Homem saudável sobre AVC por consumo exagerado de energéticos e caso vira alerta

Entenda abaixo os riscos do consumo excessivo de bebidas energéticas e qual a quantidade segura

Um relato médico publicado recentemente no periódico científico BMJ tem gerado alertas relacionados ao consumo de bebidas energéticas. O caso em questão foi de um homem britânico saudável de cerca de 50 anos que sofreu um acidente vascular cerebral (AVC) após anos extrapolando na quantidade diária dessas bebidas.

Entenda o caso abaixo e conheça os riscos:

Caso de AVC por consumo de bebidas energéticas gera alerta

bebidas energéticas
(Crédito: Joenomias/Pixabay)

O relatório em questão expõe o caso de um britânico de cerca de 50 anos (sem histórico de tabagismo, consumo de álcool ou uso de drogas) que eventualmente buscou a emergência devido a sintomas neurológicos. Após sentir fraqueza e dormência do lado esquerdo do corpo e problemas na fala, ele foi ao hospital e descobriu que sua pressão estava altíssima.

Ao ser atendido, médicos constataram uma medição de 254/150 mmHg na pressão arterial, algo muito acima dos valores normais. No Brasil, por exemplo, medições de 120/80 mmHg já caracterizam quadros de pré-hipertensão.

Diante da descoberta, ele foi medicado para que a pressão se estabilizasse – mas ela voltou a subir em seguida. Com isso, médicos questionaram o paciente sobre seus hábitos, e ele revelou que consumia cerca de 8 latas de bebidas energéticas por dia. 

bebidas energéticas
(Crédito: thom masat/Unsplash)

Como cada uma tem cerca de 160 ml de cafeína, o homem em questão consumia entre 1.2 mil e 1.3 mil mg dessa substância diariamente. O consumo diário máximo recomendado por médicos é o de 400 mg, e isso significa que o paciente consumia três vezes mais que o limite considerado seguro.

Após o AVC – e a descoberta de que aquilo fazia mal –, o homem suspendeu os energéticos e, com o tempo, pôde suspender as medicações para pressão. Ele, no entanto, manteve sequelas do problema, como dormência persistente nos membros do lado esquerdo do corpo.

Bebidas energéticas fazem mal ou não?

Hoje, o consumo de bebidas energéticas é bastante normalizado. Há quem ainda misture essas substâncias com álcool em drinks, ou as utilize como pré-treino – duas situações que amplificam os riscos naturais que elas já oferecem a alguns grupos.

Especialistas alertam que casos extremos como o relatado recentemente não são isolados. Isso porque essas bebidas têm doses altas de cafeína, açúcar e outros estimulantes, e o sabor delas, bem como a falta de alertas, motiva o consumo indiscriminado.

álcool com energético
(Crédito: Renan Mandelo Oliveira/Pexels)

De acordo com o cardiologista Alexsandro Fagundes, presidente da SOBRAC (Sociedade Brasileira de Arritmias Cardíacas), essas bebidas aceleram a frequência cardíaca, a pressão arterial e a atividade cerebral. Sem exageros, esse efeito não é necessariamente prejudicial – mas o excesso ou o uso por alguns grupos de pessoas, pode ser.

“Pessoas com problemas cardíacos, arritmias prévias, uso de medicação para ritmo cardíaco ou pressão arterial, ou tendência à hipertensão estão mais sujeitas a complicações ao consumir energéticos em excesso”, afirma ele, explicando que, quando alguém que já tem essas tendências entra nesse estado rapidamente, o risco de infarto e outras complicações cardiovasculares graves cresce.

Segundo o especialista, o melhor é limitar o consumo dessas bebidas a uma porção (latinha) por dia, no máximo. Quem já tem risco cardiovascular elevado deve se atentar ainda mais, e as bebidas nunca devem ser usadas como pré-treino nem de forma recreativa em drinks.

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