Autismo pode dar sinais antes de 1 ano de idade pelos olhos do bebê, diz estudo

por | mar 17, 2022 | Saúde

Dificuldades de linguagem, comunicação e comportamentais, em conjunto, podem caracterizar o que se dá o nome de Transtornos do Espectro Autista (TEA), condição do desenvolvimento neurológico que costuma ser identificada nos três primeiros anos de uma criança. Contudo, uma pesquisa recente sugere a possibilidade de reconhecer a doença ainda no primeiro ano de vida do bebê.

Sinais de autismo detectados precocemente: estudo

O autismo é um transtorno de difícil diagnóstico, especialmente entre bebês. Alguns sinais, no entanto, podem ajudar a descobrir o problema precocemente para, assim, dar início ao tratamento.

Identificar o quanto antes o autismo é fundamental para o desenvolvimento da criança e, sabendo disso, uma pesquisa publicada no Biological Psychiatry sugere que os médicos podem detectar sinais de transtorno do espectro do autismo (TEA) em crianças com idade entre 10 e 18 meses.

Este novo estudo, liderado por cientistas da Universidade de Uppsala, na Suécia, pode ser um avanço por possibilitar o diagnóstico mais cedo.

Os pesquisadores estudaram um grupo de 112 bebês: 81 tinham histórico familiar e, portanto, maior chance de autismo e 31 tinham chance menor de autismo.

Os pesquisadores usaram uma técnica de rastreamento ocular para avaliar as respostas e a iniciativa dos bebês em interagir com os estímulos visuais e seus pais.

Ao comparar os resultados dos bebês com os diagnósticos de autismo aos 3 anos de idade, os pesquisadores foram capazes de determinar que as crianças com menor probabilidade de procurar contato com um adulto por meio dessas medidas visuais também apresentavam maior probabilidade de apresentar sintomas de autismo mais tarde.

Olhar é capaz de revelar autismo precocemente

Para entender por que essa abordagem pode funcionar, é importante entender um pouco sobre como os bebês em seus estados pré-verbais se comunicam.

Antes de um bebê poder falar ou ter o controle motor para chamar a atenção de um adulto, ele usa os olhos. Eles podem ver um adulto seguindo seu olhar e, justamente pelos olhos, eles se comunicam – olhando para objetos ou para coisas que o interessam. Essa atenção compartilhada – que os pesquisadores chamam de “atenção conjunta” – é um sinal do envolvimento de um bebê com outras pessoas.

O que os pesquisadores descobriram foi que, em média, os bebês que mais tarde receberam um diagnóstico de autismo eram menos propensos a iniciar essa atenção conjunta do que os bebês sem autismo.

Segundo os pesquisadores, os resultados indicam que as crianças com autismo não tomam tanta iniciativa para se comunicar com adultos quanto o normal quando são bebês. Essas descobertas podem levar a ferramentas de diagnóstico mais úteis para o autismo no futuro.