgias. A cirurgia, porém, é um tratamento mais localizado para câncer – e, quando há mais de um foco da doença, segundo o médico, o mais comum é se fazer tratamentos sistêmicos. Esses tratamentos são aqueles que “se espalham” pelo organismo, afetando o corpo como um todo.

“Para doença oncológica com recidiva e metástases em mais de um local, o padrão é o tratamento sistêmico paliativo. Isso pode incluir quimioterapia associada a anticorpos, a depender de características moleculares ou mutações encontradas na doença”, afirma o médico, se referindo a imunoterapias ou terapias-alvo.

A intenção deste tratamento, segundo ele, geralmente é a de manter a doença sob controle pelo máximo de tempo possível. “O tratamento inicialmente é sistêmico com intenção paliativa, visando ganho de tempo de vida com qualidade e aliviando os sintomas. A depender da resposta da doença a esses protocolos, é possível, em um segundo momento, lançar mão de outros tratamentos que permitam nova remissão, como cirurgia, ablação e radioterapia”, disse ele.

Remissão do câncer significa cura?

câncer de preta gil
(Crédito: Reprodução/Instagram @pretagil)

A remissão ocorre quando, em exames, não se identifica sinais de câncer no corpo. O paciente, portanto, não apresenta sintomas e nem focos de células da doença no organismo. Isso, no entanto, não significa que houve cura do câncer, mas sim que sua presença está sob controle ou indetectável.

Em casos como o de Preta, pode haver, portanto, foco na remissão.

Por que o câncer de Preta Gil voltou?

câncer de preta gil
(Crédito: Reprodução/Instagram @pretagil)

Não é possível prever com exatidão o comportamento de um câncer, mas, segundo o oncologista, a recidiva da doença é algo relativamente comum. “Isso ocorre porque, mesmo após tratamento definitivo ou curativo, permanecem células residuais que não são detectáveis nos exames em um primeiro momento, mas que crescem após certo tempo, seja no local inicial do tumor primário, seja à distância”, diz ele.

É por isso que, segundo o oncologista, pacientes oncológicos permanecem em observação regular após a remissão. “É isso que justifica que os pacientes façam acompanhamento periódico após o término do tratamento, com intuito de detectar precocemente a recidiva e tratar o quanto antes para melhorar as chances de sucesso”, conclui.

Convém frisar, no entanto, que não foram divulgados todos os detalhes ou exames do câncer de Preta Gil, e que o médico consultado pela publicação não é um dos que acompanham a cantora no tratamento.

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