Entenda como a mistura de álcool com energético age sobre o corpo, gerando falsa sensação de bem-estar, mas possíveis danos à saúde
Afinal, a mistura de energético e álcool faz mal? Preparar drinks que incluem essas duas classes de bebidas é bastante comum, e eles inclusive são vistos como opções mais “inofensivas”, a realidade, porém, é que os efeitos do energético com álcool no coração podem ser quase imediatos e ter consequências sérias.
Entenda abaixo quais os efeitos do energético no coração e o que muda quando se mistura essa bebida com álcool.
Perigos de misturar energético com álcool

Gin, vodka, cerveja e mais. Estas bebidas são frequentemente misturadas com energéticos em drinks que, por isso, ganham a imagem de mais “fracos”. Essa mistura, no entanto, é bem perigosa – especialmente para o coração. Consumir álcool e energético em excesso pode causar, por exemplo, arritmias cardíacas (como fibrilação atrial), picos de pressão e mais. Mas, afinal, por que?
Segundo Alexsandro Fagundes, cardiologista e presidente da SOBRAC (Sociedade Brasileira de Arritmias Cardíacas), bebidas energéticas em excesso podem afetar o funcionamento normal do coração ao elevar a frequência cardíaca e a pressão arterial. Isso é mais comum, porém, em pessoas que já têm histórico de problemas no coração ou tendência a desenvolvê-los.
O álcool, por sua vez, também é nocivo ao coração. Quando se mistura as duas bebidas e há o consumo exagerado, é possível que o indivíduo tenha:
- Arritmias;
- Isquemia miocárdica;
- Infarto;
- Dissecção espontânea de artérias (rompimento).

Misturar energético com álcool dá mais disposição?
A mistura de energético com o álcool oferece riscos aumentados não só a quem já tem riscos relacionados ao órgão. Isso porque, enquanto o álcool “deprime” o sistema nervoso, o energético causa o efeito contrário, agindo como estimulante. Esses drinks, portanto, disfarçam a moleza causada pelo álcool com a euforia causada pelo energético.
Isso pode causar, por exemplo, perda da noção de limite no consumo de bebidas alcoólicas. O exagero no álcool, por sua vez, tende a levar a consequências como intoxicação, desidratação e aumento no risco de acidentes. A longo prazo, esse consumo excessivo pode desencadear doenças hepáticas, cardíacas, neurológicas e, além disso, dependência química.

Consumo seguro de energético
Ainda segundo o cardiologista Alexsandro Fagundes, o ideal é consumir no máximo uma porção (uma latinha) de energético por dia. Isso não considera, porém, a mistura com bebidas alcoólicas, que deve ser evitada.
Já segundo o cardiologista Jamil Cade, da Sociedade Brasileira de Hemodinâmica e Cardiologia Intervencionista (SBHCI), a tolerância é individual tanto para energéticos quanto para bebidas alcoólicas. Sendo assim, pessoas com ou sem histórico de problemas cardíacos devem consultar um médico de confiança para conhecer o limite mais apropriado.
Ele ainda frisa que a mistura de álcool e energético não se torna mais inofensiva ou mais agressiva a depender do tipo de bebida que se inclui. Entre cerveja, gin, vodka e outras, o potencial nocivo à saúde se mantém.
